sábado, 20 de abril de 2024

do Cubo elevado ao zero

(a imagem é um estudo da careca do escriba. simboliza a descoberta da careca do Pessoa)
Gordon Ramsay usa caldos de cubinho na cozinha. Não mente e até já o apanhei a dizer que coisas como os caldos de cubo e a massa folhada de compra substituem muito bem os que fazemos em casa, dão menos trabalho e ficam mais baratos. Não sei se os usa nos restaurantes com estrela dos pneus, mas quem o vê na televisão não pretende ganhar estrelas nem garfos nem placas dos gajos dos pneus. Só quer fazer comer e comer e conviver com os amigos. Ontem apanhei o Henrique Sá Pessoa no zapping. Estava a fazer um arroz de tomate que me ficou na ideia, mas deixou que uma certa arrogânciazita intelectual lhe manchasse a performance. "Agora ponham (não sei quantos) mililitros de caldo de legumes no arroz que está a fritar. Eu faço o caldo, mas vocês podem usar caldo de compra, dos cubos. Eu sei que o vão usar e não há mal nisso, mas eu faço o meu caldo." Não fez. Aquele caldo era de cubo. Mentiu. Os caldos feitos em casa são coados, não têm pedacinhos de ervas a boiar. Os caldos de cubo têm pedacinhos de ervas a boiar. Às vezes preferia viver na ignorância. Agora não consigo olhar para o gajo sem lhe chamar pantomineiro. Quanto ao arroz de tomate, fez uma cebolada, não é cebola picada, é cebolada mesmo, fritou o arroz na cebolada, refrescou com vinho branco e depois acrescentou o tal caldo. Tirou a pele e as sementes a um tomate fresco, cortou-o em juliana grossa e só o juntou quando o arroz estava quase cozido. Terminou com uns talos de coentro e, não fosse eu ter ficado chocado por o gajo me ter mentido, diria que temos ali uma obra prima para acompanhar uns panados de vitela. Ele acompanhou bacalhau frito.
Era só isto

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