
O lixo das pecuárias.
Relembra
Que cospes no chão
Sebento, rachado
Cimento, calçada,
Caminho, alcatrão…
Pára!
Pensa o momento.
Nãã!
Saca da fossa,
Urina o cimento.
Caracóis no nariz
Copos de tinto
E a pose de macho
Mais dura que aço,
Estilhaça o verniz.
Bate no puto.
Marcha,
Corropio
Ai que te racho ó vadio.
Noite instalada
E a casa que falta acabar.
O reboco pinguço
Observa o cenário
Ferve estalada
A janta atrasada
Sofre a mulher
Exausta de trabalhar
Em silêncio a morrer
Sempre sempre a correr
Tropeçar,
Viver a sofrer.
Por fim o serão
Colado à televisão
Coça a barriga
Desdobra o Record,
Lê e relaxa…
Postiço como a pinta das putas,
Que nos ombrais
Das portas,
Fumam,
Dando-se ares de sofisticação.
E tudo em busca de atenção...
Poema anónimo de corrente naturalista.
Escola Ettore Scola, século XXI
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