quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Chá e Porradas 2008 - Os laureados


Chá de cá
1.Prémio arranque tardio de obra de mandato que tem obrigação de ser desfrutada por todos nós, atribuído ao início das obras de recuperação da zona dos viveiros florestais.
2.Prémio só quem é burro é que não reconhece, atribuído aos três restaurantes da Mealhada que foram considerados (arrasaram) os melhores do distrito de Aveiro.
3.Prémio revelação na classe de humor, entretenimento e guardem o jornal para memória futura, atribuído ao Dr. Rui Frias pela magnífica entrevista que concedeu ao semanário Mealhada Moderna.

Chá de fora
1.Prémio finalmente confirmou-se que os filhos dos empresários pagam menos pelos computadores que os filhos dos empregados fabris porque estes últimos não conseguem fugir na declaração de IRS, atribuído ao programa e-Escola.
2.Prémio quem manda aqui somos nós, atribuído aos beneficiados com as ajudas do Estado ao BPN, BPP e (porque não?) BCP.
3.Prémio ganhei e agora o que é que faço é que ninguém me avisou que isto estava tão mau, atribuído a Barack Obama.

Porradas para cá
1.Prémio Casa Gilinho para tiros ao lado e previsíveis ricochetes já em 2009, atribuído ao famoso "caso Calhoa".
2.Prémio fraldas Dodot para crianças que se destacam a tentar fazer trabalho de homens, atribuído ex-aequo a Carlos Marques e Gonçalo Breda Marques pela forma como, após anos de trabalho conjunto montaram e mantiveram o trinta e um que ainda hoje lhes traz dissabores políticos.
3.Prémio Mercado da Ribeira para o pregões e outras exaltações, atribuído à Dra Sofia Gaioso por se ter posto em bicos de pés e ter assumido as dores de quem a recrutou. Não tinha necessidade absolutamente nenhuma de o fazer.

Porradas para fora
1.Prémio e querem estes gajos voltar um dia a ser governo, atribuído ao Partido Social Democrata.
2.Prémio vão à Multiopticas que ainda lhes fazem um desconto, atribuído ao Banco de Portugal.
3.Prémio "cota modernaço" para quem apoia os mais idosos à espera de receber a herança, atribuído ao Bloco de Esquerda pela colagem ao Dr. Manuel Alegre .

Prémios especiais
1.Prémio se não tinham dinheiro para fazer melhor deixassem como estava, atribuído à decoração natalícia do edifício da CMM.
2.Prémio segredo mais bem guardado, atribuído ao, pressente-se, extenso rol dos possíveis candidatos do PSD à Câmara Municipal da Mealhada. Difícil vai ser escolher.
3.Prémio coloque os velhos no Velhão, atribuído à concelhia do PS pelas constantes demonstrações de carinho com que tem presenteado o actual executivo da Câmara Municipal da Mealhada.

Prémios muito especiais
1.Prémio devias estar bêbado ou muito drogado para fazer uma coisa destas ou então és afilhado do dono da empresa, atribuído ao gajo que inventou o Sumol de chocolate e laranja.
2.Prémio Duracell para coisas que não há meio de acabarem, atribuído ex-aequo ao julgamento do caso Casa Pia e à carreira de Manoel de Oliveira.
3.Prémio vão esperando porque o Bentley é mais confortável que o Estabelecimento Prisional de Lisboa, atribuído ao Dr João Vale e Azevedo.

Sentidas homenagens
1.Prémio já deves ter dado com o diabo em doido, atribuído a Luiz Pacheco.
2.Prémio quando for grande quero ser como tu, atribuído a Rui Reininho pelo album Companhia das Indias.
3.Prémio só falta cá o Zé Vilhena para ser perfeito, atribuído ao livro Antologia do Humor Português, coligido por Nuno Artur Silva & Inês Fonseca Santos.

