segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Saravá, mermão!

Soneto da Fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face de meu maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive) :
Que não seja imortal, posto que é chama
- Mas que seja infinito enquanto dure.


Vincius de Moraes, "poeta e diplomata, o branco mais preto do Brasil".
Faria hoje, se fosse vivo, 96 anos.

2 comentários:

  1. Saramago diz hoje que a Biblia é um manual de maus costumes. Não foi o Carvalheira que dizia que tinha na mesa de cabeceira uma Biblia?
    Está tudo explicado. Obrigado Saramago.

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  2. Da-se que este é mesmo mauzinho.

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