domingo, 28 de abril de 2024

da Koisa que nos faz olhar para trás e ver



Não temos como ressarcir os povos cujos países ocupámos.
O passado é para assumir e analisar, mas nada o pode mudar.
Já no que respeita à devolução do que pode ser devolvido, isso pode ser feito e se do acto resultar alguma mitigação, melhor, mas pode e deve ser feito porque pertence à História desses países e mesmo que conjunturalmente tenho pertencido também à nossa História, deve descansar no local de origem.
Pelo que tenho lido, Portugal está a fazer um levantamento do património trazido das ex-colónias com o objectivo de, primeiro, o conhecer e, depois, espera-se, auscultar os países de onde foi trazido no sentido de saber se pretendem a devolução para enriquecerem o seu espólio, se pretendem que fique onde está para documentar a História.
É um enorme passo de reconhecimento.
Uma planta pode ser mantida eternamente num vaso, mas o seu lugar natural é a terra, o campo. Não fica menos bonita no vaso, mas a terra que a sustém não pertence ao vaso - foi lá colocada.
A vida dos povos faz-se sempre no presente, mas usa o passado como a maneira mais natural de garantir a cabeça erguida e de evitar, embora isso nem sempre aconteça, repetir erros e omissões. É esse o papel da memória e a História, a dos actos e a das obras, não é mais que a terra que mantém vivas as raízes.
O lado bom do passado é que nos deixa sempre aberta a possibilidade de o repetirmos ou não consoante nos seja mais útil, mas para isso temos que fazer uso dos seus ensinamentos - jamais o esconder ou adaptar.

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