domingo, 23 de setembro de 2012

"Estou a morrer, Pedro."
"Estamos todos" era o melhor que eu conseguia produzir como resposta.
O pior é que era verdade. E o seu eu médico, a laborar em causa própria, não lhe permitia não ser lúcido.
Foi hoje.
Bateu o som do sino e a Elsa, que acerta sempre, cumpriu.
Morreu o dr. Rocha.
Subiu com o Verão e deixou-nos a chuva para mascarar as lágrimas.
Em troca, entrou-nos um Outono pela alma dentro.
É sempre antes do tempo, mas em alguns parece ser mais antes.
Descanse em paz, meu caro amigo.
Pode ser que sejamos um dia surpreendidos pelas nossas descrenças e ainda nos reste tempo para mais um dedo de conversa ao correr da eternidade.
Quem sabe...