domingo, 28 de fevereiro de 2010

Defesa do consumidor

O artefacto constante da foto acima tem um aspecto sofisticado, vende-se como sendo um aparelho sofisticado e é na prática um aparelho sofisticado.
Tem touch-screen, permite o acesso à internet e concomitantemente às redes sociais, é user friendly, fotografa, filma, permite organizar o nosso dia a dia, dá para ouvir música, dá para ouvir rádio e, se ainda sobrar tempo, pode ser utilizado para comunicar.
O chacomporradas testou o aparelho em cento e noventa items diferentes, tendo o mesmo obtido excelente nota na grande maioria, com excepção da estanquecidade e das normas aplicadas à lavagem em máquina de roupa. Neste último item terá mesmo obtido apreciação negativa. Mesmo em programa óptimo para cores escuras, o aparelho sofreu alteraçõespermanentes: o ecran ter-se-á transformado em algo parecido com um desodorizante de sanita.
Aconselha-se a limpeza com um pano seco.
Solicita-se apoio jurídico para processar o responsável por me ter calhado um filho encantador mas que não esvazia os bolsos antes de mandar a roupa para lavar e uma mãe do filho, igualmente encantadora que, conhecendo o filho como conhece, não controla os bolsos da roupa que ele manda para lavar.
E ainda me dei ao trabalho de desmanchar a porcaria do telefone para secar. Quando abri o ecran até fez caracóis.
Escusado será dizer que em vão.
Pelo menos cheirava a Skip...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

E ainda se está a rir

Bastaram uns ventitos ligeiramente mais fortes e pimba.
Um dia inteiro sem electricidade.
Felizmente que no Brasil, ou onde raio a EDP ou a REN ou lá como se chamam agora, enterram o dinheiro dos nossos impostos e a fortuna que pagamos todos os meses, têm uma soberba rede eléctrica.
Lá é tudo novinho!
Acima de tudo há que dar uma boa imagem do nosso país no estrangeiro.
Por cá, os nativos que se aconcheguem junto à lareira a jogar dominó até queimarem a velas todas.
Depois, xixi e cama.
De certeza que no dia do débito directo em conta bancária não falta a luz.

Elementar, mas em bom!


À partida, as expectativas já estavam muito elevadas.
De um lado Guy Ritchie, pai do soberbo "Snatch" (o filme mais antigo que guardo no meu hard disk e ao qual regresso com alguma regularidade) e do alucinante "Rock 'n' Rolla".
Do outro lado, Sherlock Holmes, um dos meus interesses na vida, um interesse forte o suficiente para ter todos o DVDs (originais) da serie protagonizada por Jeremy Brett, grande parte dos livros de Conan Doyle, uma placa de Baker Street igual à original aparafusada à porta do escritório, o cartão pessoal do "consulting detective" emoldurado e a memória bem viva do dia em que realmente entrei no nº21b da artéria londrina.
Não fui defraudado.
O filme Sherlock Holmes tem um rigor histórico assombroso, uma fotografia imaculada, um set perfeito e recheado de pormenores, dois protagonistas (Robert Downey Jr. e Jude Law) que parecem ter crescido juntos, uma história algo enfabulada mas que vai ganhando verosimilhança com o decorrer da acção e uma realização extremamente personalizada.
Guy Ritchie está lá na crueza dos pormenores (a lama das ruas de Londres do secXIX é igual à do baldio onde estão acampados o cigano Brad Pitt e os amigos em Snatch), Guy Ritchie assina um estilo nos constantes flash backs que desatam a história sempre que tal é necessário.
E a música.
Antes como agora, uma banda sonora de antologia.
Infelizmente, este filme nasceu no mesmo ano da parafernália filmada em Playstation Portable que dá pelo nome de Avatar. Não fora isso e ganharia muito mais Oscares que aqueles que garantidamente já arrecadou.
Sequela já em fase de pré produção com estreia prevista para o próximo ano.


