quinta-feira, 1 de setembro de 2011

da comunicação


Tenho um conhecido, belga, que divide a vida entre a Bélgica e Portugal.
Conheço-o há vários anos e o português que fala é tão fluente hoje com antes. Pouco.
A isso não será, tenho a certeza, omisso, o facto de a sua vida em Portugal se resumir a três vectores: beber (muito), dormir (muito) e nos intervalos permitidos pelo tempo e pela disposição, andar de bicicleta. 
É uma pessoa expansiva e tem muitos amigos com quem convive habitualmente em prolongadíssimas noites de farra. Bêbados, o que não ajuda o homem a melhorar o sotaque.
Há tempos, em conversa, contou-me uma das suas ultimas aventuras: foi de Portugal até casa, de comboio. Queria matar saudades do tempo em que trabalhou na venda de viagens de longo curso e recordar os primeiros anos em que viajou para Portugal, quando o comboio era muito mais barato que o avião.
Durante a viagem, conheceu um sujeito com quem partilhou a mesa e a conversa. O tal sujeito falava um pouco de português e um pouco de inglês e a coisa foi andando ao som de uns Ricards e umas cervejas. Acabaram por se entender.
No final da viagem, já em Bruxelas, resolveu perguntar ao outro qual a sua nacionalidade: era belga, tal como ele, praticamente vizinho, e tinham acabado de passar três dias seguidos a conversar em inglês e português macarrónico. Ele pensou que o outro era inglês, embora o sotaque lhe parecesse estranho, e o outro pensou que ele fosse português.
Notável!

2 comentários:

  1. Folgo em ver que a atividade voltou! É sempre bom ler histórias cantadas por quem as sabe cantar.
    Um excelente bardo!
    Um grande abraço!

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  2. Até que enfim!!!
    Eu ainda sou do tempo...em que este blog era actualizado quase diariamente!
    :)

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