quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Rodrigo Leão & Cinema Ensemble no Teatro Gil Vicente


30 de Janeiro de 2009, 21h3O

Cinema Ensemble é o grupo que nos últimos anos tem dividido os aplausos que a música de Rodrigo Leão tem recolhido um pouco por todo o mundo. Com uma formação invulgar, que mistura instrumentos clássicos e eléctricos, este grupo tem esgotado todas as melhores salas de Portugal, sempre com grande sucesso de público e crítica. A carreira de Rodrigo Leão já leva 25 anos. Foi membro fundador de uma das mais importantes bandas portuguesas dos anos 80, os Sétima Legião, grupo que mereceu os favores da crítica e do público, em Portugal, e que ainda hoje é um caso de culto. Ainda na década de 80, integrou um inovador projecto que haveria de marcar a década seguinte, no panorama nacional e, sobretudo, internacional – os Madredeus. Com esta banda, viajou por todo o mundo e obteve um enorme sucesso.
Nessa mesma década, em 1993, deu início à uma carreira a solo, explorando os seus impulsos de compositor. Lançou os álbuns “Ave Mundo Luminar”, “Theatrum”, “Alma Mater”, “Pasión” e “Cinema”, registo conta com a colaboração de Beth Gibbons dos Portishead e de Ryuichi Sakamoto, e que foi alvo de um generalizado aplauso e de um sólido sucesso. O ano passado, reviu a sua carreira a solo em “Mundo” e assinou a banda sonora de uma das melhores séries de televisão dos últimos anos, “Portugal, Um Retrato Social”.

Rodrigo Leão sintetizadores, Ana Vieira voz, Celina da Piedade acordeão e voz, Viviena Tupikova violino, Luis San Payo bateria, Luis Aires baixo, Bruno Silva viola e Marco Pereira violoncelo.

Produção Uguru

Preçário

Preço normal plateia 25,00€

Preço normal balcão 22,00€

Preço estudante plateia 23,00€

Preço estudante balcão 20,00

Espectáculo para M/6

in blogtagv.blogspot.com

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Macau - a História repete-se!


Portugal teve um início de administração fabuloso em Macau no sec XVI o que lhe permitiu ficar por lá mais de quatrocentos anos.
Dez anos depois da nossa saída, Macau renasce de uma forma esplendorosa.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Free XING PIN port - bang bang

Chama-se Liu Zhihua e parece que recebeu um milhão de dolares de "luvas" durante a construção dos equipamentos de apoio aos Jogos Olimpicos de Pequim. Um milhão de dólares é muito menos que quatro milhões de Euros e muitíssimo menos que quatro milhões de contos.
Foi condenado à morte com pena suspensa durante os jogos para não manchar a imagem do país. Depois dos jogos não sei o que lhe aconteceu, mas não deve ter sido nada de bom.
Que em Portugal a malta se abotoa porque confia no sistema judicial e sabe que não lhe vai acontecer nada, já todos sabemos.
Agora na China, arriscar a obtenção de mais um buraco na moleirinha a troco de duzentos mil contos, é de Homem. E ao que consta, os tribunais chineses têm a mão pesada e o dedo rápido no gatilho.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Casper, o fantasminha

(in Diário as Beiras 26.01.2009 - não cabia tudo no scanner, quem quiser a noticia para ler ou lançar dardos que compre o jornal)

O Professor Chibanga leu as entranhas de um leitão e informou-me que na semana passada foi feita uma sondagem no nosso concelho onde o nome de Gonçalo Breda Marques aparecia como possível candidato à Câmara pelo PSD.
Chegou a garantir-me, embora o Professor Chibanga não seja de fiar (afinal não passa de um personagem de ficção), que nessa suposta sondagem haveria uma comparação directa entre GBM e César Carvalheira .
Hoje saiu este artigo deveras simpático no Diário As Beiras.
Yo no creo en brujas, pero...
Agora uma coisa completamente diferente: quando é que é o próximo plenário do PSD?


