quarta-feira, 29 de julho de 2009

Sem mais palavras


João Miguel Tavares é devoto do Evangelho de São Leonard e explica porque é que falhar o seu concerto é pecado mortal.


1º mandamento: Leonard Cohen é o maior e nunca haverá outro como ele. Leonard Cohen tem umas cordas vocais mais curtas do que as saias de Ana Malhoa, mas o que ele faz com aquele par de oitavas é um monumento à arte de bem cantar. Como os embrulhos esquecidos na mala do carro, as suas interpretações têm rasgos, vincos e dobras, mas ouvi-lo é tirar um mestrado de Existencialismo em duas horas e meia. O seu percurso sempre foi o de um solitário, sem progenitores nem herdeiros, e quase a completar 75 anos convém aproveitá-lo enquanto por cá anda e consumi-lo quando por cá passa. Até no Pavilhão Atlântico.

2º mandamento: Não invocar o santo nome de Cohen em vão. Alguma vez ouviu expressões do género “aquele tipo parece mesmo o Leonard Cohen” ou “aquilo soa a uma canção do Leonard Cohen”? Estando sóbrio, não. Porque ninguém soa a Cohen e nenhuma canção se parece com as de Cohen. Essa é uma fórmula bem guardada no cofre neuronal do canadiano, que a partir de 1967 começou a produzir um cocktail perfeito de canções elaboradas sobre Deus, as mulheres e o sexo, não necessariamente por esta ordem.

3º mandamento: Santificar os concertos e (quase) todos os seus discos. O conteúdo do concerto que poderá ver em Lisboa já está devidamente preservado em duplo álbum e em DVD. Chama-se Live in London e foi gravado em Julho de 2008 na O2 Arena. É um item obrigatório em qualquer casa que preze o bom gosto, tal como, aliás, a integral da sua discografia. Se não tiver dinheiro para tudo, invista em Songs of Leonard Cohen (1967), Songs of Love and Hate (1971) e I’m Your Man (1988). E roube o resto. (Menos, vá lá, Ten New Songs, lançado após o regresso de Cohen do mosteiro e com excesso de zen nas faixas.)

4º mandamento: Honrar o poema e a música. Que Leonard Cohen é um dos maiores poetas a pôr a caneta ao serviço da pop é um dogma que 90 por cento da população mundial está disposta a aceitar (os outros dez por cento não sabem ler). No entanto, há não só quem despreze a sua música (ah, a barbárie), como há quem defenda que o bom Cohen morreu após a edição do seu terceiro disco, Songs of Love and Hate. Estes apóstatas embirram particularmente com os coros femininos e os sintetizadores em I’m Your Man. Ora, deve ser sublinhado que I’m Your Man é um dos maiores discos do século XX e que os coros femininos nas canções de Cohen, com todos os seus la-la- -las e dum-dum-dums, devem ser elevados aos altares.

5º mandamento: Não matar Leonard Cohen. A lenda diz que tal esteve perto de acontecer em 1979. Durante as gravações de um dos mais atribulados álbuns da história da música – Death of a Ladies’ Man –, produzido pelo agora encarcerado Phil “Wall of Sound” Spector (assassinou a actriz Lana Clarkson em 2003), Cohen queixa-se de ter estado com um revólver colado à pele. Spector tinha o estúdio cheio de armas e vivia obcecado que lhe roubassem as gravações (diz-se que dormia com elas), passeando-se pela casa com um calibre 45 numa mão e uma garrafa de vinho na outra. Certo dia encostou o revólver ao pescoço de Cohen e disse-lhe: “I love you, Leonard.” Cohen respondeu-lhe: “Espero bem que sim, Phil.”

6º mandamento: Não cometer adultério com Leonard Cohen. Já cometer adultério ao som de Leonard Cohen é não só permitido como altamente aconselhável. As suas canções servem simultaneamente para seduzir, trair e arrependermo-nos de ter traído. O senhor Cohen é doutorado em qualquer uma dessas actividades e, de “Suzanne” a “So Long Marianne”, os seus discos estão cheios de canções sofridas e de mulheres abandonadas.

