sábado, 7 de novembro de 2009

da Dignidade

Porque começa a aproximar-se o Natal e as pessoas ficam mais predispostas a dar-se, ou se calhar porque com o frio se nota mais a necessidade, é por estas alturas que as organizações de solidariedade começam a ousar mostrar um bocadinho mais daquilo que fazem durante todo o ano.
Ouvi há pouco na rádio uma representante de um desses grupos a falar sobre os preparativos para a ceia de Natal dos sem-abrigo que a sua organização está a promover.
Para além de toda a panóplia de possíbilidades de dádiva que estão ao nosso alcance, tão vasta e facilitadora que nos dias de hoje, dos que podem, só não dá ajuda quem não quer; para além do apoio na forma de voluntariado para o serviço; pediu algo tão simples como miminhos.
Falou de voluntários cabeleireiros e perante o espanto da interlocutora, explicou o que não precisa de ser explicado: ser pobre não é ser indigno.
Entristece-me ver pessoas que podem mais, mas que dão roupas rotas, que ofertam arroz do mais barato quando para si compram do melhor, que passeiam a sua caridadezinha nos intermarchés no dia do peditório do Banco Alimentar só para aparecer na fotografia.
Se calhar são esses que olham de lado quando alguém diz que uma velhinha com cento e cinquenta euros de reforma, tem todo o direito do mundo em querer ir bem penteada e cheirozinha à ceia de Natal do Exercito de Salvação.
É que tem mesmo!

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