domingo, 25 de janeiro de 2009

O princípio da incerteza


É histórico o "amor" que Carlos Cabral nutre pela figura das empresas municipais. Concordo com os argumentos que utiliza para não as permitir no nosso concelho enquanto tal lhe for permitido e a história de tais instituições no nosso país tende a dar-lhe razão.
Depreende-se, por declarações ao JN, que a actual direcção da Associação do Carnaval da Bairrada, a braços com constrangimentos anteriormente inexistentes, até veria com bons olhos que fosse criada uma estrutura mais profissional para evitar a morte do carnaval da Mealhada.
Em entrevistas avulsas aos jornais do concelho, os responsáveis das escolas de samba têm vindo a demonstrar cada vez menos vontade de coabitar com esta insegurança. As escolas têm já dimensão suficiente para, mesmo no carnaval, não levarem as coisas a brincar.
A análise fria dos números leva à conclusão que não é muito viável (naquele local) a possibilidade de aumentar, seja a quantidade de público nos corsos, seja o preço dos bilhetes. É pois necessário buscar outras fontes de receita e afinar o controlo dos custos. Sempre estamos a falar de uma organização que lança anualmente um corso a céu aberto em pleno Inverno e que precisa de vários milhares de pessoas pagantes para sustentar essa mesma organização, rezando para que não chova. Um grupo de gente corajosa, mesmo com subsídios da câmara...
Banalidades, dir-me-ão.
Pois sejam, mas o diagnóstico está feito e não foi por mim e creio que mesmo sem problemas com o fisco, o carnaval de 2009 seria na mesmo preparado em cima da incerteza como foram todos os anteriores.
É preciso estudar o problema na sua génese. A Mealhada tem dois carnavais (o que fazemos para nós e o que fazemos para fora) e estes têm demonstrado alguma dificuldade em coexistir.
Se se pretende que o carnaval seja a nossa festa anual, a festa que o povo da Mealhada vive intensamente e para o qual muitíssima gente contribui, que seja. Faça-se para consumo interno com custos de consumo interno e resultados semelhantes.
Se o objectivo é o de fazer com que o carnaval da Mealhada seja cada vez mais uma grande festa de nível nacional (que já é), é necessário ostentar um grau de exigência que permita a manutenção desse estatuto, mas isso fica caro.
Será que o peso do carnaval em termos de notoriedade do nosso concelho é suficientemente forte que, mesmo não sendo rentável, justifique a prazo todo o esforço?
Será que é possível manter o glamour e mesmo assim conseguir ser rentável?
Será que não existem outras formas de profissionalizar o carnaval sem ser a empresa municipal, de o tornar uma instituição activa durante todo o ano que permita buscar outras fontes de receita para diminuir a dependência dos humores do S Pedro num Domingo e numa Terça-Feira de Inverno?
A opinião de Carlos Cabral já todos conhecemos. E a dos outros putativos candidatos ao lugar que actualmente ocupa?
Afinal estamos em ano de eleições e, pela informação disponível, não se sabe se Carlos Cabral será candidato.
Nem ele nem mais niguém!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Portugueses de segunda