7º mandamento: Não roubar Leonard Cohen. Já basta o que lhe aconteceu em 2005, quando descobriu que o seu antigo agente, Kelley Lynch, tinha tomado conta das suas poupanças enquanto ele se dedicava a praticar budismo no monte Baldy. O desfalque do ex- -amigo ascendeu a cinco milhões de dólares, deixando a conta bancária de Cohen reduzida a 150 mil dólares. À ganância do senhor Lynch devemos, contudo, um bem inestimável: o regresso de Leonard Cohen aos palcos, dada a sua urgente necessidade de fazer dinheiro.

8º mandamento: Não levantar falsos testemunhos contra Leonard Cohen. Falsos testemunhos como: Leonard Cohen não gosta de estar em palco. É verdade que Cohen não gostava de estar em palco, e precisava da dose certa de vinho tinto para conseguir enfrentar a multidão. Mas na presente digressão terá atingido o nirvana dos concertos – hoje em dia ele diverte-se, diverte-nos, alongou a tournée e, como qualquer velhinho que se preze, está fascinado com os jovens que descobrem a sua música.

9º mandamento: Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos. Humm... Ok, esqueçam este.

10º mandamento: Não cobiçar as canções alheias. Que é como quem diz: ó ímpios, tirem as mãos das canções do senhor Cohen. Leonard Cohen já foi alvo (“alvo” é a palavra correcta) de três tributos: I’m Your Fan (1991), Tower of Song (1995) e o documentário e depois disco I’m Your Man (2005). Nenhum desses objectos chega sequer a uma unha do pé do fraquito Ten New Songs. A regra, portanto, é deixar as canções de Leonard Cohen em paz, a não ser que haja alguma coisa de relevante a acrescentar. As excepções à regra são o “Hallelujah” de Jeff Buckley, o “Tower of Song” de Nick Cave e o “Chelsea Hotel Nº2” de Rufus Wainwright. Em dias luminosos podemos ainda acrescentar “Bird on a Wire” (por Johnny Cash), “Suzanne” (versão maluca de Nina Simone) e “If It Be Your Will” (por Antony). Não são os originais, lá isso não são, mas comungam do seu espírito.

Leonard Cohen actua quinta-feira no Pavilhão Atlântico, pelas 21.00. Convém ser pontual, porque as probabilidades de o senhor Cohen começar a cantar entre as 21.00 e as 21.01 são muito elevadas. Prepare-se para um concerto a rondar as três horas, com intervalo. Os bilhetes vão dos 30 aos 75 euros, gasto abençoado por Deus.


in Time Out Lisboa

terça-feira, 28 de julho de 2009

Bye bye Windows, hello Ubuntu!


Chama-se Ubuntu (http://www.ubuntu.com/) e é fabuloso.
É um sistema operativo construido a partir do Linux, mais fiável e mais eclético.
O Linux é mais rápido a carregar mas ainda tem algumas incompatibilidades, nomeadamente nas animações e nos filmes. Mesmo alguns power-points ficam às vezes engasgados.
O Ubuntu é gratuito se for descarregado da net, é virtualmente à prova de virus (pelo menos dos mais comuns) tal como o Linux, mas tem um ambiente de trabalho mais semelhante ao Windows. Ocupa menos de 4 gigas (Office incluído) no disco e lê todos os programas que o Windows lê.
Tal como o Linux, evolui quase diariamente devido ao esforço de quem quiser colaborar com ideias novas. Tudo gratuito e perfeitamente legal.
Mais.
Lê a grande maioria dos formatos de video sem ser necessário andar a procurar codecs para conseguir ver os filmes.
Um verdadeiro ovo de Colombo.
Eu já aderi...

agora a SÉRIO!


(Enviado pela Liliana)

Em 1987 estive durante três meses a estagiar na Póvoa de Varzim no hotel Vermar (hoje chama-se Novotel). Foi o primeiro estágio do meu curso, metade no restaurante e metade na cozinha. Durante o estágio, decorreu no Centro de Congressos uma conferência com vários cientistas estrangeiros que estavam alojados no hotel. Acabei por criar algum contacto com uma familia de paquistaneses que tinha três filhas mais ou menos da minha idade. Servi-lhes todas as refeições que tomaram no hotel durante a sua estadia e à tarde ia para a praia com as filhas. Apesar de já haver algum grau de convivência, uma coisa nunca mudou durante os 4 ou 5 dias que com elas convivi: no final de cada refeição, todas sem excepção, levantavam-se e antes de sairem dirigiam-se a mim e agradeciam a comida. Embora embaraçoso, foi um gesto do qual nunca me esqueci. Se calhar não só, mas também por isso, nunca deixei de ter o profundíssimo respeito pela comida que hoje mantenho.