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Bom fim de semana

Sinais de fumo


A cada dia que passa aparecem mais pessoas que sabiam do negócio da TVI.
Tantas, que neste momento começa a parecer mais grave o Primeiro Ministro não ter sido informado do que tê-lo sido. Segundo alguma imprensa, até a oposição sabia.
Se a somar a tudo isto, ainda há escutas que alegadamente dão a entender que José Sócrates até demonstrou não estar agradado com o negócio, porque razão continua ele a negar?
Podia ter morto o caso à nascença e sair imaculado, mas optou por não o fazer.
Se se tivesse posto logo de fora, estaria agora, de bancada, a assistir à brilhante explicação que os seus camaradas "escutados" deveriam ter que dar ao país para percebermos todos uma coisa simples: como é que em Junho já sabiam que Luis Figo iria dar, em Agosto, uma entrevista onde (com todo o direito) demonstrou o seu apoio ao surpreendido Primeiro Ministro.
Também aqui é estranho que José Sócrates só tivesse conhecimento do apoio de Luis Figo após a famosa entrevista quando, alegadamente, toda a gente sabia, pelo menos desde Junho.
Esta escapou ao Miguel Sousa Tavares. Terá sido do fogo, ou do fumo?

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

depois de enterrar os mortos e de cuidar dos vivos...

Delicatessen

A Páscoa devia apresentar-se com a mesma antecedência com que se apresenta o Natal.
Se em finais de Agosto já é quase Natal, em finais de Dezembro devia já ser Páscoa.
Chega esta altura e acordo a salivar pelas delicadas drageias de licor "Bonjour" da fábrica Arcádia que fica ali para os lados dos Clérigos, no Porto. Uma simpática loja, a lembrar tempos idos e que merece uma aturada visita - atenção ao chocolate com sabor a alfazema, que requer, pelo menos, habituação, ou quiçá muito boa vontade. Mas tudo o resto redime esse deslize. Então as linguas de gato de chocolate...
Por cá, pela aldeia global, e enquanto não chegam as drageias de licor, recomendo quentinhas a sair do forno, as amêndoas cobertas de chocolate e polvilhadas com nada menos que... canela - a fazerem coceguinhas no palato.
Onde?
No palato.
Não, no Lidl, claro!

Post Scriptum - drageias "Bonjour", costumam apanhar-se, a intermitências, pelo Intermarché.

Para mudar uma lâmpada, quantas pessoas são necessárias?


Depende do tipo de pessoa:

Gays
Seis: um para trocar e cinco para ficarem a gritar: Linda! Poderosa! Maravilhosa! Divina! Tuuudo!

Beatas
Duas: uma troca a lâmpada enquanto a outra conta toda a sua vida.

Psicólogos
Apenas um, mas a lâmpada tem que QUERER ser trocada.

Loiras
Cinco: uma para agarrar a lâmpada e outras quatro para rodarem a cadeira.

Bêbados
Um, só para segurar a lâmpada, enquanto o tecto vai rodando.

Portistas
Nenhum... Temos o estádio do dragôm, não precisamos dessa m**da da luz para nada!

Machões
Nenhum: macho não tem medo do escuro.

Betinhas
Duas: uma para segurar a Cola light e outra para chamar o papá.

Espanhóis
Só um: ele segura a lâmpada e o mundo gira ao seu redor.

Mulher com síndroma pré-menstrual
Só ela! SOZINHA!! Porque NINGUÉM, dentro desta maldita casa sabe trocar a m**da duma lâmpada! São um bando de IMPRESTÁVEIS!!! Nem percebem que a lâmpada fundiu! OS INÚTEIS podem ficar em casa às escuras por três dias antes de notar que a porcaria da lâmpada queimou! E quando notarem, vão passar mais cinco dias à espera que EU troque a lâmpada, porque eles acham que EU sou a ESCRAVA deles!!! E quando se derem conta de que EU não vou trocar a lâmpada, OS INCOMPETENTES ainda vão ficar mais dois dias às escuras porque não sabem que as lâmpadas novas ficam dentro da m**da da despensa! E se, por algum milagre, OS INFELIZES encontrarem as lâmpadas novas, vão arrastar a poltrona da sala até o lugar onde está a lâmpada queimada e vão arranhar o chão todo, porque são INCAPAZES de saber onde a escada fica guardada! É inútil esperar que eles troquem a lâmpada, então sou mesmo EU que a vou trocar! E como EU sou uma mulher INDEPENDENTE, vou lá e troco! E DESAPARECE DA MINHA FRENTE!!!