Acabei de receber o texto abaixo por mail.
Mais uma indecência do nosso sistema fiscal à qual nenhum governo quis até hoje pôr termo.
A figura do Recibo Verde foi criada com uma determinada função para a qual ainda hoje é útil. O problema apareceu quando alguém resolveu generalizar a sua utilização, estendendo-o a todos os trabalhadores que houvesse necessidade de manter eternamente precários, com o Estado Português a liderar o pelotão.
Assinem a petição que é por uma boa causa.
O link está no final.
.
"Como sabem desde sempre que trabalho a recibos verdes. Não existe trabalhador mais desprotegido que o trabalhador dito "independente" a recibos verdes. Não temos direito a férias, a estar doentes, licenças maternidade/paternidade, etc... não recebemos subsídios de qualquer ordem (baixa, desemprego, maternidade, etc.), não temos uma inspecção geral do trabalho que nos informe ou apoie (é só para os trabalhadores dependentes), recebemos ordens de todos e temos horários para cumprir como todos. Somos obrigados a pagar todos os meses a segurança social, mesmo que fiquemos 5 meses sem receber um tostão. Somos obrigados, no final da prestação do serviço, a entregar o recibo verde em como recebemos(segundo a lei) mesmo que não tenhamos recebido - o único elemento de prova que temos em nosso poder que nos serve de garantia de recebimento ou não - irónico não é?! Se as empresas não nos quiserem pagar (e existem muitas assim) para as finanças, quem está em falta somos nós, os trabalhadores independentes que prestaram o serviço, não receberam mas também não prestaram contas desse serviço (quer tenham ou não recebido).Por tudo isto, peço-vos, minhas amigas e meus amigos, familiares, a recibos verdes ou não, assinem esta petição por todos nós e, quer resulte ou não, pelo menos tentamos.
Muito obrigada e beijinhos para todos"

Flying Pickets

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Einstein



Chamava-se Einstein e era considerado o papagaio mais inteligente do mundo. Apesar do nome, era uma senhora e morreu com 31 anos.
Mais de um ano depois da sua morte, a singela homenagem do chacomporradas.


"BOSTON, EUA - O papagaio mais inteligente do mundo, capaz de identificar 50 objetos, sete cores e contar até seis, foi encontrado morto na última sexta-feira, nos Estados Unidos. Alex, "filho" da cientista Irene Pepperberg, tinha 31 anos e sua inteligência correspondia à de uma criança de 5 anos.
O papagaio africano foi comprado em uma loja de animais e nas últimas três décadas animava o núcleo de cientistas da Universidade de Harvard, em Cambridge.
Segundo a dona de Alex, seu pássaro mostrou que papagaios usam as palavras para se comunicar e não simplesmente as reproduzem. Ao longo de sua vida, Alex apareceu em alguns programas de TV, assim como foi estrela de um DVD sobre como educar um papagaio.
Devido à sua inteligência, Alex muitas vezes se frustrava com as pesquisas que faziam com ele. - Às vezes, tínhamos que repetir os testes 60 ou até 70 vezes para conseguir um bom resultado - disse Pepperberg. - Nas primeiras 12 repetições ele ficava animado. Depois, ficava de costas e começava a brincar, jogando as coisas no chão."

O Globo Ciência, 11 de Setembro de 2007

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Nervoso miudinho


Este senhor meteu água no primeiro evento oficial em que participou como Presidente.
Estava nervoso, confessou.
Por momentos esteve ao nível do seu antecessor, embora esse tenha metido água até quando não estava nervoso.
Há quem diga que os ciganos não gostam de ver bons princípios aos filhos, esperemos que se passe o mesmo com os afro-americanos. Se assim for, temos Homem.
Apesar de ser o homem mais poderoso do mundo, obrigou-se (obrigaram-no?) a repetir o juramento para que interiorizasse que não basta dizer que se é humilde, é necessário demonstrar.
Um grande país, a América! Digo-o sem ponta de sarcasmo porque é precisamente nestes pequenos pormenores que se demonstra grandeza.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

E eu que pensava que tinha sido a música...

A propósito (ou não) grande album este Soul, grande album.

Portugal radical


-Portugal ganhou um prémio europeu por causa do rastreio do cancro do colo do útero efectuado no Alentejo. Precisamente na mesma zona do país onde há tempos foi feito um rastreio do cancro da mama no qual pediam às senhoras para exporem e virarem as ditas para um satélite em plena via pública. Esperemos que este seja mais científico.
-Dois agentes da PSP foram vítimas de carjacking em Mangualde. Os assaltantes, se forem apanhados, serão autuados.
-A defesa do médico Ferreira Dinis, arguido no caso Casa Pia, pretende que o facto do seu cliente chegar todos os dias atrasado ao tribunal por trabalhar até tarde seja usado como álibi para todas as acusações de abusos que tenha alegadamente perpetrado da parte da manhã. É bem visto, só não sei se convencerá a juíza.
-Os azulejos de Lisboa estão a ser diariamente roubados. Já desapareceram dezenas de milhar. Alguns estão à venda no Ebay. Um dia destes levam o estádio de Alvalade.

