quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

das acessibilidades ou da falta do mais elementar respeito


A Conservatória do Registo Civil da Mealhada situa-se num primeiro andar servido apenas por uma escada com uma inclinação tão acentuada que provoca vertigens.
Um cidadão de pleno direito, portador de deficiência, que se desloca em cadeira de rodas, tem necessidade de fazer prova de vida presencial.
A escada impede o seu acesso.
Solicita que alguém deste serviço público (repito público) se desloque à sua presença para poder prestar a tal prova de vida.
Que sim, mas que tem que pagar.
Um balúrdio, se a minha fonte não me enganou.
A família não se cala perante a injustiça e faz muito bem, mas se não for efectuada a prova de vida, perde direito ao apoio social.
Um caso a ser acompanhado.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

da efemeridade

Santi Santamaria
26.07.1957 - 16.02.2011

da chuva


Prepara-se tarde mágica.
Um dia de Inverno britânico em que se adivinham ondas de mais de dez metros e neve nas terras altas.
Infelizmente não é domingo para todos: para mim, fiz com que seja.
Aparentemente, nos locais desenvolvidos, diz-que há greve.

Leite gordo bem quente.
Três ou quatro quadrados de bom chocolate negro (há chocolates próprios para esse efeito como este).
Ou cinco, ou seis.
Açucar.
Mexer devagaaaaaarinho.
Se o chocolate for mesmo bom, deve bastar.
Funde-se com reflexos de oiro.
Se não for suficientemente bom, pode adicionar-se uma colher de chá de Maizena dissolvida num pouco de leite frio.
Quente, espesso, untuoso, gordo e aconchegante.
Deliciosamente decadente.

Junta-se um filme a gosto e incorpora-se lentamente.
Logo à tarde, porque de manhã é preciso acender a lareira.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

da superior Arte


Há arte que me atormenta e arte que me acalma.
Arte que me deixa maior e arte que me faz sentir pequenino.
Há arte de compromisso e arte de solidão.
Arte com relevo, arte com textura e arte do vazio.
Há arte e arte...
E há a arte que me comove:
Esta!(carregar aqui)

do burro do cigano


Por falta de dinheiro, os portugueses gastaram menos oito por cento em medicamentos no mês de Janeiro.
O Ministério da Saúde acabou de anunciar uma descida inédita nas despesas do seu funcionamento, mais ou menos durante o mesmo periodo. Coincidentemente, a poupança fez-se precisamente nos custos com comparticipação em medicamentos.
Daqui se infere que toda gente consegue poupar: só precisa de motivação.
Vamos no bom caminho.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

do Neon


A história será mais ou menos assim: um dirigente desportivo, carregadíssimo de razão, dissertava acerca do serviço público que as piscinas do seu clube prestavam no apoio às actividades lectivas das escolas da autarquia.
Era no Porto, penso que no Futebol Clube do Porto, muito provavelmente ainda no estádio das Antas e quem assim falava era Jorge Nuno Pinto da Costa depois de ter sido alvo (o clube, e nomeadamente as piscinas)  de um qualquer acto persecutório por parte da administração pública.
Estas coisas não podem ser analisadas "tout cours", mas é verdade que o nosso Estado, que a nossa administração central e local, por vezes não mede a extensão dos seus actos.
No caso em apreço, o fecho das piscinas (e lembro-me vagamente que não se tratava de nenhum problema de salubridade) traria para a rua, não só os atletas do clube, mas também uma fatia gorda dos miúdos das escolas.
À época fiquei solidário com Pinto da Costa e retive a máxima: "Se pretendes ser arrogante, não podes estar refém de nada."
Mas não é só na arrogância que o Estado é inábil: é o também, e de forma atabalhoada, na poupança.
É sabido que as más inclinações se movimentam mais à vontade no escuro. É prática comum arrasar obstáculos e intensificar a iluminação nos sítios que se pretendem mais bem frequentados.
Com o agudizar da crise e com contas mensais cada vez mais recheadas de zeros à direita, as autarquias têm visto o seu espaço de divagação encolher. 
Um dos tópicos recorrentemente chamado à liça é precisamente o balúrdio que se gasta para manter iluminadas as nossas cidades, vilas e aldeias. 
Nem a golden share na EDP consegue evitar ao Estado a mesma agonia que assola o mais comum dos portugueses quando olha para aquela factura que tem um quadrado vermelho a rir-se para nós.
Custos escandalosos.   
Mas nem mesmo esse custo consegue demover as autarquias de continuar a cobrar exorbitâncias às empresas que têm anúncios luminosos nas ruas deste país.
Ciente (acho eu) que os anúncios suportam uma quota parte da iluminação pública, a administração, ao invés de acarinhar o seu uso e expansão repassando gradualmente algum do custo da coisa, insiste em amesquinhar.
Falta de visão? Deve ser da obscuridade.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

