Em tempos idos de fanatismo religioso ocidental, apelidámos de infieis todos os infelizes que não professavam o credo oficial do auto proclamado lado mais evoluído do mundo. A religião católica representava por essa altura os países mais modernamente armados e a fé serviu de mote a muito saque e a muita violência devidamente "autorizada" e recompensada pelo divino.
Felizmente esses tempos de obscurantismo já passaram e o ocidente vive hoje uma época de miscigenação religiosa, de tolerância opinativa e, na maioria dos seus países, de laicismo assumido.
A fé, nas sociedades ocidentais, serve hoje para unir, para ajudar os acólitos a ultrapassar as pedras do caminho, para guiar quem crê e para promover o diálogo e o respeito entre os variados credos.
Lá para os orientes a coisa não é bem assim. O Corão professa uma religião bélica (ao contrário de Jesus Cristo que foi um desgraçado, Maomé era um guerreiro), uma religião que sempre que as circunstâncias lho permitem deve impôr-se, mesmo que pela força, tratando ainda hoje como infieis todos os que não professam os seus ensinamentos.
A figura do muçulmano não praticante (tal como a do judeu não praticante) simplesmente não existe. Ou se é ou não se é e nisso eu tendo a concordar. A religião deve ser levada a sério e não apenas tirada da gaveta quando se nos afigura confortável usá-la.
As comunidades muçulmanas no ocidente são na sua maioria pacíficas e conseguem ler com moderação as partes mais impositivas do Corão. Há, no entanto, partes das suas escrituras que não são passíveis de leituras light e entre elas encontra-se a questão do papel da mulher na sociedade.
Aos olhos do mundo ocidental e do direito vigente nesse mesmo mundo, a religião muçulmana subalterniza a mulher, humilha-a, oprime-a e retira-lhe toda e qualquer réstea de dignidade.
Aos olhos do Islão a mulher é protegida, adulada e venerada, recatada, pura e casta. Atributos que lhe garantem severos castigos sempre que são postos em causa pela própria ou por terceiros. No entanto, os (gordos) números da violência doméstica sobre as mulheres no mundo ocidental são algumas vezes utilizados pelas comunidades muçulmanas como arma de arremesso que, convenhamos, tem o seu quê de lógico.
Pelo que as espera e porque estão formatadas de uma maneira completamente diferente, é realmente importante que as mulheres ocidentais estudem previamente a realidade muçulmana antes de a abraçarem, sob pena de efectivamente se meterem numa carga de trabalhos. É que mais tarde será sempre tarde demais.
Claro que mais forte que tudo isto será sempre o alucinante poder da paixão e a eterna magia do amor.
Dom José Policarpo terá sido imprudente na escolha das palavras, mas os lideres da comunidade muçulmana portuguesa souberam ser moderados.
Falta só a opinião dos idiotas do costume que acabarão como sempre por tentar tocar fogo ao paiol.
Como já comentei em algum blog (não me lembro se foi neste) detesto ser "desinformada"!
ResponderEliminarComecei por ouvir "a frase" de D. José Policarpo no programa da manhã da Antena 3, completamente descontextualizada e, como já seria de esperar, imediatamente atacada.
Infelizmente a experiência adquirida perante os media tem-me conduzido a uma 1ª atitude de desconfiança perante estas frases tiradas de contexto com o objectivo de provocarem revoltas, criticas e audiências...
Ouvi mais tarde uma parte alargada da tertulia com D. José Policarpo na TSF. A escolha das palavras pode não ter sido a melhor mas no contexto entende-se o seu significado e objectivo e não agride.
Claro que nos assiste o direito de discordar (o que não é o meu caso) mas cansa-me ver os nossos media a fazerem uso de tudo e todos para causarem as suas polémicas e fabricarem audiências.
Nos blogs é ainda mais fácil "bater no ceguinho". Felizmente essa não é a história do "Chá com Porradas". Os meus parabéns por mais um post muito lúcido!
Parabéns Pedro!
ResponderEliminarNão era de estranhar, mas todavia está um post bem feito e esclarecedor para um problema sério quando as pessoas não estão informadas sobre o islão, ou melhor sobre o que diz o Corão. Dom Policarpo não criou polémicas, pelo que vi e ouvi na tertúlia com Fátima Campos Ferreira, falou de muitos assuntos, assuntos reais e polémicos para a sociedade portuguesa (igreja católica e sociedade), pena foi que certa comunicação social tenha retirado desta tertúlia só o que poderia gerar contendas entre a igreja e a comunidade muçulmana residente em Portugal.
Tais intentos não foram totalmente conseguidos, porque o líder espiritual do islão em Portugal também é extremamente inteligente sem missivas radicais.
Por um lado toda esta contenda veio demonstrar, que quem conhece as duas religiões casam-se e mostram sinais de que estão felizes. Por isso certo jornalismo “sério”, aquele que faz realmente jornalismo, mostrou testemunhos de professores universitários e não só que comungam (ele ou ela) do islão e praticantes e cristãos praticantes (Prof. universitários mostram o nível formativo). E segundo os vários relatos o segredo está no amor, na tolerância e no respeito mútuo. E como em tudo na vida, havendo tolerância tudo é possível, a religião não é impeditivo para sermos felizes, desde que aceitemos as nossas diferenças. Diferenças quer sejam na religião, na política e nas deficiências físicas etc. mostra que todos pudemos viver melhor se abandonarmos o radicalismo, esse radicalismo ou fanatismo que consome o mundo em guerras.
Não podemos classificar os islamitas só como pessoas radicais e fanáticas, embora os haja, como em outras religiões e não só religião
Foi aí que Dom Policarpo quis demonstrar, chamar atenção, de que se deve ter o profundo conhecimento da religião e da pessoa com quem nos vamos casar, porque para os católicos como para outras religiões o casamento é um passo para uma vida, em que só a morte nos deve separar.
Em Portugal esses casamentos entre católicos e islamitas são feitos na maioria dos casos por amor e profundo conhecimento das religiões em causa, o que faz com que se casem só no civil para que cada um siga o seu credo.
Por isso a tolerância, o respeito pela diferença cada vez faz mais sentido nesta nossa vida!...
Sabem porque é que o Gaius não assume que é o Miranda Ferreira?
ResponderEliminarPorque tem vergonha de ser conotado com o César.
E tem razões para isso!!!
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