Felizmente não estamos no Brasil...

(enviado pela Marta Marques)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

da índole


Esta manhã, embarcou na estação da Mealhada uma senhora com uma máscara. Não sei se doente com gripe A, se recentemente transplantada, se portadora de alguma doença mais complicada.
Na sala de espera estava tudo na mais santa paz. Ninguém se afastou, ninguém comentou, ninguém chateou. A senhora, nova, estava inclusivamente inserida num grupo de pessoas mais idosas que com ela conversavam de forma perfeitamente descontraída.
Lembrei-me de um programa que vi na semana passada na SIC acerca de um rapaz que vive numa das aldeias da serra da Lousã. Nesse programa, um dos vizinhos do rapaz, um senhor inglês, apicultor, dizia que conhecia praticamente o mundo todo e que não conhecia nenhum país como Portugal. Segundo ele, Portugal seria o melhor país do mundo.
O melhor país pelas condições, mas acima de tudo pelas pessoas: gente simpática, gente boa, gente de boa índole.
Foi isso que eu vi esta manhã na estação: gente de boa índole.
Todos nos deveríamos orgulhar dessa característica, desse património.
Temos obrigação, sempre mas mais agora nos tempos conturbados que atravessamos, de regar essa faceta.
É mais fácil do que parece.

domingo, 26 de julho de 2009

Democracia "Madeira style"

vidas tristes

Receber oitenta cêntimos por cada quilo de sardinha que se apanhou a custo de sangue e suor e vê-la no dia seguinte no mercado a cinco euros, é de certeza duro. Mesmo para quem tem a pele curtida e o coração empedernido de tanto arriscar a vida no mar.
Uma vida de lágrimas.

Parabéns


Quando o levaram ia assim.
Sobre ele pendia o peso de muitos anos de abnegado serviço.
Passou uma temporada num SPA, retemperou as forças e voltou um mimo.
Ei-lo de volta para dar conselhos aos novos: aos que nunca chegarão à sua idade.
Uma belíssima prenda de aniversário para os Bombeiros Voluntários da Mealhada.

Que saudades...



Os The Prodigy têm uma versão desta música mas, como facilmente se comprova, o original é muito melhor.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Época balnear


Eu sei que por eles só haveria vantagens se o mar chegasse à Lameira, mas mesmo assim eu continuo a gostar de ir ao Luso.
No domingo passado almocei na esplanada do lago: comi bem e fui bem atendido num ambiente extremamente simpático por um preço que me pareceu justo. Pretendo voltar.
Sou um turista.
Os bares do Luso têm feito um esforço enorme de animação e promoção que, pelas informações que tenho recebido, têm dado algum resultado. Aí já sou menos turista porque quando vou para os copos, vou para os copos, e como só me rodeio de bêbados, existem acrescidos problemas de logística rodoviária. No fim não há quem consiga trazer o carro, logo, bebe-se mesmo aqui por baixo onde ainda é seguro andar a pé.
Quem não é de todo turista são os tais milhares que por vezes são vistos no Luso a encher os garrafões e a fazer xixi. Esses, mesmo que fosse construido um Dolce Vita em frente à fonte de S. João não gastariam um centimo.
Se não gasta dinheiro, não é turista. A verdade é esta por muito crua e elitista que possa parecer. E como o que está em cima da mesa neste momento é o esbracejar da actividade económica no Luso, é disto que se deve falar.
A atitude da SAL, tomando como válida a informação de que seria possível fazer as obras no Inverno, demonstra mais uma vez que as termas são apenas um carrapato que a empresa tem que carregar para poder continuar a extrair água e a encher os cofres.
Eu não acredito na bondade da Sociedade das Águas do Luso em relação ao negócio termal.
Correndo o risco de ser demagogo, continuo a achar que a Câmara Municipal da Mealhada poderia fazer mais do que faz em relação a todo este assunto. A CMM age por reacção (às vezes depois de menosprezar os assuntos) quando deveria liderar o processo. Tenho alguma curiosidade em saber quantas pessoas serão transportadas pela bizarra "ponte aérea" a operar entre o Luso e a Curia. Isto se os comerciantes da Curia não correrem de lá o autocarro a pontapé porque também eles têm lá muitas camas para ocupar.
Sem qualquer assomo de falsa modéstia, garanto que teria todo o prazer em assumir que estou enganado.
Claro que nem tudo serão más notícias. O projecto de um novo hotel de 5 estrelas para a avenida dos Castanheiros avança a passos largos.
Aconselha-se muita prudência na expectativa: em Coimbra esteve projectado um hotel Hilton num terreno da zona da Boavista, paredes-meias com o Mondego. Hoje está lá o terreno, que tem ido à praça por um valor inferior à indemnização que um dos inquilinos de um casebre lá implantado pede para sair. E não aparece quem se chegue à frente.
O contrato do Palace do Bussaco vegeta. Esperemos que arranque agora que já há corpos gerentes para a Fundação. Desejo-lhes a maior das sortes.
O que realmente parece estar garantido é a tal praia na Lameira, pelo menos a julgar pelas sereias de biquini que se bronzeiam na zona da Cova d'Areia. Um dia destes aparece por lá o homem da bolacha americana!