A cábula

Um inglês, de férias no Algarve, ia fazendo um esforço para dizer umas coisas em português.
Foi ao supermercado e fez a seguinte lista:
- Pay she
- MacCaron
- My on easy
- All face
- Car need boy (may you kill oh!)
- Spar get
- Her villas
- Key jo (parm soon)
- Cow view floor
- Pee men too
- Better hab
- Lee moon
- Bear in gel
Ao chegar a casa, bateu com a mão na testa e disse:
- Food ace! Is key see me do too much! Put a keep are you!

Texto enviado pela Catarina

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A dimensão humana

Hoje almocei no Irish Pub na companhia de uma (foram mais, confesso) fiel Guinness e de um grande amigo que já não via há mais de um ano.
Lá fora parecia mesmo a Irlanda. O vento e a chuva fustigavam as vidraças e o Mondego, indiferente à crise, corria cinzento como chumbo.
As gaivotas, que já são seguramente milhares, levantavam e poisavam ritmadamente como se uma estranha coreografia as comandasse.
O meu amigo sempre foi um homem muito viajado, tendo-se ultimamente fixado pelo Oriente - Laos, Vietname, China, Singapura, Tailândia, Malásia, Birmânia...
Conheço-o há perto de vinte anos e sempre foi uma das pessoas mais intelectualmente estimulantes com quem tive até hoje o privilégio de privar. Disse-me um dia que se encontra mais dimensão humana num birmanês ou num vietnamita cujo único haver é uma taça de arroz, que num ocidental carregado de doutoramentos.
Eu nunca me esqueci da dimensão humana: um estado a que se acede com sabedoria e não um título que se conquista com estudo.
Hoje conversámos sobre a falência do modo de vida ocidental: o nosso.
As lojas mais esplendorosas das maiores griffes planetárias já não se encontram em Paris ou em Nova Iorque, mas em Xangai. Por este andar, os Europeus vão acabar a coser sapatos para os chineses e para os indianos aos preços e nas condições de trabalho em que eles o fazem hoje para nós.
O paradigma do mundo está a mudar e o Ocidente perde mais tempo a discutir coisas menores, que a pensar no futuro. A segurança dada pelo conforto do nosso actual estilo de vida é aparente; oca!
A crise mais que financeira ou económica, é civilizacional.

von Otter

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

...que atire a primeira pedra.


