quarta-feira, 20 de outubro de 2010

da Vigarice


Conheço bem as famosas "cartas da Nigéria" onde nos era contada a tristíssima história da viúva do ministro do petróleo lá do sítio que alegadamente teria em seu poder milhões de dólares que pretendia transferir para a Europa. Era solicitada a nossa ajuda em troca de uma soma avultada à laia de prémio.
Cheguei a coleccionar algumas que entretanto deitei fora.
Com o desenvolvimento da Internet, as cartas passaram a mails. Uns de convite para a malandrice com negócios interessantes, adiantamentos de dinheiro, pagamentos por conta, compras de bens, outros mais sofisticados que carregam no seu interior bicharada suficientemente funesta para nos delapidar o computador, quiçá o património.
Tinha guardada a foto que apresento acima há dois ou três dias. Aparentemente um email oficial, na prática uma vigarice: bastava-me carregar lá onde eles pedem, para ver em segundos o computador ser invadido por spyware, malware, trojans, etc. etc. etc.
Eis quando senão a coisa dá o passo seguinte. Recebi ao início da tarde um telefonema de um senhor que falava um inglês quase ininteligível a perguntar-me pela resposta a um email que teria enviado ontem com uma determinada reserva. Adiantou ainda que era um pedido de quartos de uma escola católica lá da terra dele e que precisava de uma resposta urgente.
Lembrei-me do mail. Lembrei-me exactamente de o ter apagado pois tinha um ar muito mais que suspeito, mas mesmo assim resolvi ver até onde ia a marosca. Pedi-lhe para o reenviar.
Assim foi.
Respondi ao mail e imediatamente me chegou a contraproposta: mais uma "carta da Nigéria". Mais um grupo de estudantes católicos que vinha para Coimbra mas, coitadinhos, precisavam de um adiantamento em dinheiro para fazer face às primeiras despesas. Tudo em troca de um cheque no valor de vários milhares de dólares que eu simpáticamente iria depositar e esperar sentado que o dinheiro me caisse na conta. Seguidamente retiraria o valor que havia adiantado e uma gorda gorjeta. O remanescente seria entregue ao chefe do grupo que obviamente não existe.
Depois das cartas e dos mails, o contacto pessoal.
Desde a Nigéria.
Ou de outro lado qualquer...

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