Escolha dos Sócios
1.Prémio blogue local do ano, atribuído ao Mealhada Café pelo pluralismo e clareza de ideias.
2.Prémio dava-te o galardão de blogger local do ano se não te tivesses tornado tão ferozmente tendencioso, atribuído ao Senador Gaius Germanicus de quem guardo gratas memórias de memoráveis textos.
3.Prémio estás mais talhado para polir soalhos ou dar serventia a pedreiros, atribuído ao autor destas linhas pela sua arrogância intelectual e duvidoso sentido de oportunidade. Isto para não falar das vãs tentativas para ter alguma graça.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

I´m back


Estive sem contacto com a blogosfera derivado do facto de me terem avariado dois computadores praticamente ao mesmo tempo.
Juntei a isso umas merecidas férias e deixei-vos orfãos durante uma semana. Senti-me tão info-excluído nestes dias que até me cresceu a barba.
A foto documenta o estado de degradação do bicho.
Nenhum dos computadores me foi facultado a preço ridículo pelo engenheiro Sócrates; comprei-os a preço de mercado e do sucedido consegui retirar algumas lições:
1.Os Toshiba também avariam.
2.Os Acer continuam a avariar (mas isso não é novidade)
3.A assistência da Acer é mais profissional no atendimento ao cliente que a da Toshiba, embora tenham sido ambas eficientes. A Acer envia por mail todas as informações necessárias ao envio do aparelho e depois envia SMS a informar do andamento da reparação. A Toshiba deu-me um código por telefone e um número de contacto e disse para ir ligando de vez em quando.
Não consigo aferir do celeridade das assistências porque nesta época há mais trabalho para as transportadoras, mas posso pôr uma semana para a Toshiba e nove dias para a Acer. Prazos perfeitamente aceitáveis (a Toshiba assiste na Maia e a Acer em Barcelona).
4.Ambas recolheram e entregaram os equipamentos onde eu indiquei.
5.Chegaram os dois hoje, sãos e salvos e, pormenor importantíssimo, embora me tenham dito para fazer backups, não apagaram rigorosamente nada.

Espero que tenham tido um Santo Natal .
Amanhã falamos.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Um Natal Quantico


O menino Jesus está temporariamente demodé. Precisamos de ver como evolui a crise para aferir dessa temporariedade, mas é um facto que, pelo menos por agora, está arredado do protagonismo da quadra.
Sendo assim, eis-nos perante o actor de reserva: o Pai Natal. Figura primariamente sinistra, com guizos, vestes patrocinadas pela Coca-Cola, obeso, ganancioso patrão de elfos, duendes e renas voadoras e mais que tudo – malandro. Ostensivamente malandro. Digno de figurar destacado num pódio (se o houvesse) dos campeões da malandrice. Um charlatão que julga que me engana, mas que não passa de um embuste. O Pai Natal é um embuste.
Nem mesmo os estudos científicos (que os há em grande quantidade) me convencem dos seus poderes supersónicos. Não me venham cá com histórias de trenós que andam a velocidades superiores à da luz. Não me esfreguem no nariz teorias de dar a volta ao mundo numa noite.
Não!
Tudo mentira.
O Pai Natal existe, que eu sei que existe, mas não passa de um velho gordo e preguiçoso.
Não há teorias matemáticas mirabolantes nem impossibilidades físicas gritantes.
Há apenas espaço e tempo achatados numa mesma dimensão. Tão somente isso.
Eu explico.
Ficheiros Secretos, episódio 1, temporada 1. O episódio fala de raptos efectuados por extraterrestres em lapsos de tempo que na nossa dimensão não existem, mas que podem ter décadas de duração. As pessoas são raptadas, profusamente estudadas e depois devolvidas, aparecendo no sítio onde antes estavam precisamente na hora em que estavam.
As crónicas de Narnia. Os miúdos escondem-se no armário depois de partirem um vidro, vivem todas aquelas aventuras que nós sabemos, até crescem em Narnia e um dia regressam à Inglaterra onde, depois de passarem pelo armário, voltam a ser crianças que acabaram de partir um vidro e estão a fugir da governanta (se calhar não é a governanta).
Espaço e tempo numa só dimensão.
Dominando esta tecnologia, o Pai Natal pode demorar décadas a fazer a distribuição dos presentes que a nós parecer-nos-á sempre que o faz numa noite. Tudo isto suportado por trabalho escravo e uma fabulosa campanha de marketing que nos convence, enquanto seres básicos, que estamos perante uma noite mágica.
E agora? Esclarecidos?
Eu acredito no Pai Natal simplesmente porque ele existe.