Em tempos idos de fanatismo religioso ocidental, apelidámos de infieis todos os infelizes que não professavam o credo oficial do auto proclamado lado mais evoluído do mundo. A religião católica representava por essa altura os países mais modernamente armados e a fé serviu de mote a muito saque e a muita violência devidamente "autorizada" e recompensada pelo divino.
Felizmente esses tempos de obscurantismo já passaram e o ocidente vive hoje uma época de miscigenação religiosa, de tolerância opinativa e, na maioria dos seus países, de laicismo assumido.
A fé, nas sociedades ocidentais, serve hoje para unir, para ajudar os acólitos a ultrapassar as pedras do caminho, para guiar quem crê e para promover o diálogo e o respeito entre os variados credos.
Lá para os orientes a coisa não é bem assim. O Corão professa uma religião bélica (ao contrário de Jesus Cristo que foi um desgraçado, Maomé era um guerreiro), uma religião que sempre que as circunstâncias lho permitem deve impôr-se, mesmo que pela força, tratando ainda hoje como infieis todos os que não professam os seus ensinamentos.
A figura do muçulmano não praticante (tal como a do judeu não praticante) simplesmente não existe. Ou se é ou não se é e nisso eu tendo a concordar. A religião deve ser levada a sério e não apenas tirada da gaveta quando se nos afigura confortável usá-la.
As comunidades muçulmanas no ocidente são na sua maioria pacíficas e conseguem ler com moderação as partes mais impositivas do Corão. Há, no entanto, partes das suas escrituras que não são passíveis de leituras light e entre elas encontra-se a questão do papel da mulher na sociedade.
Aos olhos do mundo ocidental e do direito vigente nesse mesmo mundo, a religião muçulmana subalterniza a mulher, humilha-a, oprime-a e retira-lhe toda e qualquer réstea de dignidade.
Aos olhos do Islão a mulher é protegida, adulada e venerada, recatada, pura e casta. Atributos que lhe garantem severos castigos sempre que são postos em causa pela própria ou por terceiros. No entanto, os (gordos) números da violência doméstica sobre as mulheres no mundo ocidental são algumas vezes utilizados pelas comunidades muçulmanas como arma de arremesso que, convenhamos, tem o seu quê de lógico.
Pelo que as espera e porque estão formatadas de uma maneira completamente diferente, é realmente importante que as mulheres ocidentais estudem previamente a realidade muçulmana antes de a abraçarem, sob pena de efectivamente se meterem numa carga de trabalhos. É que mais tarde será sempre tarde demais.
Claro que mais forte que tudo isto será sempre o alucinante poder da paixão e a eterna magia do amor.
Dom José Policarpo terá sido imprudente na escolha das palavras, mas os lideres da comunidade muçulmana portuguesa souberam ser moderados.
Falta só a opinião dos idiotas do costume que acabarão como sempre por tentar tocar fogo ao paiol.

Alma da Zélia

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A brigada do croquete


Desde a famosa história do "Alcochete Jamais", o ministro Mário Lino tem andado tristonho, macilento, sem apetite, deprimido.
Com medo de alguma tirada menos, digamos, elegante que pudesse envergonhar o nosso Jet7, a alta sociedade ostracizou-o. O número de convites para festas, inaugurações e vernissages caiu abruptamente lá para os lados do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.
Ao compreensível constrangimento e contristamento do nosso mais inefável e colorido ministro, os serviços de relações públicas do ministério responderam com denodo, sentido de dever e compreensível agressividade mediática. Afinal o ministro Mário Lino terá que estar com o seu proverbial killer instinct devidamente afiado para afrontar os tempos conturbados que nos esperam com um sorriso nos lábios, desafiando a crise para consecutivos duelos que se pretende ganhe com arrojo e ousadia.
Numa nunca antes vista campanha de coaching e recauchutagem de imagem, aconselharam as empresas onde o Estado é accionista a convidarem o ministro para todas as inaugurações que estivessem a pensar fazer nos proximos tempos. Para agilizar o processo, chegaram a enviar minutas dos convites.
Ninguém bem intencionado encontrará nesta medida qualquer ligação com o calendário eleitoral que se aproxima, mas mesmo assim parece que algumas das empresas contactadas terão torcido o nariz.
Alegadamente, o mundo empresarial é agora muito restrito e rigoroso com quem convida para as suas festas e como a coisa tem andado escura lá para os lados da tesouraria, os salgadinhos são agora um produto caro e de distribuição muito controlada.

O herético


O ponto mais polémico da entrevista de Alberto João Jardim a Mário Crespo, emitida ontem pela SIC, aconteceu quando o Presidente Madeirense, após ter dito que nem Alvaro Cunhal se atreveria a dizer o que Vitalino Canas disse após a histórica derrota do PS na Madeira (+/-15%) nas ultimas eleições regionais, deixou-se arrastar pelo empolgamento e acrescentou algo parecido com isto:
"O Dr Alvaro Cunhal, que Deus lá tenha na sua graça..."
Juntar Alvaro Cunhal e Deus na mesma frase é herético e não acontecia em público desde 1975. Em privado aconteceu esporádicamente após o PREC e apenas no sigilo do numero 3 da Rua Soeiro Pereira Gomes, em Lisboa.
Alberto João Jardim poderá ter cavado a sua sepultura política com esta tirada profundamente infeliz.
Ainda não se conhecem reacções oficiais.