do Prazer

(Texto recebido por mail)

Joãozinho está dentro do carro do seu pai, quando avista duas prostitutas na rua
- Pai, quem são aquelas senhoras?
O pai meio embaraçado, responde:
- Não interessa filho... Olha antes para esta loja... Já viste os portáteis que ali estão?
- Sim, sim, já vi. Mas... quem são as senhoras e o que é que estão fazendo ali paradas?
- São... são... São senhoras que vendem na rua.
- Ah, sim?! Mas vendem o quê? - Pergunta admirado o garoto.
- Vendem... vendem... Sei lá... Vendem um pouco de prazer.
O garoto começa a reflectir sobre o que o pai lhe disse, e quando chega em casa, abre o mealheiro com a intenção de ir comprar prazer àquelas senhoras.
Estava com sorte! Podia comprar 50 euros de prazer!
No dia seguinte, abeira-se de uma prostituta e pergunta-lhe:
- Desculpe, minha senhora, mas pode-me vender 50 euros de prazer, por favor?
A mulher fica admirada, e por momentos não sabe o que dizer, mas como a vida está difícil, aceita. Porém, como não poderia agir de forma normal com o garotinho, leva-o para casa dela e prepara-lhe seis pequenas tortas bem gostosas, de morango e chocolate.
Já era tarde quando o rapaz chega a casa.
O seu pai, preocupado pela demora do filho, perguntou-lhe onde tinha estado e o garoto respondeu-lhe:
- Fui ver uma das senhoras que nós vimos ontem, para lhe comprar um pouco de prazer!
O pai fica amarelo:
- E... e então... como é que se passou?
- Bom, as quatro primeiras não tive dificuldade em comer, a quinta levei quase uma hora e a sexta foi com muito sacrifício. Tive quase que empurrar para dentro com o dedo, mas consegui comê-la mesmo assim. Ao final, estava todo lambuzado, pinguei o chão, e a senhora convidou-me a para voltar amanhã, mas para ser sincero, só tive prazer nas três primeiras; só comi as outras para mostrar que sou homem!... Posso ir amanhã novamente, pai?
O pai desmaiou...!!!

da Algibeira

Os hamburgueres do Burger King são maiores que os do McDonalds.
Os hamburgueres do Burger King sabem a carne de vaca enquanto que os do McDonalds, embora saborosos, sabem a algo que dificilmente se conseguirá descrever com exactidão.
Nos Estados Unidos, as duas marcas lutam taco a taco no mercado, sendo que ultimamente o Burger King se tem colocado amiúde na dianteira.
Em Portugal a Burger King é representada pelo poderosíssimo grupo Sonae ao passo que a Mc Donalds está entregue a franchisados individuais.
Por norma, e quando é possível fazer essa comparação, é comum os restaurantes da McDonalds estarem cheios enquanto que os da Burger King estão vazios.
Este é um caso que merecia um estudo apurado.
Quanto mais não seja para chegar à conclusão que um negócio grande nem sempre é um grande negócio.
Eu aconselho quem nunca o fez, a provar os hamburgueres do Burger King.
Ainda pode ter uma surpresa.