Tanta farturinha acabou por levantar algumas questões, muitas delas antigas, acerca do funcionamento da formação profissional.
Na semana passada foram divulgados os resultados de um estudo que, entre algumas coisas bastante interessantes, pôs a nu uma realidade conhecida por quem se move no meio, mas não do domínio do grande público: praticamente não existem manuais adaptados aos cursos de formação profissional.
Se falarmos das chamadas disciplinas técnicas, então pode até tirar-se a palavra "praticamente" da frase.
Como resultado disso, os formadores distribuem textos de apoio na forma de fotocópias de obras de referência, obviamente sem autorização dos autores, comportamento punível pelas leis dos direitos de autor.
Relembro que tudo isto acontece porque não há manuais para as ditas disciplinas.
Só para não nos perdermos do assunto.
Para as disciplinas do ensino dito regular, existem manuais. Para todas!
Segundo um outro estudo feito pela revista Sábado, publicado na sua edição de 11 do corrente e profusamente ilustrado com exemplos práticos comentados por historiadores, sociólogos, professores universitários e outros técnicos de variados quadrantes politico-partidários, os manuais escolares contêm erros (já sabiamos), imprecisões históricas gritantes, visões distorcidas de factos e, ainda mais aterrador, uma notória inclinação para a catequisação dos estudantes. Vão ler que vale a pena.
Resta saber agora o que será pior: fotocópias de obras de referência (ilegais) ou súmulas de ideologia(aparentemente legais)?
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