Enviado pelo meu amigo Jorge Xavier

Ponto da situação ll


O maior e mais completo estudo alguma vez feito acerca de nós, não está feito, está a fazer-se, e bem, aqui.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ponto da situação


Não me considero mais nem menos permeável que qualquer outra pessoa.
Sou suficientemente permeável para achar até que ninguém, no seu perfeito juízo, consegue manter-se insensível a todo este lamaçal que se despencou dos picos do poder (político e judicial) e escorreu até ao mais profundo dos esgotos - e falo em partes iguais de quem defende e de quem ataca José Sócrates.
Para quem ainda não atingiu, fala-se hoje de escutas (só faltava eu!).
Parece-me óbvio que nada disto vai ter mais consequências que aquelas que já teve. E ainda bem que assim é: se um dia alguém se lembra de levar este país a sério, perdemos todo o nosso glamour. O nosso "je ne sais quoi".
Neste momento, ninguém quer que o governo caia (nem mesmo Alberto João Jardim) porque não há como substitui-lo; apesar de nada se deslindar das intenções da PT o facto é que a golden share foi esvaziada; o PGR conseguiu finalmente resumir a meia dúzia os suspeitos das fugas de informação; a lei das finanças regionais está na gaveta; o orçamento vai ser aprovado; o Louçã mostrou postura de Estado quando falou da Madeira (é preocupante, mas passa-lhe) e o nosso Primeiro voltou a enjaular o animal feroz.
Como qualquer bom e honesto português, o nosso Primeiro transpira portugalidade: não a portugalidade postiça dos tipos que descobriram o Brasil por acidente, mas a portugalidade dos que teimam em desfiar a borrasca cuidando que se esgueiram por entre os pingos da chuva. A nossa portugalidade, a que está escondida em todos nós, mesmo quando não damos por ela.
É isto que faz da democracia a forma mais encantadora de exercer o poder. A possibilidade de qualquer um poder ser alguém. O Olimpo aberto ao povo.
Quase que apostava o meu polegar direito em como José Sócrates nunca sonhou vir um dia a ser Primeiro Ministro deste país. Se tal tivesse sucedido, teria sido mais cuidadoso na construção do curriculum, na escolha dos amigos, nos apoios à família.
Existem em Portugal centenas de milhar, senão milhões de almas que não desdenhariam vir a governar o país e que têm no seu passado coisas das quais não se orgulham.
Será lícito tanto escrutínio?
A democracia, afinal, é ou não é uma emergência da populaça? É ou não o governo pelo povo?
Se o nosso povo tem estas idiossincrasias, porque insistimos em negá-las aos detentores dos cargos públicos?
O facto de termos no passado governantes de alta craveira, políticos engomados até ao elástico das cuecas, alguma vez nos tirou do buraco?
Nunca votei em José Sócrates, presumo que me cresceriam pêlos no céu da boca se o fizesse, mas não posso negar que lhe admiro a desfaçatez, a resistência, aquela chico-espertice que faz de nós um dos povos mais cativantes do mundo. A anos-luz, felizmente, de tipos enfadonhos como os noruegueses, os dinamarqueses ou os suecos (excepto as suecas).

E agora algo completamente diferente:

Quem é que teve a brilhante ideia de colocar a filha mais nova do maestro Victorino d'Almeida na comissão de ética do parlamento? E porquê?
Tem-se mostrado irritante, pedante, jocosa (no mau sentido), inconveniente, falsamente seráfica, presumida e, irritante (esta acho que já disse). Se fosse um homem já lhe tinham chamado palhaço.
Ah! E alegadamente trabalha (a moça) para aquele tipo que se demitiu da PT, o primeiro a sair, o tal que alegadamente meteu uma cunha para o Figo receber a massa do BPN, pelos vistos sem sucesso.
Alegadamente.
E vive em Paris, a moça, presume-se a que eXpensas, de onde se desloca, sabe-se a que eXpensas, para poder dizer que finalmente tem uma profissão. São estas coisitas e estas contitas que rebentam com o erário público. Desde o tempo em que alegadamente Torres Couto assentou arraiais nos Açores, alegadamente, para engordar a ajudita de custo da deslocação ao "contenante".

