domingo, 30 de novembro de 2008

O Carnaval tambem leva a mal 2


Pelos comentários que o post anterior suscitou, deu para ver o interesse do assunto: nenhum!
Mas eu insisto, quanto mais não seja porque está a chover e porque não gostei da troca de galhardetes que gerou o post anterior.
Se o assunto era a suposta conotação entre o PSD e a ACB, o jornalista do JN foi questionar o Gonçalo Breda Marques porquê? O Gonçalo não pertence à Comissão Política do PSD, tão pouco tem neste momento a confiança política do partido e, que eu saiba, o Gonçalo nunca pertenceu à ACB. Aliás, enquanto vereador (ainda com confiança política) consta-me que apoiou a ideia da auditoria às contas da ACB, ele e os outros vereadores do PSD.
O Gonçalo garantiu-me que o JN o abordou nesses termos e que ele rejeitou liminarmente qualquer conotação entre as duas coisas. Ficou até surpreendido por o JN ter insistido na suposta conotação e por o ter escrito. Acredito que o tenha feito, mas deveria ter feito mais: deveria ter-se demarcado de forma assertiva desse assunto e deveria ter enviado o jornalista à sede do PSD para mais informações. Poderia ter estado melhor, mas como lhe estenderam o palco, não resistiu. Assim, mesmo sem querer, alimentou a cusquice.
Estranho que a comissão política do PSD não tenha ainda feito qualquer demarcação deste assunto.
Se calhar é por ser fim de semana prolongado.
É público que a opinião do orgão acerca da auditoria sofreu flutuações ao longo do tempo, mas é tambem clara a importância das declarações do seu presidente no despoletar de todo o processo.
Digamos que está tudo um bocadinho "em cima do muro".
O Carnaval da Mealhada é muito mais importante que estas tricas e a sua organização não se resume à malta que, alegadamente, "se vai divertir para o Brasil".
Se a Câmara Municipal da Mealhada resolver tomar em mãos a realização do evento em moldes que possam ajudar o desenvolvimento turístico do nosso concelho, acho uma excelente ideia, podem contar com a minha colaboração, obviamente desinteressada.
Primeiro porque não acho piada nenhuma ao evento o que tornaria a minha modesta suposta colaboração em puro serviço público.
Segundo porque detesto andar de avião.
Terceiro porque não tenho qualquer fascínio pelo Brasil e, que eu saiba, não está prevista a compra de lantejoulas em Nova Iorque ou em Amesterdão.
Claro que a ideia da conotação entre a ACB e o PSD pode ter sido apenas alucinação do jornalista.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O carnaval também leva a mal


A Associação do Carnaval da Bairrada está a ser investigada - é público.
Trata-se de uma associação da nossa terra que merece respeito pelo trabalho desenvolvido e precisamente porque fazem e fizeram parte dessa associação pessoas muito respeitáveis, é imperativo que se apurem responsabilidades, que se reponha a legalidade e que se parta para o futuro de uma forma limpa e escorreita.
Andar a pôr "merda na ventoinha" não ajuda em nada o processo.
Não sei se por descuido, falta de informação ou deliberadamente, o Jornal de Noticias de hoje, na sua pagina 21, "planta" conotações entre a Associação do Carnaval da Bairrada e um partido político.
Parece-me a mim que a coisa já está suficientemente complicada assim. Não é necessário misturar-lhe a política.
Pelos corpos directivos da ACB já passaram pessoas dos quadrantes políticos mais representativos do nosso concelho e todas essas pessoas têm direito ao seu bom nome e à presunção da sua inocência.
Um bocadinho de bom senso não faz mal a ninguém, pelo menos por enquanto!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Decidam-se!


