sexta-feira, 20 de novembro de 2009

estatística mente

As estatísticas são a mais repugnante das formas de manipulação. Representam o esforço de uns com o intuíto de controlar a vida de outros. Conseguem fazer-se estatísticas de tudo, sobre tudo, acerca de tudo e com resultados talhados à medida dos objectivos.
O que me interessa a mim saber que se tivesse nascido há duzentos anos teria já ultrapassado a esperança média de vida. O que me interessa a mim que quando saio de casa tenho vinte e tal por cento de possibilidades de ter um acidente. O que me interessa a mim que o facto de ser gordo aumenta em trinta e tal por cento a possibilidade de ter um problema de saúde grave antes dos cinquenta anos.
Por isso compreendo a angústia das futuras mães que foram vacinadas contra a gripe A e que infelizmente perderam os seus filhos. É realmente provável que não exista qualquer relação causa efeito, é realmente verdade que há fetos que simplesmente morrem sem razão aparente, mas é também verdade que quem perde um ente querido tem todo o direito de se perguntar:
-Porquê eu? Porquê a mim?
Levar como resposta algo parecido com "estatísticamente ainda vão morrer cerca de trezentos fetos até ao fim do ano, provavelmente muitos de mães vacinadas contra a gripe A" não é resposta que se dê.
Nós andamos doridos. A vida não nos corre de feição. Todos os dias aparecem mais coisas para nos apoquentar a alma.
Neste momento, a humanidade que tem o desgraçado fado de poder estar informada, recebe socos no estômago em cada noticiário.
Convenhamos que a luz do fundo do túnel está conjunturalmente fundida e não parece haver capital para a substituir.
Como disse um dia o grande Keith Floyd (embora ele se referisse à bebida), "fico mal disposto só de pensar que amanhã vou andar mal disposto".
Não há por aí nada que nos alegre?
Alguma coisita que nos empurre enquanto por aqui andamos.
É que, estatísticamente, a probabilidade de chegarmos vivos ao fim da vida é de cem por cento.

2 comentários:

  1. E o pirata das Caraibas? Como é do PSD nem o Breda nem o Pedro Costa são capazes de falar nisso no seu blog.

    E foi assunto de televisão.

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  2. Arranje um bocadinho de tempo e visite o histórico deste blogue.
    Dará o seu tempo por bem empregue pois decerto encontrará excelentes artigos e, quem sabe, ainda poderá ter alguma surpresa.
    Isso se estivermos a falar da mesma pessoa. É que com tanto pirata que por aí anda, neste momento já não se sabe quem é quem.

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