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mosteiro dos Jerónimos


Não é obviamente comparável à presença física, mas para quem não tem essa possibilidade ou apenas para aguçar o apetite para uma visita, eis uma viagem virtual a um dos monumentos mais emblemáticos do nosso país.
O link está aqui e foi-me enviado pela minha amiga Marta Marques.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O volte-face

O Dr Fernando Nobre, homem de inegáveis qualidades humanas e de comprovado pluralismo político, almeja, dizem, Belém.
Eis o empurrão que o PS esperava para clarificar o futuro.
O Bloco de Esquerda deixou neste momento de achar piada a Manuel Alegre. Vai adoptar Fernando Nobre e começar imediatamente a dizer que Alegre afinal nem era tão "cool" como parecia. Trata-se, dirão, de um perigoso facínora que mata animaizinhos nas suas caçadas e pescarias e que às tantas até é pessoa para gostar de touradas.
Cairá assim o único entrave ao re-casamento entre Manuel Alegre e o seu amor de toda uma vida.
O mundo parece começar a endireitar-se e as coisas regressam calmamente à normalidade.
José Sócrates acabará por ceder e Almeida Santos abençoará esta reunião de facto declamando a parábola do filho pródigo.
Os degenerados do verde eufémia acabarão por eventualmente atirar à cara de Louçã todos os pecadilhos do seu passado recente e saudarão o seu regresso às origens.
Enredado em todas estas tramas, Fernando Nobre irá obviamente perder as eleições e descobrir que não basta ser-se bom: é preciso ter-se manha e saber com quem se acompanha.

Chicos-espertos

Foi apresentado esta semana um estudo europeu que chega à brilhante conclusão de que os estudantes, independentemente de credo, raça ou sexo, se limitam a retirar da internet os trabalhos que lhes são pedidos, muitas das vezes recorrendo a traduções automáticas.
Infelizmente só os autores do estudo é que não conheciam o fantástico reino do "copy-paste".
A dada altura também me deixei enredar por estes artefactos e acabei a coleccionar algumas peças de antologia. Herdei desses tempos a expressão "Mundo Guerra Dois", tradução livre do inglês "World War ll", ainda no tempo em que a culpa de tudo isto não era da Dra Maria de Lurdes Rodrigues.
Desde textos pouco mais que ilegíveis à invenção de novas expressões ou de novas construções gramaticais, tudo se consegue apanhar. Coisas tão aberrantes, às vezes, que só demonstram que os "autores" dos trabalhos nem sequer se dignaram lê-los antes de os entregar.
Num esforço para dar algum crédito à coisa, houve quem passasse a exigir aos meninos a indicação da bibliografia consultada. Pura perca de tempo, excepto se considerarmos como bibliografia os termos "internet", "google" ou "yahoo".
Houve ainda quem se desse ao trabalho de exigir a apresentação dos trabalhos em forma manuscrita. Como brilhante resultado, dão efectivamente mais trabalho a quem os faz, mas dão MUITO mais trabalho a quem os lê. E tudo para se descobrir no final que não passam de transcrições de textos retirados da net.
Conheço esta realidade há perto de 10 anos, portanto não estou espantado.
O que realmente começa a tomar proporções alarmantes é o vício ter passado para o outro lado da barricada.
Ultimamente, tenho assinado testes do meu filho cujo enunciado não é mais que uma fotocópia de uma página de um qualquer livro de fichas acessível a qualquer pessoa ou um teste retirado da net de um daqueles sites das editoras de livros escolares.
Os alunos, ao serem artolas, vivaços ou até piratas, estão a dar largas à sua condição de garotos: cumpre a quem os educa, indicar-lhes o melhor caminho.
Os professores, ao adoptarem comportamentos semelhantes, estão a ser relapsos, malandros e incompetentes.
E com isso premeia-se a espertalhice em detrimento do esforço.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Arrepiante

No melhor pano...


