segunda-feira, 16 de agosto de 2010

da bioTecnologia



De repente veio-me à memória que em 1996, quando me liguei à net com o meu "netpac" e a minha linha analógica de 58k, comprei um livro com endereços de websites catalogados por assunto.
Não quero mentir, mas penso que foi editado por José Magalhães, esse mesmo, o deputado, considerado na altura o supra-sumo da internet em Portugal.
Hoje, o supra-sumo deve ser algum miúdo com a cara cheia de borbulhas e uma vida social mal resolvida. Ou talvez não.
Porque a internet, afinal, não passa do sonho americano expandido para píncaros ilimitados. Por aqui qualquer um pode ser aquilo que quiser. Qualquer um pode ser qualquer outro.
É fascinante e ao mesmo tempo assustador.
O que está em cima da mesa neste momento é precisamente o único limite da rede: o limite humano. A única coisa que impede que a tecnologia ao serviço da internet vogue a velocidades astronómicas, somos nós.
O travão principal são os interfaces: os ecrans, o som, os teclados. A barreira entre a biologia e a tecnologia.
No momento em que o inpensável está a acontecer, em que os telemóveis comem diariamente quota de mercado aos computadores no acesso à internet, em que o ser humano acha fantástico ver filmes em ecrans que têm cinquenta vezes menos dimensão que o ecran normal de um televisor, a biologia começa a deixar-se conquistar no seu próprio espaço. Não é a máquina que se adapta ao Homem, é o Homem que tem que se adaptar à máquina.
Sinceramente, tenho dificuldade em decidir se isso é bom ou mau...

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