quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Há quem diga, e bem, que somos resto dos que ficaram.



Consta que fomos, mas que já não somos.
Consta que o que somos não é nada do que fomos.
Se foram audazes os que em tempos foram,
Com eles iam a semente e o arrojo.
E porque nós ficámos, acabámos orfãos.
Recolhidos à sorte do conforto;
Do nada.

E se hoje é dolorosa a ida,
Será talvez resiliente a espera.

O conforto do aguardo,
É novamente o nada.

Se quem parte sofre, sofre quem fica.
Se para partir é necessário peito...

Se para ficar a arte de esperar por ontem.

Não se sabe audaz quem vai,
Se mais tenaz quem fica.
No aguardo...



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