"Procurador "tira" 68 crimes a Bibi"
24 horas 26.11.2008

"Procurador tira 384 crimes a "Bibi"
Correio da Manhã 26.11.2008

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Hoje devia ser feriado


25 de Novembro de 1975

Muito à frente

Durante escavações nos EUA, os arqueólogos descobriram, a 100m de profundidade, vestígios de fios de cobre que datavam do ano 1.000. Os americanos concluíram que os seus antepassados já dispunham de uma rede telefónica desde aquela época.
Entretanto, os espanhóis, escavaram também o seu subsolo, encontrando restos de fibras ópticas a 200m de profundidade. Após minuciosas análises, concluíram que elas tinham 2.000 anos de idade, divulgando triunfantes, que os seus antepassados já dispunham de uma rede digital à base de fibra óptica quando Jesus nasceu!
Uma semana depois, em Beja, no diário local, foi publicado o seguinte anúncio: Após inúmeras escavações arqueológicas no subsolo de Beja, Évora, Moura, Estremoz e Redondo, entre outras localidades alentejanas, até uma profundidade de 500m, os cientistas alentejanos não encontraram absolutamente nada. Assim se conclui que os antigos habitantes daquela região alentejana já dispunham, há 5.000 anos atrás, de uma rede de comunicações sem-fios, vulgarmente conhecida hoje em dia pela designação de"Wireless".

(texto enviado pelo meu amigo Jorge Xavier)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

As nuances do Senhor Professor


Dou por mim a folhear um dos (já) muitos jornais diários gratuitos que nos vieram cá ter por acréscimo com o progresso.
Este chama-se Meia Hora (http://www.meiahora.pt/) e sou franco - não conhecia.
Não sei se é de direita se de esquerda. Vejo por lá escritos de todos os espectros da nossa linhagem política, assumidamente partidários, e isso dá-me uma ideia de pluralismo. Pode ser só fogo de vista, mas aparentemente funciona.
Gostei do jornal que afinal se lê em menos de meia hora e hoje, não sei se é sempre assim, gostei especialmente do Editorial (pag 4). Em cinco colunas de letra pequena, Sérgio H. Coimbra, director do jornal, consegue falar bem de António Oliveira Salazar sem com isso ser reaccionário, fascista, nazi, ou qualquer outro dos epítetos que habitualmente premeiam quem se atreve a tanto.
Num país que está cada vez mais cinzento, com uma extrema-direita e uma extrema-esquerda a competirem para ver quem diz mais asneiras, com o PSD à procura do seu lugar à sombra sem se aperceber que por enquanto a sombra está toda por conta do PS, com o governo a negar hoje o que disse ontem e a dizer hoje o que irá negar amanhã e com o Partido Comunista divertidíssimo a limpar o pó às tarjas do tempo do PREC, é refrescante ver que alguem tem o desassombro de dizer alto o que pensa de Salazar, sem que pense forçosamente mal...
Parece que estamos a crescer, mas não estamos, porque continua a ser triste a falta de sentido de humor da nossa sociedade que insiste em se levar muito a sério. Leva as coisas a peito ou a brincar consoante são ou não politicamente correctas. Parece que só Alberto João Jardim e o Zé Carlos é que podem gracejar acerca do estado do país.
Pois eu acho que aquela dos seis meses sem democracia foi um exercício de fina ironia, ao nível de outra famosíssima tirada de génio: "...aqueles que não se governam nem se deixam governar".
Para guardar na memória.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Os tamagochis

Antes de mais a declaração de princípios:

1.Sou militante do Partido Social Democrata.
2.Aponto à actual Ministra da Educação enormes falhas no que respeita aos dotes comunicacionais e de diálogo que concomitantemente se transformam em actos de desesperada prepotência.
3.Tenho para mim que nunca Portugal conheceu em democracia um Ministro de Educação que conseguisse em tão pouco tempo tanta contestação.
4.Sou solidário, em vários pontos, com a actual luta dos professores deste país.

