sábado, 15 de novembro de 2008

A Leste do Equador


A busca incessante pela perfeição e o esforço de melhor servir os meus fregueses, levam-me por vezes a cometer pequenas loucuras em busca de coisas tão simples como um título de um post.
Aconteceu com o post anterior.
Conheço alguns pares de meliantes, como Bonnie and Clyde ou Romeu e Julieta , mas são de sexos diferentes o que os inviabilizava à partida. Lembrei-me depois dos Metralhas ou dos Dalton, mas esses são mais que dois. A custo, cheguei a Batman e Robin mas lembrei-me que entre esses dois palhaços existe uma relação hierárquica o que levaria a um desnecessário frisson: entre o Carlos e o Gonçalo quem está acima de quem?
Numa das minhas deambulações pela Baixa Coimbrã (território cada vez mais vazio e inóspito) em busca de alguma inspiração, dei de caras com a G.Q. de Novembro.
Amorfa, comum, nada na capa da revista brilhava, mas o meu apurado sétimo sentido logo se focou no canto inferior direito: Butch Cassidy e Sundance Kid.
Decidi investigar, mas a velhota do quiosque não me deixou folhear a revista. Apelidou-me de tarado (??) e rematou-"Quer ver, compre!"
Comprei.
Rememoriei num ápice episódios gloriosos da minha adolescência quando folheava avidamente a Playboy em busca de artigos de alta craveira jornalistica e psico-filosófica (lembro-me entre tantos outros de uma entrevista à Madre Teresa de Calcutá e de um artigo de fundo acerca do cultivo de mangerona nas planicies geladas da tundra).
No aconchego do gabinete de trabalho acabei por ter uma surpresa: além do magnífico trabalho acerca dos dois bandidos encarnados no cinema por Paul Newman e Robert Redford que me permitiu confirmar o título do tal post anterior, encontrei ainda informação bastante útil sobre as cuecas do João Moutinho, sobre os carros que o Daniel Craig espatifou durante as filmagens do "Quantum of Solace" e sobre um fabuloso cartão de descontos que me permitirá pagar menos dez euros quando for fazer a depilação num gabinete de estética de Lisboa.
Descobri ainda que Miguel Sousa Tavares nunca chamou inúteis aos professores e que a senhora professora que escreveu uma carta que apareceu transcrita no meu colega Mealhada Café, realmente não confirmou as fontes e que entretanto já terá pedido publicamente desculpa ao escritor / jornalista / advogado / comentador / caçador.
Fica aqui a reposição da verdade, para que conste.
Parece-me que a revista tem também umas fotos a roçar o despudor de uma mocita que apresenta um programa na televisão.
Passou-me despercebida, mas logo que tenha oportunidade cuidarei de procurar e folhear de novo a revista.
Sempre foram setecentos escudos e por setecentos escudos (na moeda antiga) convem ler tudo...


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