"Toyota pode enfrentar centenas de processos nos EUA.
As falhas técnicas em veículos da marca japonesa poderão ter provocado 34 mortos nos EUA. O construtor terá ainda de explicar às autoridades do país quando é que se apercebeu destes problemas."
in TSF

da previsão


Provavelmente, haverá imensos sites com informação meteorológica muito completos e muito user-friendly.
Este (clicar aqui) é norueguês, e comparado com o do nosso Instituto de Meteorologia e Geofísica deixa-o a anos-luz.
Indicou-mo um atleta de percursos de orientação quando lhe disse que a nível nacional só conseguia dar-lhe informações até à próxima sexta-feira, e mesmo assim sem previsão de temperatura.
Às vezes, o que nos falta é só uma coisa: Mundo.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sportingbook farmville

Foto roubada no Facebook ao meu amigo António Fonseca, um sportinguista com fair-play ou acomodado como hoje se diz...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Milú dá voltas no túmulo


"Os alunos que excederem o limite de faltas vão deixar de ser obrigados a fazer provas de recuperação com a matéria das aulas a que não assistiram.
(.../...)
Não se sabe ainda, porém, de que forma será feita a avaliação dos alunos que excederem o limite de faltas."
Sol online


E que tal chumbarem? Hein?
Isso é que seria muito à frente!
Bom. Também não é preciso exagerar.
Desculpai.
Entusiasmei-me.
Não volta a acontecer.

Tiro no pé


O país está como está e mesmo assim ainda nos damos ao luxo de afastar o investimento estrangeiro. Mais uma unidade de produção que foi forçada a deslocalizar-se, desta vez na Região Oeste, deixando algumas empresas dependentes olhando o futuro com incerteza.
A cooperativa agrícola de Óbidos interroga-se o que irá agora fazer aos sacos de Amónio que encomendou para fazer frente à procura dos últimos tempos. Desde os tempos em que se pensava que o "Fertor é fartura" que não havia tanta procura de fertilizante.
Quando finalmente percebermos que com a globalização deixou de haver diferença entre investimento nacional e estrangeiro e que estes proteccionismos absurdos não levam a lado nenhum , já será demasiado tarde.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Economia a sério


"Depois dos 'Pigs', Portugal está agora entre os 'Stupid'