Embora o artigo quadragésimo quinto da Constituição da Republica Portuguesa reconheça no seu ponto numero dois que não existem limites de idade ou quaisquer outros para o cidadão poder exercer o seu direito de reunião e de manifestação, o artigo décimo segundo do decreto-lei quatrocentos e seis de mil novecentos e setenta e quatro, regulamenta que “não é permitida a realização de reuniões, comícios ou manifestações com ocupação abusiva de edifícios públicos ou particulares”. O que quer dizer em português: “fexar ax ports d xcola c cadeadox é ilegal”.
Mesmo sem frequentar tais ajuntamentos, consigo facilmente depreender pelo que li nos jornais, que a esmagadora maioria dos manifestantes não leu, não pretende ler, nem acha importante ler a lei numero três de dois mil e oito. Mais grave ainda é que os encarregados de educação dos manifestantes, principalmente os que acham modernaço deixar garotos de dez e doze anos fazerem manifestações sem saberem bem porquê, esses encarregados de educação, também não conhecem a lei três de dois mil e oito.
No mesmo saco, mas mais abaixo, podem ser colocados os promotores das manifestações que utilizam trabalho infantil e, alegadamente, dinheiros públicos para fazerem passar a sua mensagem que neste momento já ninguém sabe bem qual é.
A lei número três de dois mil e oito não é mais que uma actualização da sua congénere número trinta de dois mil e dois, adaptada às exigências actuais. Poderá não ser uma boa lei, mas é uma lei que precisa de ser lida e compreendida para ser contestada.
Os artigos dezanove e seguintes, os únicos que têm sido alvo de contestação, são precisamente aqueles que deveriam ser mais aplaudidos. Quem não está presente nas aulas vezes suficientes, independentemente da razão, não tem condições de ser avaliado se não tiver um tratamento diferenciado à posteriori. Para quem pretende incutir exigência nos seus educandos, este é um assunto que deveria ser aplaudido de pé. O problema é que quando entra a exigência torna-se necessário estudar. E estudar dá trabalho, leva tempo e distingue os melhores. Chato!
Não me aborrece absolutamente nada que os meninos de dez e doze anos e que os paizinhos dos meninos de dez e doze anos montem a tenda à porta da escola sempre que tal lhes apetecer. Não se esqueçam é que os comportamentos reivindicativos são para levar a sério o que implica lerem e compreenderem a lei que contestam e assumirem as consequências dos seus actos: terem falta às aulas a que não assistirem e eventualmente verem ser-lhes barrada a entrada nas instalações da escola quando a larica apertar.
Quanto aos cadeados, é melhor guardá-los para ocasiões que realmente mereçam a pena. Diz o artigo quarenta e três da Constituição da República Portuguesa no seu ponto um, que é “garantida a liberdade de aprender e ensinar”. Ainda há suficientes portugueses vivos que nunca tiveram essa garantia para andarmos a brincar com ela.
E em jeito de rodapé um aviso aos meninos: leiam a alínea “q” do artigo décimo quinto da lei número três de dois mil e oito para saberem que aquele tamagochi que vocês usam para tirar fotografias a quem não o autoriza e para copiarem nos testes, é afinal um engenho proibido na escola: com ou sem regulamento interno.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Espírito natalício

"Uma bancária é acusada do desvio de dinheiro de uma conta de solidariedade, aberta em favor de uma criança com tumor cerebral. A família da menina, de parcos recursos económicos e a residir no concelho da Póvoa de Lanhoso, recebeu 20 mil euros em donativos, o que não foi suficiente para pagar os tratamentos. Teve mesmo de vender a casa onde morava. Só mais tarde descobriu que, afinal, a conta de solidariedade era bem mais gorda. Os donativos terão ultrapassado os 50 mil euros."

Correio da Manhã 19.11.2008

terça-feira, 18 de novembro de 2008

The man and the myth - Denny Crane


"No que diz respeito a mulheres, é melhor não termos a que queremos que termos a que não queremos"
Denny Crane