quinta-feira, 23 de julho de 2009

fantástico

Yes, master...


Estreia hoje num cinema perto de si um dos filmes de animação mais sombrios dos últimos tempos. Igor é o ajudante de um cientista maléfico, supostamente desprovido de cérebro, que resolve um dia rebelar-se.
A versão dobrada deverá ser ainda mais sinistra que a original uma vez que a voz do simpático corcunda pertence a Pedro Granger.
Vale mesmo a pena.

eet

20 anos mais tarde...



Envolta num mistério de intrincada solução,
A arte é o catalizador da multiplicação.

O ser,
Resultado divino do prazer,
À força de ceder à educação,
Perde o génio criador que existe em si.

Move-se por impulsos,
Pressente o mediocre por sabê-lo,
Mas não sabe como combatê-lo.

O artista é o quociente da verdade.
O ente activo que resulta, por pensar,
Da luta eterna do ser
Por se querer libertar,
Das garras do viver só por viver.

Não à formação instituição,
Não à confusão educação,
Sim à criação bruta e simplista,
Minimal e intimista,
De quem o faz por prazer.

Criar é viver!


Pedro Costa
Julho 1989
a António Aleixo

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Balanço


Caros leitores,

O chacomporradas faz hoje 1 ano.
Era meu objectivo inicial encerrar o blogue ao fim do primeiro ano.
No entanto, como me deu algum gozo este ano de convívio, mesmo com aqueles que insistem em vir para aqui destratar as pessoas que não têm coragem de afrontar pessoalmente, resolvi alterar um pouco o meu objectivo.
Durante esta semana não vou escrever nenhum post. Vou esperar pelos vosso comentários.
Sexta-feira decido.

Melhores cumprimentos
Pedro Costa

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Para Angola e em força


Quinze por cento ao ano de juros num depósito a prazo normalíssimo a noventa dias é obra nos dias que correm.
Infelizmente é em Angola e o depósito tem de ser feito em qwanzas.
Além do mais é difícil arranjar qwanzas, mesmo em Angola!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

da Superior miopia


Alguns dos cursos superiores que aumentaram o número de vagas para o próximo ano lectivo, são precisamente os que têm menor taxa de empregabilidade.
As universidades dizem que mesmo nestas condições, um curso superior é sempre uma mais-valia.
É obviamente uma mais-valia, mas sê-lo-ia a sério se o curso servisse para alguma coisa.
Em termos práticos, um funcionário da caixa de um hipermercado com o 12º ano ou o mesmo funcionário com uma licenciatura em sociologia, são duas coisas totalmente diferentes: um consegue tecer teorias científicas acerca do comportamento das filas consoante a hora e o dia da semana enquanto que o outro se limita a fazer trocos. Claro que, com a mesma idade, um já tem mais quatro anos de ordenados que o outro...