Espero não ser prejudicado por ter exposto o segredo mais bem guardado da humanidade. Um segredo quase tão secreto como o mapa que explica onde se encontra o Santo Graal ou como o paradeiro do cérebro do George W. Bush.

Do baú das referências...

















terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Era só a ver se pegava...

Passo recibos verdes e sou colectado em IVA desde 1992, se a memória me não deixa mentir.
Quando cheguei hoje a casa tinha à minha espera, tal como alguns milhares de portugueses antes de mim, uma notificação para pagar pelo menos cento e vinte e quatro euros de coima (que pode ir até €1.250,00) por não ter entregue uma declaração anual de IVA respeitante a 2006.
Presumo que um dia destes vai chegar a notificação respeitante a 2007 que trará pelo braço mais uma coima de cento e vinte e quatro euros (desde que paga voluntariamente).
Do ponto de vista legal não há nada a apontar: o desconhecimento da lei, e esta existe, não iliba o infractor.
O problema é do foro da mais elementar transparência. Melhor dizendo, da falta dela pois disso se trata.
A administração fiscal deste país montou um expediente, vulgo chico-espertice que, não fora a blogosfera, mais uma vez passaria incólume e permitiria o arrecado de uns quantos milhões de euros.
Bendita sejas ó Blogosfera. Te venero.
Resultado de um movimento que em poucos dias inundou tudo quanto era caixa de correio de jornais, deputados, instituições ligadas à administração pública e à administração fiscal, descobriu-se a moscambilha e a coisa recuou. Isto contado assim sem grandes pormenores.
Mantem-se a obrigatoriedade da entrega mas o prazo alargou, sem multas, até ao final de Janeiro.
O grave de tudo isto é o esquema que estava por detrás da coisa:

1.A administração fiscal envia-me habitualmente mails para avisar sobre as coisas mais inúteis; sobre isto - nada!
2.A administração fiscal deu um nome -IES- à declaração, nome totalmente estranho à sigla IVA.
3.A tal declaração não aparece na zona do site da administração fiscal correspondente ao IVA.
4.A informação sobre o tal IES no site da administração fiscal só se refere a empresas.
5.A declaração é apenas o somatório das declarações trimestrais. Só precisavam de multiplicar por quatro as declarações enviadas pelo contribuinte, mas à boa maneira do funcionalismo público nacional, fica mais facil exigir um papel novo que procurar o que já existe. Ou isso ou o objectivo era mesmo a caça à coima.

Vamos lá então procurar a porcaria do documento no site e preenchê-lo. Deve ser entregue até Junho do ano posterior àquele a que diz respeito. Não se esqueçam que os de 2006 e 2007 têm de ser entregues até ao fim de Janeiro. Esperemos que o bom senso impere e que acabem com esta palhaçada, perdão, duplicação.
Entre outros, presto as minhas sentidas homenagens aos colegas http://www.minimalix.blogs.sapo.pt/ e http://www.fartosdestesrecibosverdes.blogspot.com/.
Bem hajam pelo esforço.

Desde que saiba a música...

(clicar na imagem para aumentar - enviado por mail pela Marta Marques)
Espero que tanto a correcção como a nota atribuída sejam apenas liberdades da autoria do poeta e não de algum professor destes modernaços (leia-se pedagogos) que dão mais valor à forma do que à substância.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Da cortesia...

Recebo dezenas de pedidos de emprego por mail. Habitualmente tenho o cuidado de dar uma resposta a quem contacta a empresa com esse propósito, embora não possa garantir que o tenha feito sempre. Já fiz inclusivamente algumas contratações com base em curricula enviados deste modo. O que eu não tinha ideia é que isso é excepção e não regra. Por norma, as pessoas não se dão ao trabalho de ser ao menos simpáticas. Hoje recebi este mail:

"Exmos. Senhores,
Com os meus cumprimentos, venho agradecer sensibilizada a resposta que tiveram a amabilidade de me fazer chegar, na sequência do meu mail e da minha candidatura espontânea a uma possível vaga nos quadros da vossa empresa.
Enviei o mesmo mail a quase duas mil empresas, e há anos que respondo exaustivamente a anúncios, quer eles sejam ou não adequados à minha formação académica e experiência profissional.
São poucas as empresas que tem a delicadeza de responder. Que têm a consideração e o respeito por quem, esforçada e honestamente, procura ter um lugar activo na sociedade, trabalhando e produzindo.
Manifesto-vos por isso a minha gratidão e o meu respeito.
Atentamente"

Não me parece que sejam necessários comentários.
É este o raio de mundo onde vivemos...

domingo, 14 de dezembro de 2008

Querido Pai Natal


"Quanto é que queres pela tua lista das meninas que se portam mal?"

