terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Maria vai com as outras

Aparentemente, o porta-estandarte do simplex, o Cartão do Cidadão (ou cartão único para os cidadãos de piada mais fácil) é um sucesso.
Um sucesso tão sucessível que provoca filas sucessivamente intermináveis e sucessivas horas de espera à porta das repartições onde, sem sucesso, funcionários zelosos tentam trabalhar a um ritmo para o qual nunca foram treinados nem pensavam sequer que existisse.
Não se via nada assim desde que alguém se lembrou de passar um filme a três dimensões na RTP para o visionamento do qual era necessário adquirir antecipadamente uns óculos especiais com lentes de celofane daquele do queijo flamengo (pelo menos num dos olhos, porque o outro era verde, logo mais difícil de arranjar) que se revelou um barrete maior que, bem, enorme.
Com vários telemóveis per capita e GPS's a serem considerados mais importantes que a dose diária recomendada de proteínas, os portugueses são cada vez mais fashion victims.
Modistas.
Somos um país de modistas.
Chega até a ser contranatura que numa altura em que todos os dias são apresentados novos modelos de automóveis cada vez mais bonitos, eficientes e potentes, as vendas deste produto de primeira necessidade tenham caído quase cinquenta por cento. Falta de dinheiro não é com certeza, porque isso nunca foi impedimento.
De certeza que o general Loureiro dos Santos, o Bastonário da Ordem dos Advogados ou o Sr. Rui Santos terão uma boa explicação para este fenómeno. São a única esperança deste país, desde que o Dr. Nuno Rogeiro se remeteu ao silêncio dos tratamentos capilares e desde que o Dr Moita Flores se cansou do estrelato.
Nós somos um povo com a sua piada. Se analisarmos bem, acabaremos por chegar a essa conclusão.

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