Há pessoas que se anulam por amor.
São como árvores que se despem para que ninguém ao seu redor deixe de ver a luz.
O amor por anulação é um amor que requer perspicácia.
O ente anulado é menos delicioso à vista, menos cativante.
Não raro é amorfo.
Chato.
Mas é.
Amar anulando-se é crescer por ver o brilho do outro.
É resplandecer sem brilhar.
É dar-se por inteiro em parcelas de nada.
Anular-se e ter prazer é obra.
É abnegação.
É quase como trilhar o caminho sem o pisar e mesmo assim sentir-lhe o cheiro das flores da berma.
Conseguir quase tocá-las.
É um amor de mãe.
Mas entre iguais.
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