domingo, 25 de abril de 2010

do Tempo


Algures, entre aqueles que acham que antes de 74 tudo era mau e aqueles que acham que antes de 74 tudo era bom, algures nesse intervalo descansa a verdade.
A seu tempo se sedimentará a História.
A seu tempo.
Valorizemos a memória.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

cinema de Culto



Depois de "Balas e Bolinhos I", "Balas e Bolinhos II" e de "100 volta", o cinema de culto nacional demonstra de novo a sua vitalidade.
"A última Famel", um filme de Jorge Monte Real rodado maioritariamenta em terras Bairradinas, retrata um mundo que é o nosso, uma realidade que não é mais que o nosso quotidiano e uma história cuja enredo ainda não atingi.
Vou a meio porque ainda não tive tempo para mais.

Belle Epoque


Para quem tiver um bocadito amanhã, antes de se ir encafuar no Forum ou no Dolce Vita, este é capaz de ser um programa interessante.
É em Coimbra.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Acontece



Há muito que o Chacomporradas sabia de um plano ultra-secreto para a dinamização cultural das estações ferroviárias, levado a cabo pela CP em parceria com a Casa da Música. Ao longo do mês de Abril, têm decorrido testes de acústica das gares, levados a cabo no maior secretismo.
Hoje foi na Mealhada.
A qualidade da filmagem não é das melhores, mas expôs a perigos incontáveis o operador.
Fica o documento para a posteridade.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Verão que se calhar resulta

Em 1979 foi assim.
Pouco menos que um fiasco. A esta distância é fácil explicar porquê, aliás, no dia a seguir já havia explicações para descalabro.
Olhando para o cartaz, descobrem-se logo três: duas cabeças de cartaz pagas (bem, presume-se) num evento sem qualquer garantia de adesão, um espectáculo de grande dimensão e custos a condizer em Agosto e uma festa de cerveja num local sem qualquer tradição nesse sentido.
Lembro-me que até a Gaiola Aberta gozou connosco. Tenho a revista guardada em qualquer lado, mas lembro-me da capa: Uma caricatura da Elizabeth Savalla e o texto "Estes pacóvios da Mealhada, que são bem a imagem deste país de tansos, pagaram (não me lembro da quantia) a uma tal de Lili, e nem lhe viram o cú".
Constou-se na altura que o comentário carecia de veracidade pois, alegou-se, o Dr Andrade ter-lhe-á observado o dito cujo, no estrito cumprimento da profissão (da dele).
Folclores à parte, assumo desde já que acho que um carnaval no Verão poderá ser uma excelente ideia, no seguimento de uma ideia que anteriormente defendi. A ideia de que se devem criar mais eventos com o rótulo "Carnaval da Mealhada".
Carece, no entanto, de cuidados redobrados. Antes de mais porque em 1979 vinha-se de um carnaval explosivo em que Tony Ramos tinha incendiado a Mealhada e toda a gente acreditava numa reedição do fenómeno, espírito que não existe na actualidade. Depois, porque cronológicamente não é carnaval, o que obriga a ter que se criar um duplo desejo nos foliões: o desejo de participarem num carnaval fora de época e o desejo de se deslocarem à Mealhada para o fazer.
Se me coubesse tomar decisões, tomaria as seguintes:
1.Enquadraria o evento ou no programa da Feira de Gastronomia ou num reavivar das Festas de Sant'Ana.
2.Começaria por criar um evento de dimensão mais moderada, provavelmente um desfile das escolas de samba. É mais seguro começar pequeno e crescer do que ousar e apanhar os cacos no fim.
3.Utilizaria as sinergias provenientes do nome "Quatro Maravilhas" associando ao evento uma festa do espumante.
4. Finalmente, e sem nenhuma razão mais que a nostalgia, organizaria o desfile dentro da cidade, muito provavelmente na av 25 de Abril.