Imigração de luxo


Ao contrário da Alemanha que teimosamente insiste em dizer que a iniciativa privada consegue vencer a crise, o estado português resolveu apoiar a economia.
Portugal foi o primeiro país da Europa a chegar-se à frente para aceitar prisioneiros de Guantanamo.
Como a actual código penal praticamente esvaziou as prisões e como os crimes mais comuns ultimamente envolvem pessoas ilustres que dificilmente irão dentro, saúda-se mais uma boa medida.
Afinal é necessário salvaguardar os postos de trabalho de todos quantos directa ou indirectamente dependem do chamado movimento prisional. As celas vazias são mais um sinal da crise e, neste caso, será a importação e não a exportação a criar fluxos financeiros. Nem Keynes faria melhor.
Fica apenas por explicar, embora não seja importante, se esta transferência é um bonus ou um castigo para os prisioneiros. Em Guantanamo estavam nas Caraíbas, as instalações eram mais modernas e tinham fardas fluorescentes.
A única coisa onde não vão notar diferenças é em relação ao momento em que serão julgados. Tal como em Cuba, também entre nós sabem que vão passar muito tempo à sombra antes de lhes ser feita justiça. E como os americanos provavelmente pagam a estadia à peça, deverão ser julgados ainda mais tarde que os habituais sete ou oito anos.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Do trabalho...


Portugal é um país...lento.
Assim a modos que "slow food", mas de países.
Só isso pode explicar que um assunto que foi falado faz hoje oito dias, ainda hoje seja tema de conversa.
Ricardo Araújo Pereira relembrou hoje na TSF um episódio que se passou quando foi jurado do programa "Dança Comigo" da RTP. No palco, Fred Astaire (Zé Diogo Quintela) e Ginger Rogers (Odete Santos) disputavam a taça para o maior coxo do audiovisual português. Ricardo Araújo Pereira esforçou-se por fazer esquecer a vergonha que se passava na pista de dança e resolveu fazer um comentário acerca de uns deputados que se tinham baldado (acho que cem) a uma qualquer votação uns dias antes.
Odete Santos encheu-se de brios e largou-lhe os cães. Lembro-me perfeitamente que a personagem até espumava. Dias depois, José Pacheco Pereira destratava o rapaz de demagogo para cima.
E porquê falar disso agora?
Pois é.
É que agora há quem ache que os deputados que se baldaram na sexta feira passada deveriam ser irradiados nas próximas eleições.
E quem é que acha isso?
Quem?
José Pacheco Pereira, quem mais?
Agora já não é demagogia!
Mas há mais.
Guilherme Silva, com a lágrima ao canto do olho, chamou a atenção para as degradantes condições em que trabalham os deputados da Nação. Calcule o prezado leitor que os desgraçados só têm dois dias por semana para estarem com a família. Convem encurtar a semana de trabalho para três dias -terça, quarta e quinta- para se baldarem à quinta à tarde.
E que dizer de Zita Seabra que demorou uma semana para arranjar uma justificação para ter assinado o livro de presenças pondo-se em seguida na alheta. Uma semana para descobrir que afinal concorda com a avaliação dos professores.
De hoje a oito dias voltaremos ao tema porque hoje voltou a haver gazeta no Parlamento: uma comissão qualquer do orçamento e finanças começou muito mais tarde -adivinhem porquê- a malta baldou-se!
É o stress do Natal...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Oliveira, mais um Manuel


Dizer aos cem anos que não faz filmes para o público quando é o dinheiro dos impostos do público que lhe permite fazer os filmes, é ser mal agradecido.
A vida tem-lhe sido madrinha.
Parabéns pelos cem anos mas apenas porque hoje ainda é raro comemorarem-se cem anos.
E parabéns pelo Aniki-Bobo: o despertar de uma carreira que podia ter sido brilhante. Assim é apenas longa.
E porque na devida altura me passou, parabéns também para aquela senhora que é tão somente a mais velha do mundo: cento e quinze anos. É portuguesa e tem tido uma vida longa, mas chata: nunca fumou, nunca bebeu alcool, nunca bebeu café e quase garanto que há muito tempo que não faz algumas daquelas coisas boas da vida... quase um vegetal!