sábado, 15 de novembro de 2008

A Leste do Equador


A busca incessante pela perfeição e o esforço de melhor servir os meus fregueses, levam-me por vezes a cometer pequenas loucuras em busca de coisas tão simples como um título de um post.
Aconteceu com o post anterior.
Conheço alguns pares de meliantes, como Bonnie and Clyde ou Romeu e Julieta , mas são de sexos diferentes o que os inviabilizava à partida. Lembrei-me depois dos Metralhas ou dos Dalton, mas esses são mais que dois. A custo, cheguei a Batman e Robin mas lembrei-me que entre esses dois palhaços existe uma relação hierárquica o que levaria a um desnecessário frisson: entre o Carlos e o Gonçalo quem está acima de quem?
Numa das minhas deambulações pela Baixa Coimbrã (território cada vez mais vazio e inóspito) em busca de alguma inspiração, dei de caras com a G.Q. de Novembro.
Amorfa, comum, nada na capa da revista brilhava, mas o meu apurado sétimo sentido logo se focou no canto inferior direito: Butch Cassidy e Sundance Kid.
Decidi investigar, mas a velhota do quiosque não me deixou folhear a revista. Apelidou-me de tarado (??) e rematou-"Quer ver, compre!"
Comprei.
Rememoriei num ápice episódios gloriosos da minha adolescência quando folheava avidamente a Playboy em busca de artigos de alta craveira jornalistica e psico-filosófica (lembro-me entre tantos outros de uma entrevista à Madre Teresa de Calcutá e de um artigo de fundo acerca do cultivo de mangerona nas planicies geladas da tundra).
No aconchego do gabinete de trabalho acabei por ter uma surpresa: além do magnífico trabalho acerca dos dois bandidos encarnados no cinema por Paul Newman e Robert Redford que me permitiu confirmar o título do tal post anterior, encontrei ainda informação bastante útil sobre as cuecas do João Moutinho, sobre os carros que o Daniel Craig espatifou durante as filmagens do "Quantum of Solace" e sobre um fabuloso cartão de descontos que me permitirá pagar menos dez euros quando for fazer a depilação num gabinete de estética de Lisboa.
Descobri ainda que Miguel Sousa Tavares nunca chamou inúteis aos professores e que a senhora professora que escreveu uma carta que apareceu transcrita no meu colega Mealhada Café, realmente não confirmou as fontes e que entretanto já terá pedido publicamente desculpa ao escritor / jornalista / advogado / comentador / caçador.
Fica aqui a reposição da verdade, para que conste.
Parece-me que a revista tem também umas fotos a roçar o despudor de uma mocita que apresenta um programa na televisão.
Passou-me despercebida, mas logo que tenha oportunidade cuidarei de procurar e folhear de novo a revista.
Sempre foram setecentos escudos e por setecentos escudos (na moeda antiga) convem ler tudo...


quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Butch Cassidy and the Sundance Kid

O Dalai Lama da Bairrada

Este homem conseguiu ontem à noite espalhar a harmonia na Vasconcellos Lebre.
Em sede de Assembleia Municipal Extraordinária, onde se respirava cordialidade, foram votados favoravelmente e por unanimidade todos os pontos da ordem de trabalhos.
Mais que bonito, foi um acto comovente.
O problema é que nestas coisas há sempre descontentes. Já na rua, comentou-se que tal unanimidade é perniciosa e que só foi possível porque não se encontrava nenhum vereador do PSD na sala o que não aconteceria se a Assembleia tivesse sido marcada para uma semana antes.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Protocolo


Amanhã reune-se de forma extraordinária a Assembleia Municipal da Mealhada e neste momento, como militante do PSD, assalta-me uma profundíssima dúvida protocolar: se me cruzar com Gonçalo Breda Marques ou com Carlos Marques devo ou não passar-lhes confiança?

Anos a fio no Fio dos Dias


Passam hoje noventa anos sobre o armistício que pôs fim à Primeira Guerra Mundial.
Os dados são ainda nebulosos, mas estima-se que só na batalha de La Lys terão tombado, entre mortos e feridos, cerca de sete mil e quinhentos soldados portugueses, esmagados em pouco mais quatro horas por um batalhão de cinquenta e cinco mil alemães.
Como resultado directo ou indirecto da guerra, perderam a vida cerca de noventa mil portugueses, militares e civis, seja em teatro de guerra seja em Portugal como consequência da fome e de variadíssimas doenças.
A Primeira Guerra Mundial provocou vinte milhões de mortos e vinte milhões de feridos.
Foi o primeiro conflito à escala global, abriu caminhos que ninguem assume querer trilhar mas onde invariavelmente muitos acabarão por caminhar e eventualmente tombar.
Preservar a memória é uma das causas do meu amigo Nuno Canilho - uma de algumas que lhe conheço.
Bem haja pelo esforço porque daqui não lhe pressinto advento de glória.


