domingo, 14 de dezembro de 2008

Imigração de luxo


Ao contrário da Alemanha que teimosamente insiste em dizer que a iniciativa privada consegue vencer a crise, o estado português resolveu apoiar a economia.
Portugal foi o primeiro país da Europa a chegar-se à frente para aceitar prisioneiros de Guantanamo.
Como a actual código penal praticamente esvaziou as prisões e como os crimes mais comuns ultimamente envolvem pessoas ilustres que dificilmente irão dentro, saúda-se mais uma boa medida.
Afinal é necessário salvaguardar os postos de trabalho de todos quantos directa ou indirectamente dependem do chamado movimento prisional. As celas vazias são mais um sinal da crise e, neste caso, será a importação e não a exportação a criar fluxos financeiros. Nem Keynes faria melhor.
Fica apenas por explicar, embora não seja importante, se esta transferência é um bonus ou um castigo para os prisioneiros. Em Guantanamo estavam nas Caraíbas, as instalações eram mais modernas e tinham fardas fluorescentes.
A única coisa onde não vão notar diferenças é em relação ao momento em que serão julgados. Tal como em Cuba, também entre nós sabem que vão passar muito tempo à sombra antes de lhes ser feita justiça. E como os americanos provavelmente pagam a estadia à peça, deverão ser julgados ainda mais tarde que os habituais sete ou oito anos.

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