‘STUPID’ é a nova sigla que circula nos mercados para referir os países que podem ser afectados por um efeito dominó em caso de falência da Grécia: Espanha, Turquia, Reino Unido, Portugal, Itália e Dubai.
O acrónimo ‘PIGS' (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) parece já ter passado à história. Isto porque o que está agora na ‘boca' dos mercados é a sigla ‘STUPID', uma situação que deve preocupar o Reino Unido. É que apesar de não ser um dos ‘PIGS', o país de sua majestade é considerado ‘STUPID' e como o acrónimo pode ser contagioso, o Reino Unido tem de se distanciar dos outros.
Já Portugal está nos dois grupos, uma situação nada lisonjeira. Mas comecemos pelo primeiro acrónimo. A expressão 'PIGS' foi muito utilizada em 2008 por jornalistas britânicos e norte-americanos para se referirem aos quatro países europeus: Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha, que partilham problemas de défices elevados, um histórico de grandes níveis de endividamento e altas taxas de desemprego.
A sigla voltou 'à baila' depois de Grécia, Portugal e Espanha terem atraído a atenção dos mercados devido ao desequilíbrio das contas públicas e subida dos indicadores de dívida. Os 'PIGS' (porcos em português) são os quatro países que estão a dar mais dores de cabeça ao conjunto da zona euro e ninguém quer entrar no grupo.
Mas a sigla 'PIGS' já tem ' sucessora' e, na semana passada, o Barclays Capital até avisou os seus analistas que a expressão teria de deixar de ser usada nos relatórios produzidos pelo banco.
Depois dos 'PIGS', chegam os 'STUPID'
Os especialistas começam agora a usar uma outra expressão para denominar os países que seriam afectados pelo efeito dominó em caso de falência da Grécia: os 'STUPID' (estúpidos) que é a sigla em inglês para Espanha, Turquia, Reino Unido, Portugal, Itália ou Irlanda e Dubai.
Hugo Dixon, colunista da Reuters, considera que o Reino Unido tem de se distanciar deste grupo e deixa três conselhos para o conseguir. São dicas que podem servir de exemplo para outros países na lista como Portugal.
Em primeiro lugar, os políticos devem evitar qualquer comparação entre o Reino Unido e a Grécia. Mas segundo o mesmo colunista, David Cameron, o líder do partido conservador da Oposição, está a cometer o grave erro de sublinhar as semelhanças entre Reino Unido e o país helénico. Esta postura, escreve Dixon, pode, no limite, ajudá-lo nas eleições, que devem realizar-se em Maio, mas quanto mais a Grécia e o Reino Unido forem associados, pior.
Em segundo lugar, diz, o Governo precisa de produzir um orçamento credível, possivelmente em Março. Num cenário ideal, este orçamento teria de incluir cortes fiscais suficientes para mostrar que o Reino Unido, que está a braços com um défice previsto de 13% do PIB este ano, adopta uma postura responsável.
Por último, o Governo deve identificar todas as possíveis formas da crise se alastar ao Reino Unido e desenhar os necessários planos de contingência.
Escreve o colunista, que se o Reino Unido não se proteger desta forma será verdadeiramente ‘stupid'."

Eudora Ribeiro
Económico
09/02/10

domingo, 7 de fevereiro de 2010

dos camarões


Não sou particularmente fã do género, mas resolvi espreitar.
Assim de repente, tirando o "2001 Odisseia no Espaço" ou o "Alien o oitavo passageiro", não me lembro de mais nenhum filme de ficção científica que verdadeiramente tenha despertado o meu interesse.
Este "Distrito 9" é realmente um filme interessantíssimo: uma mistura da metamorfose do Kafka com os "Transformers" num cenário de "Mad Max", mas com um fundo poderoso e uma mensagem bem real.
Um filme que não parece, mas foi feito com um orçamento relativamente modesto, que foi inicialmente "levado ao colo" por algum marketing viral da internet, mas que acabou por começar a reunir a sua legião de fans.
Fala-se já de culto.
Aguarda-se a sequela.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Para meditar


O texto que se segue foi-me enviado pelo meu amigo Jorge Xavier, desde Cabo Verde.
Fiz alguma pesquisa e confirmei que tanto o jornal como o jornalista existem na realidade no Botswana. Loose Canon é o nome da coluna e não o nickname do jornalista, segundo me apercebi. Transcrevo-o porque não o considero um manifesto racista. Vejo-o antes como uma nova abordagem de um velho tema. Uma abordagem madura e sem as grilhetas do preconceito.




The following is an article that appeared in The Sunday Standard ( Botswana ) of 24.01.10.
It was written by a black journalist who writes under the name 'Loose Canon' .

