domingo, 25 de janeiro de 2009

O princípio da incerteza


É histórico o "amor" que Carlos Cabral nutre pela figura das empresas municipais. Concordo com os argumentos que utiliza para não as permitir no nosso concelho enquanto tal lhe for permitido e a história de tais instituições no nosso país tende a dar-lhe razão.
Depreende-se, por declarações ao JN, que a actual direcção da Associação do Carnaval da Bairrada, a braços com constrangimentos anteriormente inexistentes, até veria com bons olhos que fosse criada uma estrutura mais profissional para evitar a morte do carnaval da Mealhada.
Em entrevistas avulsas aos jornais do concelho, os responsáveis das escolas de samba têm vindo a demonstrar cada vez menos vontade de coabitar com esta insegurança. As escolas têm já dimensão suficiente para, mesmo no carnaval, não levarem as coisas a brincar.
A análise fria dos números leva à conclusão que não é muito viável (naquele local) a possibilidade de aumentar, seja a quantidade de público nos corsos, seja o preço dos bilhetes. É pois necessário buscar outras fontes de receita e afinar o controlo dos custos. Sempre estamos a falar de uma organização que lança anualmente um corso a céu aberto em pleno Inverno e que precisa de vários milhares de pessoas pagantes para sustentar essa mesma organização, rezando para que não chova. Um grupo de gente corajosa, mesmo com subsídios da câmara...
Banalidades, dir-me-ão.
Pois sejam, mas o diagnóstico está feito e não foi por mim e creio que mesmo sem problemas com o fisco, o carnaval de 2009 seria na mesmo preparado em cima da incerteza como foram todos os anteriores.
É preciso estudar o problema na sua génese. A Mealhada tem dois carnavais (o que fazemos para nós e o que fazemos para fora) e estes têm demonstrado alguma dificuldade em coexistir.
Se se pretende que o carnaval seja a nossa festa anual, a festa que o povo da Mealhada vive intensamente e para o qual muitíssima gente contribui, que seja. Faça-se para consumo interno com custos de consumo interno e resultados semelhantes.
Se o objectivo é o de fazer com que o carnaval da Mealhada seja cada vez mais uma grande festa de nível nacional (que já é), é necessário ostentar um grau de exigência que permita a manutenção desse estatuto, mas isso fica caro.
Será que o peso do carnaval em termos de notoriedade do nosso concelho é suficientemente forte que, mesmo não sendo rentável, justifique a prazo todo o esforço?
Será que é possível manter o glamour e mesmo assim conseguir ser rentável?
Será que não existem outras formas de profissionalizar o carnaval sem ser a empresa municipal, de o tornar uma instituição activa durante todo o ano que permita buscar outras fontes de receita para diminuir a dependência dos humores do S Pedro num Domingo e numa Terça-Feira de Inverno?
A opinião de Carlos Cabral já todos conhecemos. E a dos outros putativos candidatos ao lugar que actualmente ocupa?
Afinal estamos em ano de eleições e, pela informação disponível, não se sabe se Carlos Cabral será candidato.
Nem ele nem mais niguém!

12 comentários:

  1. Pedro Costa as tuas análise parecem ser feitas do País das maravilhas.
    Então acha mesmo possível ter um Carnaval com dimensão Nacional com um dirigente como o Saldanha?
    Com João Peres na retaguarda?

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  2. Cabral tem a mesma posição de sempre. É céptico em relação a empresas municipais.
    Carvalheira candidato do PSD dirá o que quiserem ouvir porque não tem ideia nenhuma.
    Marqueiro primeiro reune com Peres e logo sairá a solução.

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  3. A TRAMA
    A Mealhada vive com uma sombra. Essa sombra tem o nome de JP(Padrinho). JP(Padrinho)precisa de uma mudança urgente na Câmara para conseguir resolver a divida do Hospital.
    Por um lado tem a solução A (Marqueiro) e por outro a solução B (Carvalheira). Vai apostar nas duas frentes contra Cabral.
    Estará disposto a dar o tudo ou nada pela mudança. A subserviência de Marqueiro tem anos de compadrio profissional e amizade. Marqueiro goza de apoio que lhe permite decidir sózinho sobre as mais diversas questões.
    Carvalheira com a reconhecida falta de sensibilidade política rodeia-se de tudo o que é fraco a troco de pequenos favores que JPPadrinho vai cobrindo.
    Uma verdade é que JP(Padrinho) pode ganhar as próximas eleições. Desde que consiga correr com Cabral.

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  4. Que análises sem graça.
    Qualquer das três.
    Todas se situam ao nível da pura cuscuvilhice de comadres desavindas. Cuscuvilhices deste jaez a nada conduzem. São apenas cuscuvilhices.
    Será que na Mealhada não existem cérebros que pensem, realmente, e que procurem, sinceramente, uma solução para os problemas?
    Estaremos condenados ad eternum aos comentários sórdidos das velhas do soalheiro?

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  5. ...Velhas do soalheiro que se comprazem apenas em desenferrujar a língua, o seu máximo prazer... mas que, na realidade, não resolvem problema algum.

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  6. ...Estas velhas são, afinal, umas inúteis. Mais valia estarem caladas.

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  7. Tens razão António Miranda Ferreira.
    Diz ao Carvalheira o que deve fazer em matéria de Carnaval que o coitado ainda pensa que é o mesmo que futebol.

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  8. António não tens vergonha de ter como chefe um mentecapto?

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  9. Infelizmente o Milha tem os dias contados. Perdeu a graça a partir do momento que se soube quem era o seu autor. António Miguel. Esteve bem até a fidelização canina que jurou ao Carvalheira.
    Caput! Morreu e só lhe resta inventar outro blog porque este deixou de ser anónimo.

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  10. Lindas as declarações do ilustre presidente da ACB!

    Tão tão tão lindas... que tendo saido no Jornal de Notícias foram hoje tema de gozo no Café da Manhã da RFM.

    "Vamos ter de pagar impostos. Temos as Finanças em cima de nós, pelo que vamos ter mais despesas do que era normal nos eventos dos últimos 30 anos. Até livro de recibos vamos ter!"

    Às vezes é dificil uma pessoa resumir as suas próprias capacidades.
    Outras vezes, sem que se aperceba, saem-lhe todas espelhadas em 2 ou 3frases!

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  11. Quando uma ideia é assim tão bem explicada, é impossível não perceber e difícil não concordar. O carnaval chegou a um ponto em que ou abraça o “amadorismo” ou abandona o “amadorismo”... Não pode continuar a querer ser uma criança com presunções de adulto (ou pior, um adulto com presunções de criança)

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  12. Gostei da tua leitura da situação. Estou convencido que das respostas às perguntas enunciadas pode sair uma reflexão interessante para o futuro do Carnaval.

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