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Piaf

A Lusa aos papéis


"Mealhada, 11 de Jul (Lusa) -
A Câmara Municipal da Mealhada aprovou a construção de um novo hotel, na vila da Cúria, com a categoria de cinco estrelas e dotado de uma clínica de fisioterapia e hidroterapia, foi hoje anunciado pela autarquia.
Implantado num terreno com cerca de 12.500 metros quadrados, o hotel terá 80 unidades de alojamento, piscina, SPA, ginásio, squash, bar e restaurante, bem como auditório para reuniões e congressos.
A clínica, que terá uma área de implantação, no solo, de mais de mil metros quadrados, idêntica ao do hotel, terá 60 lugares de internamento, piscina, sauna, banho turco e ginásio, entre outros equipamentos.
O complexo já obteve o parecer positivo do Turismo de Portugal e foi aprovado em reunião do executivo camarário realizado esta semana.
O empreendimento é da iniciativa da ZENZEM - Sociedade de Investimentos Imobiliários, Lda, com sede na região, que pretende disponibilizar aí serviços de reabilitação física e mental através de processos de fisioterapia e hidroterapia, aproveitando as qualidades termais das águas locais, refere uma nota da autarquia."


Agência Lusa

Há tipos com sorte


"Vizinho barulhento condenado a pagar 24 mil euros de indemnização"

JN 2009.07.13

Eu também tenho um vizinho barulhento, mas duvido muito que ele tenha vinte e quatro mil euros para me dar!

Gomme


O nome é pomposo, mas trata-se de uma coisa simples.
Gomme é xarope de açucar: açucar e água (2 partes de açucar para uma de água) fervidos em conjunto até atingir o ponto ideal.
O ponto ideal pode perfeitamente medir-se a olho: fica ligeiramente amarelado e untuoso(tipo azeite).
Depois de arrefecer pode guardar-se numa garrafa à temperatura ambiente durante meses.
Misturado em partes iguais com sumo de limão ou lima e uma aguardente (gin, vodka, rum, tequilla ou até brandy) e batido no shaker, dá sempre um resultadão...
E porque no Verão o alcool sobe mais depressa, neste tipo de mistura o grau desce para um terço: se a aguardente tiver 40% de alcool, o resultado não ultrapassa os 13,5% (semelhante a qualquer tinto corrente).
Pode ainda ser utilizado para fazer excelentes cordiais de limão ou lima bastando para tal juntar o sumo da fruta, o xarope (proporções conforme o gosto) e muito gelo.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

808 24 24 24


Neste momento ainda ninguem sabe quais as proporções que vai tomar a pandemia da gripe A.
Sabe-se, e isso com algum grau de certeza, que não reveste um risco para a vida humana muito diferente de qualquer surto de gripe comum.
A diferença residirá essencialmente no impacto que terá na nossa vida quotidiana pois incapacita em maior número, mais profundamente e por mais tempo as pessoas infectadas.
Trará, a seu tempo, grandes transtornos ao nosso quotidiano.
Provavelmente provocará mortos dentro dos chamados grupos de risco. Se calhar ao nível do que acontece todos os anos...
Neste momento, apenas a expectativa.
Tal como eu, penso que o país inteiro aprecia o modo calmo, sensato e organizado que os três maiores actores do nosso sistema de saúde , Ana Jorge, Francisco George e Constantino Sakelarides têm utilizado para fazer passar a mensagem.
Um bom exemplo de serviço público.

Perpetuum Jazzile (Eslovénia)

Para ouvir com os olhos fechados

terça-feira, 7 de julho de 2009

o Paixão, lógicamente um Pedro


Acabei agorinha de ler uma entrevista que o escritor Pedro Paixão concedeu à revista Sábado.
Nunca li absolutamente nada que ele tenha escrito nem fiquei agora com vontade de ler.
É diferente.
A entrevista criou em mim uma empatia enorme com o homem mais que com o escritor.
Tem, enquanto pessoa, uma auto-suficiência desarmante. É cru, frontal sem ser arrogante e incisivo sem ser maçador.
Não arrasta ninguém para o seu mundo nem invade o mundo dos outros, mas cativa quem se aproxima. É frontal enquanto delicado e assertivo sem condicionar as vontades alheias.
Transparece dele que as pessoas lhe entram e saem da vida sem deixar pégadas, mas memórias.
Confesso, gostaria de saber ser assim.
É magnético.
Completamente desligado, mas não aparentando estar desenraízado.
Aos olhos dos boçais aparecerá como um inútil, aos dos sensíveis como um libertário.
Vivo!
Infelizmente é doente bipolar. E isso é que já não me seduz, embora comungue com ele a ideia que é da depressão que nascem as obras mais grandiosas.
Vou seguir-lhe o rasto.
Assombradamente desassombrado!

cantinho do Zandinga

Se se mantiver a ordem pública no dia 27 de Setembro, no próximo ano os exames de Físico-Quimica, Biologia e Matemática vão ser muito mais fáceis.
E isto não é uma promessa eleitoral, é apenas a hipoteca do futuro de um país!