O "pastoso"

Andava há que tempos à procura de uma palavra que resumisse a atitude do Banco de Portugal enquanto regulador nos casos do Millennium e agora do BPN.
Ontem à noite, no canal um da televisão pública, António Nogueira Leite disse aquilo que eu gostaria de ter pensado: o Banco de Portugal e o seu Governador têm tido uma atitude pastosa perante tudo o que se sabe hoje que o regulador sabia desde 2003.
Valeu a pena ver o Prós e Contras.
Bernardino Soares nem fedeu nem cheirou (igual a si próprio), Jorge Lacão conseguiu ser ainda mais irritante que o costume ao defender o indefensável e Paulo Mota Pinto falou, falou mas mais não disse que o obvio.
Mais uma vez foi a sociedade civil quem deu alma ao debate.
Fátima Campos Ferreira também brilhou à sua maneira, principalmente quando chamou ladrão a quem de facto é ladrão e quando pediu prisão para quem de facto merece prisão.
Os "pastosos" e os alegado ladrões não se fizeram representar no debate, o que foi pena.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

:(

Citação feminina do dia:
"Os homens são como os pavimentos: Se os montarmos bem... podemos pisá-los durante 30 anos!!"


Pensamento (perigoso) enviado por Marta Marques

domingo, 9 de novembro de 2008

A lenda viva

Gás


Em 1783, um alemão naturalizado suiço ,inventou uma maquineta que permitiu, com base em estudos anteriores de Priestley e Lavoisier, a criação de água gaseificada de forma artificial.
Esse homem chamava-se Jacob Schweppe e este ano a sua invenção comemora duzentos e vinte e cinco anos anos. "225 anos de autenticidade", segundo os rótulos da Schweppes.
Estavam criados os refrigerantes e é interessante notarmos que ainda hoje são precisamente as marcas mais antigas que controlam o mercado mundial deste tipo de produtos.
A Coca-cola foi criada no século XIX em Atlanta (Georgia-EUA) por um ex tenente-coronel do exército confederado, John Pemberton, ferido em combate, que alegadamente terá ficado viciado em morfina e que acabou por se dedicar à química e à farmacologia, com o intuito de, também alegadamente, poder ter acesso legal a drogas. Verdade ou mentira, o facto é que acabou por criar um refrigerante que combatia as dores de cabeça e que continha, na sua receita original, folhas de cocaina. Hoje presume-se que tal ingrediente não fará parte do preparado, mas mantém-se o mistério - a receita da Coca-cola tem ingredientes secretos.
A Fanta foi criada na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial e fabricada nas instalações da Coca-cola alemã uma vez que o óbvio azedume das relações entre os nazis e os americanos acabou com a importação do xarope que permitia (e permite ainda hoje) produzir Coca-cola em qualquer país do mundo. Durante a guerra, os alemães faziam Fanta com os ingredientes que conseguiam arranjar, o que fez com que durante esses anos só se mantivesse o nome: a bebida era sempre diferente. Ficou o nome e é hoje o refrigerante de laranja mais vendido em todo o mundo.
A Schweppes fabrica ou já fabricou quase todos os tipos de refrigerante, mas são três os que se têm mantido como lideres de mercado: o ginger ale (bebida à base de gengibre, inicialmente alcoólica e parecida com a cerveja, hoje com pouca expressão), a água tónica e o bitter lemon que mais não é que água tónica com sabor a limão.
A água tónica ou " indian tonic" será provavelmente o refrigerante gaseificado mais antigo do mundo. Nasceu quando alguns ingleses que viviam na India começaram a juntar água gaseificada ao sulfato de quinino que tomavam para combater a malária, remédio praticamente intragável. Hoje mantém-se o ingrediente, embora em quantidades muito mais civilizadas.
Alguns ingleses mais inteligentes juntaram gin à mistura e criaram uma das melhores (e comprovadamente saudáveis) bebidas do mundo.

sábado, 8 de novembro de 2008

Pérolas do comércio tradicional

1.
-Estes parecem-me bem. Diga-me uma coisa. Alargam?
-Não! Este sapato é todo forrado a cabedal e tem o Gore Tex. Não alarga. Mantem sempre a forma.
-É pena. Eu precisava que alargassem um bocadinho. Estão justos.
-Quer dizer... Claro que alargam sempre um bocadinho. Dão-se!

