quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

da música

Desde que me conheço que gosto de música.
Gosto de música, de toda ela, de todas as suas formas porque sempre associei a música a estados de alma.
As músicas que me tocaram, consigo reconhecê-las apenas pelos primeiros acordes.
Tenho-as arquivadas, associadas a momentos e muitas vezes com associações estranhíssimas. Se é comum dizer que o Final Cut, talvez o pior album dos Pink Floyd, pode associar-se (eu associo-o) a uma paixão não correspondida da juventude, menos comum será o facto de que a ressaca do momento mais doloroso da minha vida está associada à discografia, quase completa, de Júlio Iglésias - toda comprada de uma vez só.
Não tenho como explicar.
É um fenómeno de pele.
Mas é verdade que retiro muito mais sensações e estímulos da música que de um livro ou até de um filme. Quando uma música me marca, fá-lo de forma permanente e consegue colocar-me de novo no cenário a que está associada, seja ele bom ou mau. O Final Cut é um exemplo disso: durante mais de vinte anos não ouvi o raio do disco...
O cinema, embora nos envolva recorrendo a um maior número de dimensões, não me deixa cativa a memória. Apesar de gostar imenso de filmes, há muitos de que me lembro apenas porque tinham alguma música especial: seja porque já a conhecia, seja porque me cativou.
Durante o ano de 2009, dediquei a minha costela cinéfila à razão de 90/10 mais ao cinema dito independente que ao chamado mainstream. Mesmo contando com alguns bons filmes de conceituados obreiros como o caso de Gran Torino (também pela fascinante música de Jamie Cullum, aliás uma coisa comum à obra de Clint Eastwood), Defiance ou Body of Lies, a verdade é que fui muito mais tocado por obras (algumas de anos anteriores) como Once, Ten Inch Hero, Away We Go (brilhante Sam Mendes), Dedication, Sunshine Cleaning ou One Week, algumas do chamado cinema Indie.
Profundas, plenas de simbolismo e simples: simples como a vida.
Se calhar, aquilo que eu consegui encontrar que mais se parece com a música!

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