Carminho

Então a culpa não era dos impostos?

"Portugal terminou o primeiro semestre do ano com os preços dos combustíveis mais caros entre os membros da União Europeia. Descontando os impostos, o nosso país é mesmo o que pratica o preço da gasolina mais caro entre os 27 estados-membros. No caso do gasóleo temos o quarto preço mais alto. No último ano, os valores das matérias-primas caíram mais do que os preços praticados nas bombas.
O Negócios analisou a evolução dos preços dos combustíveis desde o início do ano em Portugal e na União Europeia. A conclusão aponta para que os preços tenham subido mais em Portugal, desde o início deste ano, do que na média dos países da UE. Isto no caso dos preços sem impostos. Porque quando analisados os preços com impostos, a evolução é um pouco diferente, de acordo com os dados disponíveis no site da Comissão Europeia."

Sara Antunes
J. de Negócios

sábado, 4 de julho de 2009

Tacho erudito

Com votos de sucesso e um abraço para o meu amigo Paulo Mesquita, um dos arguidos neste processo.
Mais informações em: www.turismodecoimbra.pt

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Assim é que se trabalha

A vida pelos cornos


Uma vez li numa porta de casa de banho de um parque de campismo a seguinte frase: “Portugal é um país pequenino com gente à sua medida”.
Para quem não teve na vida direito a este salutar encontro com a cultura, informo que, ao contrário das portas de WC de café ou de shopping center onde só pululam obscenidades e ofertas de trabalho promíscuo, nas casas de banho dos parques de campismo era usual (falo no passado porque ultimamente não as tenho frequentado) lerem-se verdadeiras pérolas da filosofia existencial.
Assisti ontem, estupefacto, à novela tauromáquica que se gerou em torno do gesto de Manuel Pinho e confesso o meu desapontamento: estou farto deste país!
As nossas autoproclamadas elites alojam no seu seio um verdadeiro bando de pilha-galinhas, engomadinhos até à medula, que se dão ao desfrute de poder cometer as maiores ilegalidades enquanto escudados nas imunidades que para seu bel-prazer criaram.
Quando aparece um outsider que demonstra um bocadinho mais de vivacidade, tendem a reduzi-lo à insignificância. Apontam-no a dedo e, se cometer a ousadia de demonstrar que pertence ao “povo”, gozam-no até se arrepender de ter nascido.
O povo pode ser roubado, espoliado, gozado, vilipendiado, trucidado e desrespeitado, mas eles, os engomadinhos, não têm sequer estaleca para resolver pessoalmente os problemas que entre si criam.
Neste caso dos cornos, ficámos inclusivamente sem saber quem era o portador: se o próprio se Bernardino Soares.
O gesto foi ambíguo!
Se um dia fosse possível expurgar a nossa vida pública de todos os momentos verdadeiramente inúteis, dos diálogos à base do “xôtor” e do “xôrenginheiro” e das lambidelas de botas e das facadas nas contas e dos sapos engolidos e dos golpes de rins e das conversas idiotas e da falta de objectividade discursiva e das caras de peido que não sai…
Se um dia tudo isso desaparecesse, talvez o país fosse a algum lado.
Ficámos pelo menos a saber que na Assembleia da República, utilizar linguagem gestual é justa causa de despedimento.
E tirar macacos do nariz?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Lagrene e Galliano

the Matrix


Senhor!


A Teus pés me rojo,
Em súplica pelo perdão.
Equivocado me apresentei
E no erro laborei
Por tempos infindos, sem remissão.

Afinal, Senhor!
Que por linhas tortas
Direito escreves,
Apresentaste-me a luz!

Arrependido, eu me confesso.
Renego todos os vilipêndios
Aceito todos os impropérios
Assumo todas as calúnias.

Porque pela voz dos profetas falaste
Senhor

Porque por eles nos informaste
Senhor

Porque nos mostraste a realidade,
Contricto me desfaço em pó!

Afinal o Luso está muito bem!

Termas?
Já não interessam a ninguém!

Vão mas é trabalhar!