2.
-Meias de lã finas por favor, tem?
-Pode ver ali no expositor, se não se importa.
-Já estive lá a ver e aquelas são de algodão.
-Mas são de algodão quente. Próprias para o Inverno.
-Acredito que sim, mas eu tenho muito cuidado com os pés e só uso meias de algodão no Verão e meias de lã no Inverno.
-Pois assim finas de momento não temos. Temos aqui é umas de caxemira. Têm é assim uns pelos, mas também são finas e são quentinhas. Eu vou buscar.
-Castanhas por favor, número 42.
-Aqui tem.
-Parecem-me bem. Queria cinco pares por favor.
-...
-A senhora desculpe, mas caxemira é lã e aqui diz 82% de viscose e viscose é uma fibra sintética.
-Nem tinha reparado. Se calhar viscose é caxemira em português...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Estranha forma de vida

Solidariedade


Os CTT vão pôr a sua rede à disposição do combate à pobreza e à exclusão social. A partir de 1 de Dezembro próximo, os Correios de Portugal põem em marcha um projecto que, durante os próximos meses, permitirá a qualquer pessoa ajudar quem mais precisa de forma gratuita.
Este projecto é uma iniciativa dos CTT inscrita na sua política de responsabilidade social. Surgiu da constatação de que ninguém como os CTT tem capacidade para chegar a todas as localidades e a todos os habitantes do País.
Por isso, os Correios vão fazer um envio massivo de um folheto informativo por todas as casas do País. Esse folheto, que será acompanhado de um saco específico para o transporte dos donativos, informará a população sobre as instituições de solidariedade aderentes ao projecto e que tipo de bens necessitam.
Com esse esclarecimento em mente, bastará a qualquer pessoa deslocar-se a uma das quase 1000 Estações de Correio existentes de Norte a Sul do País com o seu donativo. Uma vez lá, ser-lhe-á fornecida gratuitamente uma caixa de transporte em cartão. O autor do donativo apenas terá de encher a caixa e escolher a instituição destinatária, entre as várias possíveis, sem precisar de indicar uma morada. Os Correios tratam do transporte e da entrega, de forma totalmente gratuita.
A lista de instituições de solidariedade social aderentes é uma lista aberta. Neste momento, os CTT estão em contacto com algumas dezenas de instituições, de carácter nacional e local. Está já confirmada a adesão de instituições como a Abraço, ACAPO, Acreditar, Ajuda de Berço, Ajuda de Mãe, Aldeia de Crianças SOS, Associação Portuguesa de Surdos, Casa do Caminho, Casa do Gaiato, Centro Helen Keller, Comunidade Vida e Paz, Cruz Vermelha Portuguesa, GIRA, FENACERCI, Liga Nacional Contra a Fome, Refúgio Aboim Ascensão e Associação Sol. Outras serão anunciadas nos próximos dias.
Os bens elegíveis para doação dependem das necessidades de cada instituição e das limitações logísticas e incluirão bens como roupa, calçado, agasalhos, artigos de higiene, brinquedos, produtos de limpeza, pequenos electrodomésticos ou de entretenimento, entre outros.
Para esta grande iniciativa de carácter nacional, os Correios vão disponibilizar não apenas os seus voluntários, de um universo de 16 mil trabalhadores, como a sua rede: quase 1000 Estações de Correios, 370 Centros de Distribuição Postal e 3702 veículos de transporte que, todos os dias, percorrem cerca de 240 mil quilómetros.
Este projecto dos CTT é complementado por uma iniciativa protagonizada por uma empresa detida a 100% pelos CTT, a PayShop, e que permite que qualquer cidadão faça donativos em dinheiro, a partir de um euro, em 4500 locais de todo o País: 3500 agentes PayShop e quase 1000 Estações de Correio.
É convicção dos CTT – Correios de Portugal que esta iniciativa permitirá democratizar a solidariedade e eliminar barreiras geográficas.

A arte de saber "subir ao povo"


Um político que estava em plena campanha chegou a uma pequena cidade, subiu para o palanque e começou o discurso:
- Compatriotas, companheiros, amigos! Encontramo-nos aqui, convocados, reunidos ou juntos para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual me parece transcendente, importante ou de vida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou junta é a minha postulação, aspiração ou candidatura a Presidente da Câmara deste Município.

De repente, uma pessoa do público pergunta:
- Ouça lá, porque é que o senhor utiliza sempre três palavras, para dizer a mesma coisa?

