Ter ideais é saudável.
Lutar por eles pode ser uma coisa trabalhosa, perigosa, às vezes letal.
Há, no entanto, maneiras bonitas de lutar. Maneiras harmoniosas, modos subtis de ser incisivo, pancadinhas de luva que aleijam como pregos.
Nos últimos cinquenta anos, houve quem combatesse a espada com a viola, a violência com a melodia, a opressão com a canção.
Muitos cairam, alguns cresceram e afirmaram-se enquanto artistas maiores, porta-bandeiras do inconformismo e do desconforto de ser sovado.
"The times they are A changing" abriram a porta e deixaram entrar a torrente "Like a Rolling Stone".
E apesar de não ser literalmente verdade que, como dizia a viola de Woodie Guthrie, "This machine kills fascists", não deixa de ser um facto que se não os mata, aos fascistas e a todos os outros extremistas, pelo menos amedronta-os porque traz o povo às costas.
E o povo, Robert Allen Zimmerman sabe-o ainda hoje, o povo, se não é, devia ser quem mais ordena.
Robert Allen Zimmerman, Bob Dylan para os menos íntimos, não sabe cantar, mas canta como ninguém e faz hoje setenta anos.
Parabéns Mr. Zimmerman; que conte muitos na nossa companhia.
A definição de liberdade deve-lhe pelo menos um parágrafo.
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