Muita merda...


"14 de Maio de 1835. É noite de quinta-feira à entrada da Sala Richelieu, junto ao grandioso Palais-Royal, em Paris, onde enormes cartazes anunciam a peça em cartaz. Trata-se de "Angelo", da autoria do famoso dramaturgo Victor Hugo, estreada há cerca de quinze dias com sucesso junto da crítica e do público. No entanto, as preferências de uma audiência são sempre imprevisíveis, e não é em duas semanas que se pode confirmar o êxito duradouro de uma peça. Mas, a caminho do Palais-Royal, os actores já têm essa certeza quando sentem o odor penetrante dos montículos de excremento espalhados ao longo da estrada. Viram a esquina para o teatro e eis que deparam com filas de belíssimas carruagens e coches, puxadas por dezenas de cavalos de pêlo lustroso à luz de inúmeras lâmpadas de gás... cujo calor intensifica o cheiro nauseabundo das carradas de fezes equestres que minam toda a praça.

O AROMA DO SUCESSO

O fedor é tão pungente que os actores têm de tapar nariz e boca ao atravessarem o pátio. Mas, para eles, é um momento de felicidade. Quanto mais esterco no chão, mais público de alto gabarito está presente e mais lucro a companhia encaixa. Ao longo dos próximos 62 dias em que a peça ficará em cena, a expressão "Merde!" será o voto de boa sorte mais trocado entre os actores desta trupe francesa antes da entrada em palco.Sem dúvida que não foi nesta ocasião que este bizarro voto fecal teve a sua origem, pois já advinha da tradição circense dos tempos medievais, mas o ímpeto cultural do Neoclassicismo francês instaurou definitivamente este costume também em Portugal, não só no teatro, mas igualmente na dança, na música e mesmo no ensino superior. Curiosamente, neste último caso, o voto implantou-se por superstição — quem deseja "muita merda" antes de um exame está a tentar trocar as voltas à sorte, visto que desejar "boa sorte" trará inevitavelmente azar. Mas até nisto o voto tem o seu quê de literal: se o exame foi inesperadamente fácil, afinal aquela merda toda acabou por funcionar. Daí que tenha sido cagativo.

ESPERO MESMO QUE PARTAS UMA PERNA!

Enquanto portugueses e franceses se entretinham com evocações escatológicas, os membros do teatro anglo-saxónico acabariam por trocar votos sinceros de sadismo. A famosa expressão "break a leg" é parte integrante da recente tradição dramática britânica, mas não parece ser tão literal como a nossa expressão equivalente. De facto, não há registo de intérpretes que tenham fracturado a tíbia depois deste desejo, mas imensos houve que fizeram várias vénias perante os aplausos do público no fim da actuação, "quebrando" a postura normal da perna.Então será assim tão simples a explicação da origem desta frase inglesa? É uma das mais óbvias, mas o palco vive de mistérios. Teria afinal nascido da má tradução alemã de um voto de boa sorte judeu? Seria uma referência às pernas das cadeiras partidas quando o público dos tempos de Shakespeare as fazia bater no chão durante os aplausos? Ou até mesmo uma alusão à actriz Sarah Bernhardt, que nem com uma perna amputada deixou de ter sucesso em palco?"

in Dicionário Digital

Estes também têm direito aos royalties do Natal

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O Natal de now


Tristonhas, as caras
Não transbordam o espírito da época.
A correria e o frenesim,
O olhar esgazeado, o esgar
Repulsa pela vida que pulsa,
Pelo pouco que levam no saco.
Não há calor no frio deste inverno tristemente antecipado.
Gelado é o torpor das noticias do futuro.
Não há quem arrisque um sorriso
Um voto de bom natal.
Não há castanhas
Realejos
Música estafadas de séculos
Que ousem animar a alma.
Não há brilho na luz
Sequer luz no ar...
Nem o rosado das faces encostadas à montra
Sem o cheiro dos natais de outrora.
Pouco,
Fugaz,
O brilho do bolo-rei
E o açucar reluzente.
É tudo baço,
Tristemente escasso,
Encontrões e pisadelas
E transportes apinhados
E caras sofridas
E bafos contidos
Vidas amarelas...
É-se triste todo ano, mas no Natal doi mais!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Barclay James Harvest


Um grande grupo injustamente esquecido, da estirpe dos Moody Blues e dos Supertramp.
Album "Concert for the people" de 1982, gravado em Berlim (ocidental).
Um album fabuloso que guardo num cantinho da memória.