Haiti and the blacks!
by Loose Canon
24.01.2010 4:23:39 P

I hope black people will learn a lesson from the earthquake that hit Haiti .
If they don’t learn anything from it, then I throw up my hands in despair and give up.
Let’s start with a few basic facts.
Until the earthquake, I never knew there was a place called Haiti . I was taught geography at school but I cannot remember a time when the mistress told us about Haiti . It must have been one of those insignificant countries that we had no reason to know about.
I was fairly good at geography because I knew which country was on which continent. I also knew many capital cities. But as for Haiti I was clueless.
Now the whole world, including myself, knows about Haiti . I heard news of the earthquake on the radio. I wondered where Haiti was and what sort of people lived there.
Finally, when I switched on the television, I was informed that Haiti is an island out in the Caribbean . Television pictures revealed a place populated by black people.
From the non-stop television coverage of the earthquake, I got to learn about the history of Haiti . It was not a good history lesson. It would seem throughout its existence Haiti has suffered a series of natural calamities. In the process it has sunk even deeper into poverty and deprivation.
Like all places populated by black people, Haiti is poor. As I watched the television images, I felt very sorry for that forsaken place.
Then I was hit by a thunderbolt.
I wondered what if there were no white people. You see, when the earthquake hit Haiti somebody had to come to its assistance. There had to be a rescue effort. The Haitians who survived of course did their fair bit by digging out their families from the collapsed ramshackle buildings.
But such was the scale of the devastation and the loss of human life that a bigger effort was needed. For that sort of work, you need heavy lifting gear and other sophisticated rescue equipment. I have been following the story of the earthquake keenly. I can attest to the fact that the first people to arrive with sniffer dogs were white crews from all over the world.
The aeroplanes that set off carrying water and food were from white countries. Not only that, the teams of volunteer doctors that I saw on television comprised white people from across the world. As the sniffer dogs went into action, the organized rescue teams that carried the stretchers were made up of white people.
It was announced that a mobile hospital was on the way. It was coming from a white country. For all intents and purposes in the aftermath of the earthquake, Haiti was literally swarming with white people. They had all arrived to save the poor blacks. And the locals were so happy to see them.
Granted there were teams from the Orient such as the Chinese and Japanese. They too had quickly left their homes and families to go and assist the stricken people of Haiti .
It is obvious to everyone that this was a devastating earthquake and the work to repair Haiti and return it to a modicum of normalcy will take many years. Somebody had to commit funds to this effort. Most of the countries that have committed funds to aid the recovery are white. In fact, it would seem the whites are running the show in Haiti .
What is my point?
My point is that ever since Haiti was hit by the earthquake I have not seen any of my folks from Africa .
Unless the television cameras deliberately ignored them, I never saw a rescue team from my motherland. Nor did I see any sniffer dogs from down here.
Heck, I never saw a single traditional doctor busy divining where to find people buried under the rubble.
Haiti is a land of black people. I would have expected the place to be swarming with black people helping their own. They were nowhere to be seen. I never saw any ships from black countries pulling into the harbour.
As the air traffic circled above the small airport, none of the planes was reported as coming from Africa . The blacks were nowhere to be found. They issued tepid statements of condolence to the people of Haiti and a few of the African countries donated small amounts of cash.
Granted that was better than nothing. But I must say I was disappointed. I was sad because the blacks did not behave as I had expected.
You see, for far too long black countries have been insolent to the point of being abusive. They have a tendency of insulting the white man and telling him to keep out of their countries.
In Fact, black people have the temerity to tell white people they can perfectly survive on their own.
So I had expected the black countries to be consistent and behave true to form. Why didn’t black countries tell white countries to stay away from Haiti because we were quite capable of leading the rescue effort? We should have insulted them as we often do at international forums.
There, our countries insult white countries and accuse them of imperialism and neo colonialism. I was extremely disappointed when our countries failed to accuse white people of practicing imperialism and neo colonialism by coming to rescue the blacks of Haiti .
We should have told them we have better sniffer dogs that have been taught only to rescue black people. We should have told their ships to stay away and their planes not to overfly Haiti because we were up to the job with our own ships and aeroplanes.
We should have brought in our traditional food instead of the strange rations the Haitians are not accustomed to.
I am so disappointed by the black leaders that I hope never to hear them again bleating about how bad white people are. The earthquake in Haiti was the most opportune time to show the whites, once and for all, that we don’t need them.
From now onwards, I want black leaders to shut up and never accuse ever again, white people of being bad. I am sick and tired of big words such as imperialism and neo colonialism which are unable to rescue victims of the earthquake.
I hope this is not the last earthquake that hits a black country. I want the next one to specifically hit the residence of The Evil Self-centred Old Man in Harare , Zimbabwe who does nothing for his people. Then we will see if he will abuse the white crew coming to rescue him and his wife Ghastly Grace!

