segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

The missing link


Todos temos que provar algo a alguém, nem que seja a nós próprios. Quem diz que já não precisa de provar nada a ninguém, erra porque ao dizê-lo precisa de provar a si mesmo que o pode fazer sob risco de estar a dizer idiotices.
É conveniente conseguirmos distanciar as nossas opiniões dos factos que a elas conduzem porque é precisamente com os factos que poderemos sustentar e comprovar as opiniões sempre que sejam postas em causa.
Quando, perante os factos, as nossas opiniões continuam a ser postas em causa, ou ficamos na nossa ou esperamos que alguém mais conceituado que nós tenha uma opinião semelhante.
No dia vinte e sete de Agosto do ano passado, escrevi neste mesmo blogue um post intitulado "Politicamente incorrecto" que começei com a seguinte frase: "O mundo só é viável se tiver ricos com dinheiro para gastar e pobres para trabalhar."
Não é uma opinião, é um facto. Discutível, mas um facto.
Ao exmo. Anónimo que no dia vinte e oito de Agosto me brindou com a seguinte pérola: "é de doidos este palhaço pensa que é...burro de certeza!" e ao exmo. Anónimo que escreveu algo mais acintoso que tive que apagar, respondo agora com a opinião de alguém obviamente mais conceituado que eu.
Em entrevista ao El País, o historiador Timothy Garton Ash disse: "É impossível que seis mil e setecentos milhões de pessoas possam viver como vive a classe média ocidental".
Vejam lá se o que ele quis dizer, mas de uma forma politicamente correcta, não foi algo parecido com: "O mundo só é viável se tiver ricos com dinheiro para gastar e pobres para trabalhar."

Sem comentários:

Enviar um comentário