sábado, 15 de junho de 2024

do que se aprende, seja ou não útil

 



Durante a Primeira Guerra Mundial, os alemães tinham Valquírias pintadas nos veículos do exército em homenagem a Richard Wagner. 
Alguns regimentos franceses adoptaram como símbolo a imagem de uma vaca a rir-se: "Wachkyrie" para contrapor à "Walküre" dos alemães.
Já depois da Guerra, foi necessário arranjar um nome e uma imagem impactante para um produto inovador, uma pasta composta de vários tipos de queijo provenientes de vários produtores, produzida industrialmente. 
Léon Bel, responsável por encontrar um nome para o produto, lembrou-se das imagens do tempo da guerra e encontrou-o: La Vache Quit Rit.


terça-feira, 11 de junho de 2024

do que de mais importante connosco carregamos

 


A vida pôs finalmente um termo à vida de Françoise Hardy.
A cantora sofria de um cancro na laringe e era uma defensora do suicídio medicamente assistido.
Sofreu até ao fim.
Ninguém merece sofrer quando pretende usar uma alternativa.
Cada ser é dono do seu corpo e deve poder, desde que em posse das suas faculdades, fazer dele o que quiser.
A capacidade de decidir se queremos viver ou morrer ultrapassa a ciência e os dogmas porque é das coisas mais íntimas que carregamos na nossa existência. Mais nenhum animal tem a capacidade de desafiar o instinto de sobrevivência. É uma dádiva da nossa condição.
Decidir se queremos viver ou morrer é um acto individual e, havendo possibilidade de se terminar a vida de forma digna e sem sofrimento desnecessário, não é brincar aos Deuses fazer esse caminho. Brincar aos Deuses é legislar contra o livre-arbítrio em matérias em que não há dano infligido a terceiros.
Vai em paz, Françoise.

"Mes jours comme mes nuits sont en tous points pareils
Sans joies et pleins d'ennuis, oh
Quand donc pour moi brillera le soleil?"

terça-feira, 4 de junho de 2024

do Auto-Plágio, embora não me lembre de ter escrito isto



O poeta não é um domador de palavras, antes um encantador de conceitos, um criador de inconstâncias, um construtor de emoções. O poeta é um espírito desajustado à linha do pensamento, uma pedra que sobe a encosta quando o normal seria descê-la. O poeta é uma linha paralela ao pôr do sol, uma construção sem base fixa, um modelo para o obscuro, uma penumbra para proteger a vida dos choques da realidade inventada pela verdade. O poeta é um doce quando se clama pelo amargo, uma réstea de sol que faz a sombra, a dúvida razoável que nos consome. Sem poetas, o mundo já teria sucumbido.