Os restaurantes estão a fechar com a crise...


"Parecer dá luz verde à ASAE para inspeccionar os advogados."

DN 2008.01.13

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

The missing link


Todos temos que provar algo a alguém, nem que seja a nós próprios. Quem diz que já não precisa de provar nada a ninguém, erra porque ao dizê-lo precisa de provar a si mesmo que o pode fazer sob risco de estar a dizer idiotices.
É conveniente conseguirmos distanciar as nossas opiniões dos factos que a elas conduzem porque é precisamente com os factos que poderemos sustentar e comprovar as opiniões sempre que sejam postas em causa.
Quando, perante os factos, as nossas opiniões continuam a ser postas em causa, ou ficamos na nossa ou esperamos que alguém mais conceituado que nós tenha uma opinião semelhante.
No dia vinte e sete de Agosto do ano passado, escrevi neste mesmo blogue um post intitulado "Politicamente incorrecto" que começei com a seguinte frase: "O mundo só é viável se tiver ricos com dinheiro para gastar e pobres para trabalhar."
Não é uma opinião, é um facto. Discutível, mas um facto.
Ao exmo. Anónimo que no dia vinte e oito de Agosto me brindou com a seguinte pérola: "é de doidos este palhaço pensa que é...burro de certeza!" e ao exmo. Anónimo que escreveu algo mais acintoso que tive que apagar, respondo agora com a opinião de alguém obviamente mais conceituado que eu.
Em entrevista ao El País, o historiador Timothy Garton Ash disse: "É impossível que seis mil e setecentos milhões de pessoas possam viver como vive a classe média ocidental".
Vejam lá se o que ele quis dizer, mas de uma forma politicamente correcta, não foi algo parecido com: "O mundo só é viável se tiver ricos com dinheiro para gastar e pobres para trabalhar."

sábado, 10 de janeiro de 2009

Este não pode emigrar para cá!



Video enviado pela Sra Professora Anabela, que felizmente não tem necessidade de tomar estas medidas porque em Ventosa os télélés não têm rede e porque, constou-me, os meninos dela são atinadinhos.
Venha de lá essa classificação de Muito Bom.
Ou mais, que ela é boa rapariga!
;-)

The first blood


O primeiro filme da série Rambo chamava-se First Blood.
O título justifica-se quando a determinada altura John Rambo consegue chegar à fala com um antigo instrutor e lhe dá a explicação que o tempo permite: Não fui eu quem derramou o primeiro sangue.
Sempre que se fala de conflitos com alguma idade, mesmo que meramente lactentes, basta viajar no tempo para facilmente mudarem de nome e de lado os responsáveis pelos primeiros derramamentos de sangue.
É assim no País Basco, é assim na Irlanda, é assim no Ruanda, é assim no Haiti, é assim em Caxemira e é assim um pouco por todo o Médio Oriente. Há culpas e, porque se fala de conflitos, há culpados de ambos os lados na mesma medida em que há inocentes precisamente nas mesmas condições.
Por razões de ordem profissional, tenho tido oportunidade de lidar com bascos e com israelitas e, se no caso dos primeiros salta à vista que o conflito que os opõe à Coroa Espanhola está confinado às acções do movimento separatista e tem ou não o apoio da população consoante a "justeza" das acções que levam a cabo, no caso dos israelitas o caso é totalmente diferente. Os israelitas são de longe as pessoas mais desconfiadas, mais stressadas e mais ariscas com quem já tive oportunidade de lidar. Salta imediatamente à vista a pressão com que vivem o seu dia a dia. Não lhes invejo um milimetro das vidas que têm. Vivem num país árido, rodeado de inimigos ou potenciais inimigos e têm bunkers no fundo do quintal.
Não consigo, no entanto, ter mais simpatia por eles que tenho pelos palestinianos ou pelos libaneses.
Basta pegar num mapa para facilmente confirmar quem ficou com as melhores fatias do território quando a (re)criação do Estado Judaico confinou os palestinianos ao sítio onde hoje se encontram. E o termo recriação tem muita importância neste contexto porque basta virar novamente a ampulheta e encontramos em outros tempos do passado precisamente a situação inversa.
Há problemas que se resolvem buscando as suas razões. Este e tantos outros semelhantes resolver-se-ão apenas quando se procurarem as soluções e quando o tempo (por aqueles lados o tempo mede-se em milénios), quando o tempo curar as feridas.
A organização e a modernidade do Estado Judaico permitem aos seus habitantes terem stress enquanto os do outro lado têm morte. É desproporcional a técnica mas comparável a vontade e a força.
Por estes dias vivem-se momentos trágicos. Mais trágicos porque na contenda temos dois povos que se começaram a entender ao fim de muitos anos de conflito e que de repente se vêem arrastados para mais uma horrenda escaramuça por uma organização terrorista que se representa a si própria ao arrepio do poder instituído no país onde opera.
Desta vez sabemos quem derramou o primeiro sangue. Não que isso tenha muita relevância para a estatística dos mortos e feridos.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Cool man