Morreu Alçada Baptista

Morreu António Alçada Baptista.
Homem de Letras, mais de afectos que de factos, pensador, ensaísta e cronista.
E meu antigo cliente, digo-o com vaidade.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Eis quem nos representa...


Esta tarde quase se fazia história no Parlamento.
A proposta para a suspensão da avaliação dos professores, proposta da oposição, ia passando graças aos votos favoráveis de seis deputados do PS.
Mas não passou!
E porquê?
Porque trinta e tal deputados, dos quais trinta do PSD, foram de fim de semana prolongado mais cedo. Mainada!

Pedacinhos do paraíso


A primeira trincadela dá-se a medo. São grandes como nozes de caramelo, brilhantes como vidro. Teme-se pelos dentes...
Sem esforço a casca cede e por dentro, seda. Seda de ovo tecida. Trabalhada pelo saber secular, mister monástico e guloso como o mais pecador dos pecados.
Ovo, açucar e sabedoria. Basta!
Eu compro-os em Coimbra na Dom Vinho (junto à Makro).
Latinhas de 6, 12 ou 18 rebuçados embrulhados em papel ligeiramente acetinado.
Tradição e modernidade de mãos dadas - afinal é possível, mais que isso, muito bom!
Uma soberba prenda de Natal. Só para aqueles de quem realmente gostamos.
Descubra o resto em http://www.rebucado.com/.


Natal é paz e harmonia ou "Desde que vi um porco a andar de bicicleta"...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Natal 1 - Os protagonistas

O maior desafio


Hoje é o Dia Mundial da Luta Contra a Sida.
Dezasseis por cento do continente africano está infectado com o HIV.
Assiste-se hoje a um êxodo sem precedentes na história da humanidade. Foge-se da Africa à frente da fome e da guerra e foge-se para a África em busca dos recursos dos países mais ricos.
Está lactente uma nova disseminação do virus que nenhuma campanha de prevenção conseguirá enfrentar.
Se não for encontrada uma cura, o cenário pode ser catastrófico.
Quem sou eu para o afirmar? Ninguém! Mas a Organização Mundial de Saúde é.

Re-Independência


Por razões mais que óbvias, hoje não é feriado em Espanha. Neste dia, mas em 1640, explicámos uma vez mais aos Castelhanos onde era a fronteira. Hoje não há fronteira, mas aos actuais Castelhanos basta-lhes terem tomado conta da nossa economia. Não demonstram querer, nem precisam, de pegar em armas para nos dominarem.
Há um bom punhado de anos, estava eu em Bilbao a almoçar precisamente no dia de hoje quando, numa mesa onde os espanhois dominavam numa proporção de mais de cinco para um, resolvi arriscar e puxei o assunto à conversa.
Surpresa.
Nos livros de História espanhóis fala-se da Restauração da Independência. Dizem eles que facilitaram muito, o que se calhar é capaz de nem ser mentira. Nós temos um bocado o hábito de exagerar os nossos feitos e tenho para mim que os Felipes já andavam um bocado fartos disto. Dificilmente o saberemos com exactidão.
O mais interessante foi, no entanto, a reacção dos Bascos que se encontravam na mesa. Soltou-se-lhes a exaltação do feito e até uma pontinha de inveja por nós termos feito aos Castelhanos há mais de quatrocentos e cinquenta anos o que eles, Bascos, até hoje ainda não conseguiram fazer. Aconteceram ali momentos de implícita conspiração. No Pais Basco não é prudente contrariar estes momentos de conspiração: os grafittis e os caixotes de lixo incendiados todas as noites nunca nos deixam esquecer onde estamos.