sábado, 10 de julho de 2010

da vertigem do poder


Quem pode manda.
Quem manda é porque pode.
E quando quem manda mente?
E quando quem manda continua a mentir mesmo perante factos?
E quando quem manda, perante os factos acaba por reconsiderar, embora a contragosto?
E quando quem obedece insiste na sua indignação?
E quando quem manda, parecendo magnânime, propõe discutir o assunto?
Aí; quem obedece, e porque infelizmente já não tem vinte anos e sabe que não é saudável cuspir para o ar, resolve resolver a situação com o mínimo de dano:
-O senhor é meu patrão e eu preciso do emprego, portanto por definição esta discussão nunca será equilibrada. O melhor é esquecermos o assunto e passarmos à frente.
Reduz-se ao mínimo o dano, que mesmo assim desgasta.
Resta contar até dez e fazer como o Peter Pan: pensar em coisas boas e voar.
Ontem foi assim. É raro, mas acontece-me.

6 comentários:

  1. Caro "Amigo":

    Por vezes, nas relações entre a entidade patronal e funcionários há danos que por mais desgastantes sejam, não podem ser minimizados, enquanto a verdade não prevalecer, (pese embora a boa vontade de uma das partes),quanto mais não seja, para defesa da dignidade profissional,face a propostas contratuais apresentadas pelos "patrões".

    Isto, infelizmente,vai acontecendo cada vez mais por este país, alastrando-se a entidades públicas.Longe de ser comunista (refiro isto p/ esclarecer qualquer dúvida), precisando de comer todos os dias como qualquer cidadão comum,acredito em valores mais altos e defendo-os.

    Não é fácil dizer NÃO.Por isso mesmo a maioria opta pelo SIM.

    Mas, se o dizer NÃO vai de encontro àquilo que nos rege como princípio, então eu digo NÃO... ou falo por quem o diz, de maneiras diversas...

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  2. Foi uma pequena discussão de organização do trabalho. Nada de muito grave.
    Só me chateou a prepotência.
    Mas foi, felizmente, uma prepotência circunstâncial.
    Agora fico mais "picado" com certos assuntos porque alterei a minha vida, reduzi o meu conforto, em prol do bem da empresa e ao contrário do pessoal que compreende o meu esforço (embora alguns sejam prejudicados por ele) quem mais o deveria compreender nem sempre o faz.

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  3. ... A vida é uma luta, sem dúvida e por vezes complica-se ainda mais quando em simultâneo a defesa de objectivos (paralelos) de pais e filhos se misturam, basta lêr os jornais...

    Enfim, valham-nos os amigos... esses, de uma forma ou outra estão sempre presentes.

    Se calhar é melhor fazer um "refogado" com o "picado", acabar o jantar, deliciar-se com a família e os amigos, beber um copo .. a propósito, rio-me bastante com algumas coisas que escreve...

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  4. ... e não podia faltar o "se calhar"... típico. Previsível e irritantemente típico destas bandas da Migalhada...
    Não sabem falar ou escrever sem dizer "se calhar"?

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  5. Permita-me uma observação, Pedro:
    Há dois tipos de patrões - os inteligentes e os outros. Só vale a pena discutir com os primeiros. Se por azar tiver um patrão da segunda categoria, aconselho-o a mudar de emprego quanto antes. Com um patrão dessa categoria, Pedro, você nunca conseguirá fazer valer os seus pontos de vista. É escusado qual esforço. E a cada tentativa, verá que a sua própria inteligência decai e sentir-se-á mais infeliz e confuso.

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  6. Pois.
    Um patrão inteligente até aceita os reparos dos subordinados, quanto justos e pertinentes. E se for caso disso, até é capaz de admitir que não tinha razão, adoptando o ponto de vista do outro, sem medo de sentir a sua autoridade beliscada.
    Os outros patrões, não exergam mais do que o seu umbigo e a sua esclerosada auto adulação, a única realidade que conhecem. Por isso, só se atrevem a mexer naquilo que se circunscreve aos curtos limites dos seus horizontes limitados.
    Percebeu?
    Só há aqui um problema: e o problema surge quando é o empregado que pertence à segunda categoria...
    ...espero que não seja o caso.

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