quinta-feira, 24 de julho de 2008

Big brother is watching you

Desde que foi criada a lei do tabaco, os portugueses estão mais airosos. É vê-los aos montes à porta dos edifícios como se de salas de chuto se tratasse. No Verão ainda é agradável, mas no Inverno chega a ser deprimente.
Eu próprio, que me considero um fumador não compulsivo mas prazeroso (excelente palavra que os brasileiros inventaram) já senti alguns olhares reprovadores em ocasiões em que me apresento em plena rua a exercer o meu direito ao livre arbítrio de poder escolher os venenos que legalmente introduzo no meu organismo.
Então quando me aproximo de alguma montra com o charuto na boca, logo os empregados correm a buscar o alho e o crucifixo. Nem a crise lhes demove a intenção.
Felizmente que, mercê de leis deste calibre, iremos todos viver até aos duzentos anos. Tudo na pândega, a jogar ao burro em pé e a ver as novelas da TVI.
Se esta maralha não tomasse hoje conta de nós, o mundo amanhã estaria um caos.
Ou será que é ao contrário?

3 comentários:

  1. Não fumo.
    Também não me considero uma fundamentalista anti-tabaco.
    Mas é insdicutivel.... para mim a lei do tabaco só teve vantagens!

    Ora vejamos... antes da lei a opção era não haver opção! Se em alguns sítios, arejados e airosos, esse facto seria perfeitamente irrelevante noutros tornava-se verdadeira tortura!

    Duas situações em particular me faziam ficar com os cabelos em pé:
    1. Estar a comer num restaurante e os vizinhos do lado atirarem-nos para cima com o fumo do seu vicio
    2. Num jantar de grupo alguém perguntar, mesmo sem todos terem acabado de comer e regra geral já com o cigarrinho na mão, "Posso fumar?"

    Em qualquer dessas situações um "Importa-se de desviar o fumo do seu cigarro" ou "Sim, por acaso importo-me" sempre me fez alvo dos tais olhares que agora são reservados aos fumadores!!!

    Ora... parece que tenho agora a minha vingança! :)

    Como dizia o outro senhor "Habituem-se!"

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  2. Eu refiro-me a fumar ao ar livre e ao efeito que as leis fascistas têm sobre a nossa vida. Porque mesmo onde é permitido fumar, as pessoas já são olhadas de lado.
    De qualquer modo a lei tem um pequeníssimo pormenor que faz toda a diferença: quem escolhe deixar fumar no seu espaço tem que fazer obras. Não devia ser assim. Os donos dos espaços particulares onde a lei pode ser aplicada deviam poder escolher sem serem sancionados ao optar por uma das soluções. Afinal o risco do negócio é deles. O estado devia ser regulador e não educador das actividades económicas.

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  3. Pois é... em teoria funciona!

    Mas como os fumadores sempre se sujeitaram a estar em sítios onde se fumava - por falta de escolha e hábito de sempre - acredito que não haveria café que escapasse, todos passaria a ser "fumadores".

    E não é justo, pois não? Afinal, de acordo com as estatisticas (não é o primeiro-ministro que se pode socorrer dos números!) só 30% da população portuguesa é constituida por fumadores!

    Quanto ao fumo ao ar livre estejam à vontade! Não vos faz bem à saude mas vocês lá sabem!
    Se foram a minha casa o destino é certo: faça chuva ou faça sol fumar só na varanda!

    PS - em Janeiro/Fevereiro de 2000 trabalhei na Suiça. Um verdadeiro "frio de rachar" que no escritório não se sentia porque nos países de 1º Mundo o frio, onde quer que se entre, fica "lá fora".
    O meu olhar para os fumadores sempre foi com um sorriso..."g'andas malucos estes gajos a fumar à porta sempre que o vício aperta"
    Pelo menos... em Portugal não neva!
    :)

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