terça-feira, 13 de abril de 2010

Yael Naim

da independência


Deixei de tomar café fora porque tenho uma máquina em casa que o faz de forma competente.
Deixei de comprar pão porque tenho uma máquina em casa que o faz bem e à hora programada.
Deixarei um dia destes de ir ao supermercado porque as vendas online irão estender-se a todo o território nacional.
Deixei de alugar filmes porque o posso fazer através do operador da televisão por cabo.
Deixei de ir à lavandaria porque agora as máquinas da roupa também lavam a seco.
Deixei de revelar fotografias porque o faço em casa.
Deixei de tirar fotografias para documentos porque os próprios serviços o fazem.
Deixei de consultar agentes de viagens porque as deslocações agora planeiam-se online e directamente com os operadores.
Deixei de ir ao banco porque aderi à banca electrónica.
Deixei de enviar correspondência porque o email é gratuito e o SMS cómodo.
Deixei de beber um copo com os amigos porque agora tenho o facebook.
Reduzi a compra de livros porque agora tenho a net.
Deixarei um dia de comprar discos porque posso descarregar directamente as músicas em formato MP3.
Amanhã esta lista será obviamente maior porque esse é o caminho.
E tudo isto com um investimento muito reduzido.
Esta nossa saborosa independência tem duas faces: valorização do livre arbítrio e extinção, a prazo, de algumas profissões e hábitos sociais.
O tempo dirá se a caminhada é no bom sentido.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Diabo na Cruz


(O clip funciona melhor se for visto directamente no youtube. Para tal basta clicar 2 vezes em cima da imagem.)

A cada dia que passa, despontam por cá novos talentos.
Trazem com eles, muitos, uma curiosa caracteristica de modernidade: os portugueses já não têm vergonha de ser portugueses.
A música portuguesa com raízes populares deixou de ser um panfleto da esquerda.
Ser panfleto da esquerda é obviamente tão mau como ser panfleto da direita. O problema está na palavra "panfleto", que neste contexto é castrador.
Evoluímos, e isso é muito bom.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Hoje ainda é Páscoa


O meu vizinho famoso tem o feio hábito de oferecer queijos da serra à minha mãe.
Presumindo que ele sabe quem lhe come os queijos, desde aqui lhe mando publicamente um abraço de embevecido agradecimento.
Gito, que Deus (ou lá quem te controla o tacógrafo) te dê muitos anos de vida e uma reforma o mais tardia possível. Que nunca te canses de trabalhar lá pelas Beiras interiores, que aquela gente precisará sempre de cuidados de saúde e os ares são muito saudáveis.
E que o Boycote Puro Rock seja conhecido como a grande banda que todos sabemos que já é.
Grande queijo de Penalva do Castelo. Comi com folar de Vale de Ilhavo, o melhor do mundo.

sábado, 3 de abril de 2010

...beijar o Senhor

Há vinte anos, precisamente nesta noite (Sábado de Páscoa) apanhei uma simpática carraspana nos Três Pinheiros que acabou, já a manhã ia alta, em casa do Luis Barroso (que era meu vizinho) com o próprio e com o Carlos Roque, a comer chouriços e broa e, se a memória não me atraiçoa, vinho tinto. Aparentemente não tinha chegado tudo o que se tinha bebido durante a noite.
Entrei em casa, deitei-me e, passados aquilo que me pareceu serem dez minutos, o meu irmão acordou-me porque chegara o momento de "beijar o senhor". Desci as escadas de pijama, completamente chumbado, dirigi-me ao primeiro "senhor" que me apareceu à frente, dei-lhe um beijo em cada face e voltei para a cama.
A sala estava cheia de gente, o que era comum quando o meu pai era vivo, e o "senhor" em questão era tão somente o Alfredo alfaiate.
Às onze da manhã fui trabalhar para o Palace do Bussaco e felizmente que o sr Santos também, porque foi ele que me sustentou a aspirinas e alka-seltzers o resto do dia.
Abril de 1990...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

da conspiração


Com o presidente da Comissão Política Concelhia do P.S.D. ausente em retiro espiritual, na Mealhada conspira-se.