sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Intensidade


Foi esta!
Mais do que todo o esforço que se denota ao longo do filme (o actor emagreceu doze quilos), completado por uma caracterização impressionante, foi esta cena que deu o Oscar a Tom Hanks em 1994.
Sente-se isso. Arrepia-nos ver e ouvir aquele entrelaçado de música, canto e palavras com um denominador comum: dor!
Senti ontem, esta madrugada, quando pela primeira vez vi Philadelphia.
Não é o tipo de filmes que me motive (daí ter esperado quinze anos), mas esta madrugada estava especialmente predisposto a isso e deixei-me levar. Passou no Hollywood.
Se calhar tem a ver com o facto de terem ontem sido revelados dados que dizem que aparece em média no Curry Cabral um novo doente infectado com o HIV por dia. Apenas no Curry Cabral, se ouvi bem e julgo que sim.
Esta cena vale-se da voz da Callas para exprimir uma dor avassaladora. Uma dor que nem todo o brilhantismo de Tom Hanks conseguiria transmitir. Uma dor que a música, mais que as palavras, enterra bem fundo na pele de quem assiste.
Uma das cenas de cinema mais intensas que já tive o privilégio de ver.
A área que Maria Callas interpreta, La Mamma Morta, pertence à opera Andrea Chenier de Umberto Giordano.
Para que conste, de entre os actores e figurantes do filme, morreram entretanto 43 pessoas com SIDA.

4 comentários:

  1. Vi este filme logo no seu lançamento, numa sala de espéctaculos de Coimbra. Ainda hoje quando o revejo continuo a sentir um nó na garganta que me impede de chorar. Filmes como este fazem-nos ver a realidade homossexual de uma maneira muito mais justa e correcta. Posso discordar da politica de Sócrates em muitas coisas, mas na defesa destas pessoas, estarei definitivamente ao seu lado.
    Bem haja Pedro pela sua homenagem e pela sua sensibilidade.

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  2. Reduzir o problema da sida aos homossexuais denota um certo preconceito.
    Hoje a sida é uma doença mais de heterossexuais descuidados do que de homossexuais.
    É esta mensagem que tem que prevalecer.

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  3. O Juiz tem toda a razão em não censurar. No Milha de Caligula todos os que falarem mal do Carvalheira ou do Jornal da Mealhada e até do Breda sem se perceber porquê é censurado.
    O Juiz tem feito boas análises. É triste para o meu concelho ter simpatia pelo PSD mas ter um candidato lamentável, o homem é fraco de pensamentos, não tem noção nenhuma do que é servir uma causa pública. Do outro lado ter um Marqueiro e um Jorge Carvalho dois homens que são capazes de usar tudo o que podem para chegar onde querem.

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  4. Tinha que haver um anónimo qualquer a fazer um comentário sobre a política absolutamente desinteressante que se faz neste concelho, não tinha?

    Era de mais pedir-vos para verem, sentirem ou falarem de qualquer outra coisa, não era?

    Cheios de si, cheios de nada... com tão pouca cultura e tão pouco Mundo.
    Que cansaço!


    Pedro,
    Também acho é um grande filme.
    Quinze anos gostaria de acreditar que a descriminação social abordada no filme tinha deixado de existir mas...

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