terça-feira, 13 de abril de 2010

da independência


Deixei de tomar café fora porque tenho uma máquina em casa que o faz de forma competente.
Deixei de comprar pão porque tenho uma máquina em casa que o faz bem e à hora programada.
Deixarei um dia destes de ir ao supermercado porque as vendas online irão estender-se a todo o território nacional.
Deixei de alugar filmes porque o posso fazer através do operador da televisão por cabo.
Deixei de ir à lavandaria porque agora as máquinas da roupa também lavam a seco.
Deixei de revelar fotografias porque o faço em casa.
Deixei de tirar fotografias para documentos porque os próprios serviços o fazem.
Deixei de consultar agentes de viagens porque as deslocações agora planeiam-se online e directamente com os operadores.
Deixei de ir ao banco porque aderi à banca electrónica.
Deixei de enviar correspondência porque o email é gratuito e o SMS cómodo.
Deixei de beber um copo com os amigos porque agora tenho o facebook.
Reduzi a compra de livros porque agora tenho a net.
Deixarei um dia de comprar discos porque posso descarregar directamente as músicas em formato MP3.
Amanhã esta lista será obviamente maior porque esse é o caminho.
E tudo isto com um investimento muito reduzido.
Esta nossa saborosa independência tem duas faces: valorização do livre arbítrio e extinção, a prazo, de algumas profissões e hábitos sociais.
O tempo dirá se a caminhada é no bom sentido.

2 comentários:

  1. Pessimista optimista14 de abril de 2010 às 22:51

    Claro que será no bom sentido.
    Haverá sempre altos e baixos, avanços e recuos, fenómenos desgradaveis que de vez em quando borram a pintura, mas o balanço final será sempre no sentido do progresso e do avanço da humanidade.
    Como aliás, tem acontecido sempre, desde que o mundo é mundo.
    Um pessimista que vê o homem com optimismo

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  2. ...ou um pessimista em crise de optimismo?

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