Spread


Uma tarde, um famoso banqueiro ia na sua "limousine" quando viu dois homens na berma da estrada a comer relva.
Pediu ao motorista que parasse, saiu do carro e perguntou a um deles :
- Porque é que estão a comer relva ?
-Não temos dinheiro para comida - respondeu um dos homens - Por isso temos que comer relva.
-Bem, então venham a minha casa e eu vos darei de comer - disse o banqueiro.
- Obrigado, mas tenho a minha mulher e dois filhos comigo. Estão alí, debaixo daquela árvore.
- Que venham também - disse novamente o banqueiro.
Voltando-se para o outro homem disse-lhe:
- Você também pode vir.
O homem, com uma voz muito sumida disse:
- Mas, senhor, eu também tenho esposa e seis filhos comigo!
- Pois que venham também. - respondeu o banqueiro.
Entraram todos no enorme e luxuoso carro.
Durante a viagem, um dos homens olhou o banqueiro e disse:
- O senhor é muito bom. Obrigado por nos levar a todos !
O banqueiro respondeu:
- Meu caro, não tenha vergonha, fico muito feliz por fazê-lo ! Vão ficar encantados com a minha casa. A relva lá tem mais de 20 centímetros de altura !
Moral da história:
Quando pensares que um banqueiro te está a ajudar, pensa duas vezes.

Texto recebido por mail

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Tininho meninos porque é a nossa massa que está a andar!

"O Governo quer acelerar a execução do investimento público com o qual espera reanimar a economia e, depois de ter aprovado em Dezembro um conjunto de excepções ao Código dos Contratos Públicos, vai hoje alargar o seu âmbito às autarquias. As excepções vão durar dois anos e permitem aos organismos do Estado, incluindo as regiões autónomas e as autarquias, adjudicar directamente empreitadas com custos até cinco milhões de euros, quando o actual limite se situa nos 150 mil euros. O Governo tinha já definido que as prioridades do investimento se centram na modernização do parque escolar, em investimentos na área das energias renováveis, na eficiência energética e redes de transporte de energia, na modernização da infra-estrutura tecnológica (redes de banda larga da nova geração) e reabilitação das cidades"