O candidato respondeu:
- Pois veja, meu senhor: a primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como intelectuais em geral; a segunda é para pessoas com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui; A terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele alcoólico, ali deitado na esquina.

De imediato, o alcoólico levanta-se a cambalear e 'atira':
- Senhor postulante, aspirante ou candidato: (hic) o facto, circunstância ou razão pela qual me encontro num estado etílico, alcoolizado ou mamado (hic), não implica, significa, ou quer dizer que o meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou mesmo rasca (hic). E com todo a reverência, estima ou respeito que o senhor me merece (hic)pode ir agrupando, reunindo ou juntando (hic) os seus haveres, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir direitinho (hic) à leviana da sua progenitora, à mundana da sua mãe biológica ou à puta que o pariu!

(Texto enviado pelo meu amigo Jorge Xavier, desde Cabo Verde)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Boneca

Gabo-me de não reconhecer qualquer espécie de utilidade à auto-flagelação. Parece-me insensato perder tempo a cogitar problemas que não sabemos ainda se iremos ter ou até problemas que já temos mas para os quais não conhecemos solução. Teóricamente funciona na perfeição, mas o nosso cérebro dá-se mal com teorias e insiste em nos desviar a atenção para o abismo sempre que não o mantemos ocupado. Se tivermos qualquer coisa que remotamente nos possa apoquentar, só uma distração forçada nos inibe o apoquentanço. Tal e qual como quando temos uma ferida - tudo lá bate!
Por vezes é o próprio mundo à nossa volta que nos desperta dessa auto-comiseração e que nos abana furiosamente enquanto nos berra aos ouvidos "olha à tua volta pá!"
A Boneca é uma cadela Retriever do Labrador preta. Já não é nova; tem as bigodaças esbranquiçadas e um olhar inteligente. Move-se com passo seguro e espera pacientemente que a dona encontre um lugar no comboio para depois se aninhar entre os bancos junto dos seus pés. Às vezes (como hoje) também junto dos meus. Come biscoitos que a dona, tacteando, lhe faz chegar e atraca-se numa semi-sonolência embalada pelo movimento do comboio.
Eu vinha imerso em pensamentos nebulosos (as tais coisas da vida que nem a música abafa) e de forma quase mecânica fiz uma festa na cabeça da cadela como já anteriormente fizera. Observei o quadro à minha frente e deixei-me levar por aquela onda de cumplicidade que se desprendia da simbiose entre uma pessoa físicamente incompleta (mas com um ar extremamente feliz enquanto "lia" os emails que recebera no portátil) e um animal que, sem questionar, se entrega totalmente.
Tudo na vida é relativo e a auto-flagelação não é apenas inútil: é também estúpida e egoista.

Os arquitectos da vitoria de Obama



quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Respeitinho é muito lindo!

Tempestade na Bretanha

I have a dream


Este homem tem um sonho e já está mandatado para o realizar.
Está convicto que o poderá tornar realidade.
Os americanos acreditaram nele como eu acreditaria se fosse americano.
Esperemos que se cumpra o sonho, em nome de uma América e por arrasto um mundo mais justo.
Como estou de fora e leio alguma coisa sobre a América e sobre a maneira como os verdadeiros poderosos pensam na America, desejo-lhe muito boa sorte, mas apesar de tudo cheira-me (com imensa pena) que - "No you can't".