dos fogareiros


O Turismo de Portugal predispôs-se a apoiar mais uma aventura portuguesa no mundo da formula 1. Neste caso trata-se de Alvaro Parente, candidato a correr pela equipa Virgin.
O valor do apoio é quase obsceno, se tivermos em conta que estamos a falar de dois milhões de euros para escrever o nome de Portugal num carro que vai deslocar-se a perto de trezentos quilómetros por hora e que, tudo indica, se manterá em posições modestas da classificação, logo arredado das televisões.
Se já assim era obsceno, mais ainda se tornou a partir do momento em que se ficou a saber que Alvaro Parente será o terceiro piloto da equipa. Piloto de testes.
Em face de tudo isto, o Turismo de Portugal recuou.
Fez muitíssimo bem.
Por vezes, as campanhas de promoção mais eficientes não são as mais caras.
Penso que ninguém duvida que têm muito mais impacto (negativo, leia-se) nos fluxos turísticos as notícias de casas de turistas assaltadas de forma violenta no Algarve, do que (impacto positivo, leia-se) todo o dinheiro gasto em cartazes em Moscovo ou em carros de formula 1 que andarão apenas aos Sábados.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

de Espanha nem bom vento...


Apesar de ninguém gostar delas, a verdade é que as agências de "rating" têm um papel fundamental na economia de um país como o nosso que vive muito de endividamento externo.
Podemos estrebuchar mas temos que as engolir.
Infelizmente, a economia dos nossos dias vive muito do "diz-que diz-que", especulações, chamam-lhes os entendidos.
Ciente que não tem nada a ganhar em estar colada a nós, a Espanha mexeu-se.
O comissário Joaquin Almunia, convenientemente espanhol, arriou nos PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha).
A coisa até ia direitinha até ao momento em que, mesmo nos ditos PIIGS, resolve escalonar. E ao fazê-lo, juntou a Grécia e Portugal num nível e os outros três noutro mais acima.
Se calhar a nossa situação económica até nem está muito melhor que a da Grécia. Se calhar até temos muitas afinidades.
A verdade é que após o discurso do senhor Almunia, a nossa imagem externa degradou-se abruptamente.
Realmente é como dizem, bastam as especulções.
Mas sendo o senhor Almunia espanhol, estranho ainda ninguém (de cá) ter posto em causa a suas insinuações.
Ou será que as especulações não são especulações e neste particular manda o bom senso manter o recato?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Lula Pena

As guerras do ópio


Parece que anda a ser distribuída por algumas cidades da Europa, heroína turbinada com antrax.
À custa disso têm morrido alguns consumidores.
Como Portugal gosta sempre de estar "up-to-date" com estas modas, também já contribuiu com a sua quota parte de óbitos. Só em Coimbra já embarcaram três ou quatro.
É claro que toda a vida humana nos deve merecer respeito. Penso até que isso está fora de questão. Mesmo tratando-se de um produto ilegal, se está marado e mata mais depressa do que aquilo que é o tempo esperado para o fazer, é lógico que as autoridades têm que abrir a pestana.
O quadro legal muda: passa de tráfico para homicídio.
Se as autoridades judiciais não conseguem controlar o tráfico do produto quando ele é distribuído em condições "normais", o que é que as leva a pensar que o conseguirão fazer numa situação em que o agravamento do quadro penal levará a óbvios cuidados redobrados.
Se calhar começa a ser tempo de pôr de novo em cima da mesa o assunto "droga". Esta maneira hipócrita de tratar o assunto tem dado os frutos que estão à vista.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

My name is Crespo, Mario Crespo


Já tive oportunidade de expressar, embora como comentário em outro blogue, a minha opinião acerca da legitimidade de alguns escritos de Mário Crespo. Tal como alguns colegas, também ele tem por vezes alguma dificuldade em destrinçar a vida pública dos ódios ou paixões privados.
Mas obviamente que nada disso justifica a censura.
Precisamente numa altura em que tanto se fala dos ideais repúblicanos.
O texto que se segue não deu hoje à estampa no JN por razões, espera-se, outras que não as que o próprio texto indica.
O Sol transcreveu o texto censurado, tudo indica que, editorialmente censurado.