Jornal Público, 2008.01.08

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A surfar na terceira vaga


Estamos a desmaterializar-nos.
Desmaterialização é a palavra chave para a mais radical evolução que a nossa sociedade está a sofrer - demore uma década ou demore um século, far-se-á!
Diz quem sabe e quem sabe é Alvin Toffler (vénia) que de vez em quando regressa para nos mostrar as frinchas das portas para o futuro.
Depois do "Choque do Futuro" que nos anos setenta descrevia ao pormenor as futuras batalhas entre os limites do Homem enquanto ente biológico e o caminhar avassalador da tecnologia cujo limite seria a degeneração.
Depois do excitante "A Terceira Vaga" (respeitosa vénia) que acertou quatro em cada cinco das previsões que em 1980 fez acerca da nossa cada vez mais actual (deliciosa) interacção com o mundo digital por oposição a uma sociedade meramente industrial, cinzenta, povoado de seres acéfalos, rotinados, ordeiramente motivados para cumprir objectivos e prazos.
Depois das doutrinas apresenta o conceito.
A desmaterialização, expressão brilhante que resume um mundo que se quer mais justo, mais equitativo, mais equilibrado e mais bonito, nasce da vontade e da experiência do dia a dia.
Não há por aqui tecnologias à solta.
Há simplesmente a prossecução da felicidade, uma felicidade plenamente conseguida à custa do desfrute do corpo e do espírito que temos relegado para segundíssimo plano enquanto construímos uma carreira que sustenta toda a colecção de porcarias que (julgamos nós) nos ajudam a criar uma imagem de sucesso para consumo externo e a alimentar uma fome de posse que fomos formatados para ter.
Esta desconstrução de todos os excessos é natural, apenas forçada pelo facto de, a determinada altura da nossa existência descobrirmos (e assumirmos sem complexos) que há simplesmente vida para além da nossa vidinha diária e mesmo para além da nossa vidaça sonhada!
O mundo digital tirou-nos a necessidade das colecções, a noção de posse, de acervo activo a preservar.
Tudo interligado, complementado, integrado... um universo de criação que antes requeria conhecimentos científicos e equipamentos caríssimos cabe agora no mais pequeno dos nossos bolsos.
Um mundo virtual que se materializa com custos cada vez mais acessíveis.
O valor como alavanca e não como objectivo.
A noção de basta-me contra a noção de preciso.
A primeira porta já aí está e abre-se, escancara-se, ante os nossos olhos.
A felicidade está ali ao virar da esquina: pura, simples, sensorial, legítima.
A sociedade desmaterializada está em marcha.
Que pena eu tenho de neste momento não saber se ainda aqui estarei daqui a um século!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Pedro e o lobo

Encheram-nos os ouvidos com a pandemia que se avizinhava trazida pelos ventos do Inverno e pela passarada.
Enfiaram-nos pela casa dentro imagens de patos mortos por uma peste sinistra em lagos cada vez mais próximos da nossa porta.
Formataram-nos o cérebro com alertas acerca de sintomas.
Aconselharam-nos uma ida ao serviço de urgência mal caisse o primeiro pingo do nariz.
Avançaram números com imensos zeros que seriam os da nossa desgraça caso o tal H5N1 conseguisse imiscuir-se na pacatez dos nossos resfriados.
Assustaram-nos.
A gripe veio este ano mais afoita que o costume.
E que fizemos nós?
Simplesmente o que nos mandaram.
Correspondemos com esforçado ânimo aos pedidos de colaboração para conter a pandemia.
Os serviços de urgência (os que ainda existem) entupiram-se de ranho.
Tempos de espera que chegaram a extremos de vinte horas levaram-nos rapidamente a agradecer à Santa por esta ainda não ser a gripe das aves.
Os responsáveis da saúde, os mesmos que nos mandaram correr para as urgências logo ao primeiro sinal, apressaram-se a esfarrapar desculpas e a aconselhar o que sempre se aconselhou em situações semelhantes: abafos e caldos de galinha.
Atreveram-se ainda a criticar o alarmismo e a precipitação da populaça.
Continuamos sem saber se houve excesso de zelo na prevenção ou falta dele na resposta.
Ninguém importante deste país se deu ainda ao trabalho de tentar explicar como é que se pode esperar durante vinte horas numa sala de espera de uma urgência, mesmo depois de implementado o fabuloso e testadíssimo método de Manchester.
Como simulacro, correu muito mal.
Infelizmente correrá precisamente da mesma maneira quando for a sério.
Com resultados mais funestos, suspeita-se!
Ou será que estão à espera que depois de tanta propaganda ao bicharoco, alguém se atreva alguma vez mais a ficar em casa a comer caldos de arroz sabendo que pode ser portador de um virús com capacidade para matar milhões de pessoas.