terça-feira, 25 de janeiro de 2011

do rescaldo


O Dr Miguel Sousa Tavares deu-me ontem o prazer de dizer que me despreza.
Disse-o fazendo o costumeiro esgar de quem tem um caramelo de Badajoz colado ao céu da boca, o que quer dizer que o seu desprezo não é postiço.
Infelizmente para o Dr Miguel Sousa Tavares eu não lhe dou o prazer de o desprezar. Nem poderia.
Jamais esquecerei o esforço que o nosso MacGyver da comunicação fez em prol da candidatura da Mata Nacional do Bussaco enquanto candidata às Sete Maravilhas de Portugal. Se o Bussaco não ganhou não foi por falta de empenho de tão fiel e abnegado "padrinho". Felizmente que não se absteve nessa altura, coisa que o próprio desprezaria fazer.
Eu abstive-me no Domingo passado. Eu e mais de cinco milhões de portugueses.
Aparentemente, tudo um bando de fascistas que reza diariamente cinco terços em prol do proverbial regresso de sua santidade o Senhor Doutor Oliveira Salazar.
Mais do que pelas razões que elenquei, abstive-me porque não reconheço a necessidade da existência de um Presidente da República nas condições em que o  temos. As constantes humilhações a que o actual detentor do cargo foi sujeito durante o primeiro mandato já deveriam ter suscitado uma discussão acerca das competências do injustificadamente apelidado de mais alto magistrado da nação. Poucas competências, algumas de indole folclórica.
Resta a capacidade para dissolver o Parlamento, competência que eu pessoalmente jamais entregaria a uma só pessoa. É da essência da democracia que a provedoria do poder seja efectuada pelo povo.
Dito tudo isto, resta-me congratular com o facto de que afinal na Madeira existe democracia e que, contrariamente ao que antes se supunha, as mesas de voto não estão equipadas com webcams directamente ligadas ao laptop do Dr Alberto João Jardim.  

Sem comentários:

Enviar um comentário