sábado, 12 de junho de 2010

dos Blues de cá!


Como se o mundo acabasse.
E na rua, à chuva
A noite se dissolvesse em pó.
E os corpos vãos,
Acariciados pela lua cheia
Deslizariam por entre os candeeiros
Em coreografias de amor e luz.
Estendido pelas avenidas,
O som difuso da guitarra
Acordaria o marasmo dos semblantes suados,
Exaustos e ofegantes...
Nus, coados pela luz da lua
Eternos amantes e juras
E corpos colados.
E dor!
E o som,
Arrancado a ferros
À barriga da guitarra,
Geme.
E a noite escorre e vai embora.
E a chuva dá lugar ao sol.
E a luz do dia mata o fado.
Manhãs na calçada,
São folgo interdito para o pecado.


Pedro Costa 2010.06.12

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