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A selva


“O Capitalismo é a arte do desenrasque”. Quase que podia jurar que foi alguém importante quem disse isto. Alguém importante ou pelo menos lúcido. Alguém que, asseguro, teria do ser humano a ideia que todos deveriamos ter. O ser humano, se tentado, comporta-se como qualquer predador no seu habitat natural. Delimita o seu circulo mais restrito mesmo que para isso tenha que destruir tudo o que antes construiu: obras, relações, ordem, organização.
A civilização é um tropeção na longa marcha evolutiva. O Homem é um solavanco da natureza; um ramo que cresceu mais que o previsto mas que por isso mesmo um dia vergará ao peso dos seus próprios frutos.
Tudo nos é anterior e tudo nos será posterior e da nossa civilização nada restará que o tal pequeno tropeção. Tão pequeno que não passa de um pequeno grão de areia se comparado com a imensidão do relógio cósmico.
Daí que, ciente da sua efemeridade, o Homem tudo quer, tudo mexe, tudo reclama. E tudo ao mesmo tempo.
O Capitalismo é, por isso mesmo, o que mais se aproxima do lado animal da nossa raça. O forte alavancando a sua subida nas costas do fraco. O grande alimentando-se do pequeno mesmo que antes o tenha tratado como igual na sua ansia de chegar ao cume.
Tempos de leite e mel incutem espíritos de solidariedade que logo são arredados: basta faltar sustentação. Aos fracos as sobras e as revoltas. Mas mesmo que das revoltas surjam novas ordens, rapidamente se rodeiam dos vícios das anteriores. Servidão e acrescidas benesses que um pequeno intervalo de tempo permite que sejam distribuidas com alguma justiça. Um pequeníssimo intervalo.
Quando o Status Quo treme, as fundações que outrora eram de ferro descobrem-se e mostram que mais não eram que barro pintado.
O capitalismo, disse-o um dia, penso, alguém importante, é a única filosofia económica que vinga. É obviamente imperfeita, mas tem uma característica impar: não foi inventado pelo Homem.
É a luta pela sobrevivência com as regras que a Natureza para si também impõe: os maiores sobrepõem-se aos menores, os mais fortes alimentam-se dos mais fracos. Regras límpidas que achamos justas ou não consoante estejamos na metade de cima ou na metade de baixo.
O Homem, arrogante, tem de si uma imagem de superioridade em relação ao equilibrio da Natureza. Pensa e, com tal atributo, tem consciência da sua finitude e do papel que tem que desempenhar no pouco tempo que por aqui anda. O Homem quer deixar rasto, quer deixar obra, quer lançar no futuro uma imagem perene da sua passagem. Pretende contrariar a Natureza, mas olvida que ele próprio é Natureza.
Quando acossado, o Homem é capaz das maiores barbaridades, em nada diferindo da mais comum das bestas.
E voltamos ao capitalismo.
Quando o conto de fadas desaba, quando o bolso é mais portão de saída que porta de entrada, quando a realidade se prepara para ir mais longe que a ficção, rasgam-se os tratados, pisam-se as teorias, ultrapassam-se as regulamentações e enganam-se os reguladores.
É a selva.
A Natureza em todo o seu esplendor.
Os mais fortes alimentam-se do suor dos mais fracos.
E comem com as mãos como se nunca tivessem deixado de o fazer!

Filosofia

(Imagem gentilmente cedida por A.P. Costa)

"A cerveja é a prova que Deus nos ama e quer que sejamos felizes" Benjamin Franklin

"Recomendo pão, carne, legumes e cerveja"
Sófocles (dieta moderada)

"Sem dúvida que a maior invenção da Humanidade foi a cerveja. Claro que a roda também foi uma grande invenção, mas não acompanha tão bem com pizza"
Dave Berry

"Nem todos os químicos são maus. Sem químicos como o hidrogénio e o oxigénio, por exemplo, não seria possível termos água, um ingrediente vital da cerveja"
Dave Berry

"Houve uma mulher que me levou à bebida e eu nem tive a decência de lhe agradecer"
W.C. Fields

"Eis a cevada, um cereal que qualquer idiota pode comer, mas para aqueles a quem o Senhor destinou um consumo mais divino, eis a cerveja!"
Frei Tuck (Robin Hood)

"Dêem-me uma mulher que adore cerveja e eu conquistarei o mundo"
Guilherme (Kaiser)

"Qualquer país que se preze precisa de uma marca de cerveja e de uma companhia aérea. Também pode ter uma selecção de futebol ou armas nucleares, mas a cerveja é imprescindível"
Frank Zappa

sábado, 1 de novembro de 2008

Cômispilika?

Morreu esta madrugada, tinha setenta e cinco anos e em tempos fez-me rir. Hoje, se calhar, já não o faria, mas todos nós devemos acarinhar as nossas memórias porque é nelas que se alicerça a personalidade.
Pode não ter sido um grande cómico, mas teve o seu tempo, teve o seu encanto, deixou a sua marca e, acima de tudo, não trouxe mal ao mundo. Desapareceu, mas curiosamente não esqueceu. Se calhar teve mais importância que aquela que teimamos em não lhe conceder.